- Adorei nossa noite, Steph. - falei me atirando no sofá e ficando descalço. - E olha que não costumo sair para curtir durante a semana. E hoje é terça. Sinta-se privilegiado! - disse rindo.
- Bom, é mais de meia-noite, então, tecnicamente, já é quarta.
- Ah... certo... - falei, fingindo estar impressionada e ri.
Por isso gostava de estar com Stephen: com ele eu sempre podia ser eu mesma, e rir disso.
- Ãn... Então vou dormir. Sarah quer me ver cedo.
Ele apenas sorriu, com as mãos novamente nos jeans. Era necessário passar por ele para ir para meu quarto, pois ele estava na ponta do sofá, em pé. Fui desviar e tropecei na sandália que havia tirado há pouco. Por sorte Stephen estava ali e me segurou. O encarei, no susto. Suas mãos passaram pelos meus cabelos novamente, mas desta vez os dedos finos estavam quentes em minha nuca. Senti que o calor não estava só em seus dedos quando seus lábios tocaram os meus e estávamos nos beijando. Já havia sido beijada por ele outras vezes, mas algo parecia novo. Stephen passava mais segurança de si até na forma de beijar agora. Me esquivei, depois de me permitir ser beijada, e o encarei. Estava com uma expressão vazia.
- Stephen... - o olhei confusa.
- Uma - ele começou - das minhas maiores saudades foi te ouvir falando meu nome assim, surpresa. Consegui.
- Está tarde. Eu vou... - apontei para o quarto com uma das mãos. Ele riu.
- Vou também. Tem roupa de cama no outro quarto?
Assenti em afirmativa.
- Boa noite, pequena.
E algo me deu que não consegui fazer nada além de acenar para ele.
Fui para o quarto apressada, tropeçando nas coisas no caminho. Já no lado de dentro, fechei a porta e me escorei nela, observando, pasma, a parede vermelha texturizada. O que havia acontecido ali?
Naquele instante fiquei feliz por ter uma suíte e outro banheiro no apartamento. Tomei um banho fresco, me organizei e fui para a cama. Nem o beijo de Stephen poderia atrapalhar meu sono após um longo dia.
- Bom dia. Dormiu bem? - perguntou Stephen quando ultrapassei o balcão da cozinha. Ele estava fazendo café.
- Sim, apaguei completamente. - ele sorriu. - Esse cheiro... - fechei os olhos e inspirei.
- Você... Quero dizer, não era você que não gostava de café?
- Quando se tem horário para acordar e noites em claro lendo papéis, qualquer coisa que mantenha acordada é válido.
Rimos.
- Então vou fazer mais, não sabia dessa mudança sua.
- Nem se incomode. Vou na Bills com Sarah, ela tem algo para me falar.
- Certo... Há que horas é seu intervalo de almoço?
- Se eu conseguir, ao meio-dia posso sair.
- Poderíamos ir juntos até o Free? - Free é aquele restaurante ao ar livre que fui no dia anterior.
- Claro. Vai fazer algo lá perto?
- Tenho um lugar para ir. Talvez consiga um trabalho perto da Palacce.
- Estou torcendo por você. - pisquei - Enfim, vou me vestir.
- Sério? Pensei que fosse ir de pijama.
- Idiota. - fiz uma careta e ri - Quer uma carona?
- Não se preocupe; vou pegar um táxi.
- Certeza? Não está precisando de dinheiro? Se precisar é só falar. Pode me pagar quando puder.
- Estou bem. Obrigado.
- Tudo bem. Vou me arrumar.
Abri o closet e olhei para as prateleiras. Estava calor, tanto quanto no dia anterior. Coloquei um vestido de tecido macio, preto com bolinhas brancas e um salto baixo, prendi os cabelos em um rabo de cavalo, deixando apenas algumas mechas caídas dos cabelos repartidos ao meio.
- Stephen, estou saindo. Qualquer coisa, me ligue.
Considerando a hora, havia bastante gente pelas ruas de Nova York. Cheguei ao Bills e no estacionamento já pude ver o carro de Sarah. Fui a seu encontro no ambiente.
- Até que enfim, garota!
- Bom dia pra você também, Sarah!
- E aí, me conta. E o Steph?
- Me beijou. Ontem. Depois do jantar.
Sarah soltou uma gargalhada e fez um gesto de vitória.
- Sabia! O que mais? Vocês...?
- Não, não. Ele tem um bom gosto cada vez melhor. Digo isso em função do vestido que...
- O que? Ele te trouxe um vestido do Canadá? Amiga...
- Não. Pare.- mordi um donuts - Hmm, mas você não me chamou aqui para me falar sobre meu ex-futuro noivo. Qual é?
- Ih... - Sarah respirou fundo - Essa parte talvez não seja legal.
Notei que sua expressão havia mudado: agora estava séria, parecia conter uma animação.
- Algo grave? - dei um gole no cappuccino.
- Mia, sabe que eu amo você, que é minha melhor amiga, e que confio extremamente em você... Não sabe?
- Sim, e é tudo recíproco. Está me deixando nervosa.
- Você lembra que meu grande sonho era fazer um intercâmbio e me formar... não lembra?
Assenti rápido, com a expressão amedrontada.
- Então... consegui um intercâmbio para a Inglaterra.
Tossi. Me afoguei com o café, e olhei para ela, incrédula.
- Nossa, eu... parabéns! - a abracei - Você vai aceitar? Olha minha pergunta, é logico, isso é incrível. Essa oportunidade é maravilhosa.
- É, exatamente o que estou pensando, Mia. Deixar a Palacce assim, tudo nas suas mãos... Não que você não seja competente; eu sei que é, mas é tanto trabalho. Vou te sobrecarregar.
- Sarah - intrelacei seus dedos nos meus em cima da mesa - relaxa. Se isso vai te deixar feliz, eu dou meu jeito. Além do mais, temos funcionários ótimos que são nossos amigos acima de tudo.
- Obrigado, Mia.
- Quando você embarca?
- Semana que vem.
- O QUE? - sinto que gritei em meio ao café. Estava realmente assustada.
- Fique calma, ora, sem piti aqui. É só no fim da semana.
- Ai meu Deus, Sarah!
- Respire, calma. - ela olhou para o relógio de pulso. - Bem, acho melhor irmos para a Palacce. Deixe para surtar no caminho.
Assenti.
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Are you mine?
RomanceSe depois de muito tempo a vida lhe devolvesse a oportunidade de viver o amor da sua vida novamente, viveria? Até que ponto seria capaz de esquecer tudo pra isso? Não consegue responder? Bom... Mia Wayland também não. "Meus pensamentos são estrelas...