Já tinha passado uma semana desde a última vez que eu tinha ao restaurante.
A minha mãe, por algum motivo que me era desconhecido, não me queria por lá. Ou talvez ela percebesse que eu precisava de um tempo para mim.
De qualquer maneira, não me ia importar com isso, tinha os meus próprios problemas para resolver e a minha mãe iria apenas atrapalhar.
- O que vamos fazer hoje? - perguntou Sacha, enquanto caminhávamos pela praia, ao fim da tarde.
A praia aquela hora estava vazia, apenas sendo ocupada por um ou dois pássaros, gaivotas para ser mais precisa.
O céu estava dividido entre tons de vermelho e amarelo, aquelas cores típicas do pôr-do-sol.
- Podemos não fazer nada, para variar. - disse, sem olhar para ela. - Um dia em casa não te vai matar.
Ela parou.
- Skylar North, eu ouvi mesmo isso?
Continuei a andar, enquanto abanava a cabeça e esperava que ela me acompanhasse.
- Ora Sacha, tanta vida loca até te faz mal.
Ela pareceu um tanto indignada com a minha frase e voltou ao caminho.
- Toda eu sou vida loca, já devias saber.
- Mas eu não consigo acompanhar-te, não sou assim tão fabulosa.
Ela pôs-se à minha frente, impedindo que eu me movimentasse.
- O que... - ela começou a aproximar a sua cara da minha e eu quase tive a certeza que ela me ia beijar. - Que foi?
- Vou fazer um churrasco lá em casa e tu vens comigo.
Levantei o sobrolho e fixei-a.
- Pensei que não tinhas planos.
Ela ficou um bocado atrapalhada e esfregou a cabeça.
- Surgiu-me agora a ideia.
- É preciso convidares-me? - coloquei as mãos na cintura. - Olha que fico ofendida assim.
Ela riu.
- Tu vinhas mesmo que não te convidasse, eu já te conheço. - Deu-me um beijo na cara e continuámos a caminhar, perdidas nos planos para a noite.
- E depois vamos ao cinema. - sugeriu Sacha, quando chegámos à porta da casa dela. - Preciso de uma boa dose de acção para matar o aborrecimento que me persegue.
- Vê lá não te aventures demais. - aconselhei. - És uma pessoa de poucas emoções, afinal de contas.
Sacha carregou num botão e os grandes portões de ferro abriram-se e desapareceu de vista.
Fiquei algum tempo a olhar para onde Sacha tinha desaparecido, a pensar em tudo e em nada, segura de que alguma coisa brilhante iria surgir-me, mais cedo ou mais tarde.
- " Devo andar a ver muitas séries policiais " - foi a conclusão a que cheguei, ao olhar para a minha figura ridícula, ali especada.
Segui o meu caminho de volta a casa e, para minha surpresa, a minha mãe ainda não tivera chegado a casa, embora obviamente tivesse estado lá mais cedo porque a cozinha estava num completo caos.
O chão estava todo coberto de farinha e algo que associei a chocolate encontrava-se em pequenas manchas na parede, na porta do frigorífico e até mesmo na porta da cozinha. Será que a minha mãe tinha dado uma festa? - qualquer coisa era possível com ela, sinceramente. Não me importei muito mas, de qualquer maneira, não iria andar pela cozinha naquele estado.
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Armadilha
HorrorPLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE Um dia igual a qualquer outro. Um restaurante igual a tantos outros. Crianças inocentes e um segurança duvidoso. Não há tempo a perder e quando a filha dos donos do restaurante, Sky, se vê envolvida numa onda de crimes viol...