Capítulo 24 - Escolha certa.

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Desperto com o som do telefone tocando ao lado no criado mudo, Sofya estica-se sobre o meu peito nu, comigo ainda grogue de sono mas não por muito tempo, devido ao seu peso sobre mim.

  Assusta-se ao ver algo na tela saltando da cama, totalmente pelada e admito ser uma visão do paraíso. Limpo os olhos rindo de seu desespero.

Sofya Plotnikova: - Eu tenho que ir.

Noah Urrea: - Pra onde?

Sofya Plotnikova: - Minha casa, caso não tenha notado não dormi nela ontem.

Noah Urrea: - Não que seja surpresa, mas você que pediu pra vir pra cá.

Sofya Plotnikova: - Sim, mas dormir com você não fazia parte do plano.

Sento na cama enquanto se veste das peças íntimas, seguindo do resto das roupas.

Noah Urrea: - Isso é sério? Estamos juntos a 2 meses e algumas semanas, acho que não tem problema você dormir aqui.

  Rodando igual uma barata tonta, desiste de procurar o que acredito ser sua camisa, mergulhando em minha gaveta.

Noah Urrea: - Hey, Hey, Hey, Hey, não, essas camisetas não, são as que eu vou levar pra New York.

  Sorri com um ar sapeca em seu semblante.

Sofya Plotnikova: - Você já perdeu ela.

Noah Urrea: - Negativo, você vai devolver.

  Nega com a cabeça.

Noah Urrea: - Sem brincadeira, essa eu vou usar no meu primeiro encontro com reitor.

Sofya Plotnikova. - Gosta de coroas agora Jacob!

  Reviro os olhos rindo fraco de sua gracinha, a chamando com o indicador e que vem, mas só após se vestir com a camisa social.

Noah Urrea: - Engraçadinha, mas eu to falando sério, preciso dessa camisa antes de eu ir embora.

  Agora é ela quem gira as pupilas.

Sofya Plotnikova: - Tá, eu trago depois, agora eu tenho que ir, como estou? Pareço menos culpada?

  Analiso seu estado, e não, nem um pouco me parece santa.

Noah Urrea: - Nhe..

  Ao zoar minha menina levo um empurrão, que me deita contra o travesseiro trazendo a mesma comigo.

Sofya Plotnikova: - Para, eu preciso....

  Roubo um beijo da mesma.

Noah Urrea: - Fica, toma café comigo, como nos velhos tempos. Além disso você sabe que o Josh não liga.

Sofya Plotnikova: - Ele não liga, mas o meu pai POLICIAL, sim!

  Deixa bem forte a ênfase na palavra policial.

Noah Urrea: - Urgh...Paul, você de novo.

  Sorri antes de sair do meu colo.

Noah Urrea: - Se encontrar minha mãe lá embaixo fala pra ela que já pode pegar as caixas pra doação.

Sofya Plotnikova: - Tá.

  Puxo seu corpinho de volta mais uma vez provando de seus lábios.

Noah Urrea: - Precisa de grana pro táxi?

Sofya Plotnikova: - Sim.

Noah Urrea: - Debaixo do computador.

  Aviso deixando-a ir, a Plotnikova vai até minha mesa pegando o que há embaixo.

Sofya Plotnikova: - Só 20!? Eu acabei de dormir com você, acho que mereço bem mais.

  Reclama mostrando a nota. Suspiro enquanto levanto enrolado na coberta, tirando da carteira sobre a cômoda uma nota de 50.

Noah Urrea: - Toma.

  Entrego ganhando um beijo breve colado a um abraço pela boa vontade.

Sofya Plotnikova: - Obrigada.

Noah Urrea: - Eu sou um idiota mesmo, você vem aqui, transa comigo, me usa e ainda leva meu dinheiro.

  Gargalha tapeando minha bunda almofadada pelo edredão.

Sofya Plotnikova: - Eu sei, por isso venho! Obrigada.

Noah Urrea: - Sinica!

Falo risonho antes de aplicar um selinho em sua boca, liberando-a de mim. Mais tarde após um banho, desço para o café onde levo olhadas nada discretas de mamãe e Linsey, papai segue no sofá vendo televisão, não ligando para nada do que acontece ali.

Linsey Urrea: - Então maninho.

Noah Urrea: - Não vou responder nada.

Linsey Urrea: - Por favor, agora que vocês voltaram eu posso querer ela como madrinha do bebê.

Noah Urrea: - Eu não vou pedir isso pra ela, você que tem que pedir.

Linsey Urrea: - Você é mais próximo. Literalmente.

Zomba.

Noah Urrea: - Mãe!

Wendy Urrea: - Linsey!

Linsey Urrea: - O quê?! Ele podia dar um empurrãozinho.

Wendy Urrea: - Chega desse assunto os dois. Marco, pode colocar as caixas do Jacob no sótão?

Marco Urrea: - Pode ser depois, to meio ocupado me exercitando.

Viro-me para ele.

Noah Urrea: - Exercitando onde?

Marco Urrea: - Meu dedo.

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Noah Urrea: - Por isso você é desse tamanho.

Brinco. Rapidamente para minha surpresa ele levanta vindo até onde estou, fazendo-me correr do próprio escada a cima. Já lá na alto o ajudo a enfiar todas as minhas coisas no andar de superior.

Marco Urrea: - Quando pretende contar a ela?

  Lhe encaro perdido.

Noah Urrea: - Contar o quê? E pra quem?

Marco Urrea: - Sofya, quando vai contar a ela que você passou.

  Meu corpo gela. De uns dias pra cá eu e Sonya temos conversado muito sobre o que fazer como plano B. E tudo tem ido bem de acordo com o plano, já que tínhamos decidido que íamos pra New York, "juntos", eu ia esperar lá e quando ela se forma-se iria morar comigo.

  Mas recebi a carta de aceitação a dois dias atrás, Columbia, não sei como contar a ela sobre pois os planos mudariam por completo.

Noah Urrea: - Como você sabe?

Marco Urrea: - Fui guardar sua roupa na cômoda por que sua mãe mandou, tava embaixo das meias.

Noah Urrea: - Ah...

Marco Urrea: - Filho, tem que dizer a ela.

Noah Urrea: - Eu sei, mas é que é difícil. Ela mudou a inscrição dela pra Juliard só por minha causa, não quero ela tenha que correr atrás de tudo outra vez.

Marco Urrea: - Por outro lado se não contar, ela só vai ter essa opção e mais nada. Diga pra ela enquanto ainda dá tempo de fazer alguma escolha.

Frisa sua ordem entregando-me a última caixa. Confirmo com o queixo meio fechado.

Noah Urrea: - Sim senhor pai.

Fecho o sótão assistindo Marco descer as escadas dando uma última olhada para mim.

Marco Urrea: - Faça a escolha certa, e deixa ela fazer a dela.

Some do meu campo de vista, volto ao quarto abrindo a gaveta em que está o envelope da Columbia, suspirando ao pensar no que fazer.

Uma Cinderela do AvessoOnde histórias criam vida. Descubra agora