Consequencias

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09/01 domingo
17:57 p.m

Depois de comer a comida de Jana, eu e meus amigos ficamos largados no sofá pensando em como desfazer toda a confusão envolvendo a Lux.**

Até agora, a polícia nem a mídia vieram atrás de mim por conta das drogas que foram encontradas lá. Tenho certeza de que alguém já resolveu isso para mim.

— Estamos muito ferrados — disse Jana, um pouco frustrada. — Nossos pais devem estar agora em uma reunião pensando em como nos punir da pior forma.

— Nem me fale. Não aguento mais o Marcelo enchendo a porra do meu saco. Com certeza a punição vai ser algo envolvendo a empresa que ele tanto ama — Luka bufou, e eu não pude deixar de citar meu problema.

— Não queria frustrar ninguém com situações que são minhas, mas... estou prestes a perder a Lux.

— Como assim? — Dixon quase pulou do sofá. Ele amava aquele lugar tanto quanto eu, tocava lá como DJ quase todos os finais de semana. Era uma das grandes paixões do meu amigo.

— Depois daquela polêmica catastrófica sobre mim e aquelas duas strippers, minha mãe surtou e disse que a próxima confusão que eu causasse, ela simplesmente tomaria a Lux e eu finalmente assumiria a Agosti's.

— É... está todo mundo ferrado — Luka disse, jogando o rosto contra as almofadas do sofá.

O silêncio voltou a reinar no ambiente. Todos estavam abatidos até que, do nada, ouvimos passos se aproximando do cômodo em que nos encontrávamos.

— Já disse que amo seu mordomo? Kkkk — era Sebas. Ele havia acabado de chegar e estava com um sorriso enorme no rosto, mas quando percebeu que não estávamos bem, o sorriso logo se desfez. — Vocês estão péssimos.

— Ah, sério? O que você quer aqui, gay incubado? — Luka disse, possesso. "Gay incubado" era como ele chamava Sebas. Ele dizia ser hétero, mas já ficou com Luka.

— Vim salvar a pele de vocês — ele ignorou totalmente o insulto de Luka.

— Não me diga que você tem uma máquina do tempo? — perguntei, sarcástica, o que fez com que ele voltasse a rir novamente.

— Queria dizer que todo boato e qualquer denúncia sobre a suposta "droga" encontrada na Lux não existe mais.

— Como assim? — Jana perguntou, confusa. Ainda não havia entendido o que nosso amigo Sebas tinha acabado de fazer.

— O príncipe encantado acabou de dizer que usou o poder político da mãe dele para nos ajudar — Luka disse, um pouco menos bravo.

— Pqp, isso é o máximo.

— Realmente tenho que concordar, você foi muito inteligente dessa vez — Luka, mais uma vez, elogiando alguém. Esse dia está mesmo estranho.

— Por mais que isso seja "bom", é muito errado. Não estamos cumprindo com as leis. Muita gente vai preso por muito menos, sem falar que isso não muda o fato de nossos pais estarem querendo nos matar nesse exato momento — Dixon falou para Jana e Luka, e na real todos sabíamos que ele estava certo.

— E eu continuo sabendo que vou perder a Lux e virar cria do sistema Agosti's — falei, descontraída.

— Nunca entendi por que sua mãe quer tanto que você assuma a produtora. Pensei que estava tudo indo bem — Sebas falou, finalmente sentando conosco no sofá branco que tinha na minha sala.

— Ela acha que, dessa forma, vai controlar melhor minha vida e evitar que eu faça tantas besteiras.

— Quer saber? Concordo com sua mãe — Jana riu e, sem pensar duas vezes, taquei a primeira almofada que vi pela frente.

Pela primeira vez no dia, meus amigos conseguiram relaxar e ter uma conversa descontraída. Tudo estava tão tenso e finalmente tudo melhorou.

Uma pena a paz não ter durado muito, já que minha mãe chegou a minha casa do nada. Ela estava furiosa, daria um soco no primeiro que aparecesse à sua frente.

— Bom dia, anjinhos, poderia falar com a Andi a sós? — minha mãe falou, rígida. Ninguém teria coragem de contradizê-la nesse momento.

— Já sei, cometi erros, mais uma vez. Sou irresponsável e imprudente — falei imediatamente, sem dar tempo dela falar nada.

— Que bom que você sabe disso, Andrea. Realmente estou cansada de ter que lidar com essas atitudes imaturas que você vem tendo. Você não tem mais 15 anos, essa fase já passou, cresça, filha.

Ela falou de forma suave, mas com palavras rigorosas. Isso foi como agulhas me espetando; odiava parecer uma criança medíocre só pelo meu jeito de viver.

— Bom, já conversamos e você deve se lembrar do acordo que fizemos sobre suas atitudes. Te dei chances e você simplesmente não aproveitou. Semana que vem você começa na Agosti's.

— Mas mãe... — eu não podia simplesmente não cumprir o acordo e me recusar a não ir para Agosti's.

— Em relação à boate, não vou tomá-la de você. É o primeiro estabelecimento que você comprou com seu dinheiro. Sei o quão importante é para você, Andrea — minha mãe finalmente tocou no que eu queria saber. Realmente, ela não era tão cruel como imaginei.

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