- Muito bem, querida, faz um desejo. - ouviu-se a mãe de Catherine, Mrs. Claire, falar.
A menina morena de feições redondas e bochechas rosadas fechou os olhos e, suavemente, soprou as velas que enfeitavam o bolo.
Houve palmas, gritos e crianças a correr de um lado para o outro, apenas divertindo-se.
- Como isto é excitante. - disse baixinho, enquanto pegava nos pratos e os levava para a cozinha, para que a minha mãe os pudesse lavar.
Depositei-os em cima do balcão.
Parei em frente à porta e observei a pequena selva que se tinha começado a formar: os miúdos começaram a riscar as paredes da pizzaria, a deitar comida para o chão e a esconderem-se, aqui e ali, na esperança que os encontrassem.
Em toda a extensão da pizzaria, era possível observar vários desenhos feitos pelas crianças que retratavam os robóticos e pareciam todas muitos felizes, agarrando um presente aqui e outro além, cantando com os robóticos ou simplesmente a comer com eles.
Sacha apareceu do nada e encostou-se à porta da cozinha.
- Bonita festa, Mrs. North. - disse enquanto olhava para a minha mãe. - Demasiado agreste para uma noite.
A minha mãe riu, tentando ignorar os comentários não solicitados de Sacha.
Sim, é verdade que a minha melhor amiga não tinha papas na lingua e dizia o que lhe vinha à cabeça mas a minha mãe sabia que ela tinha razão.
- É só por hoje, Sacha. - disse a minha mãe entre dentes. - Amanhã isto estará mais calmo.
- Felizmente. - disse eu e desapareci de junto delas, tendo ido buscar uma esfregona para limpar a sujidade que se tinha acumulado, num canto do restaurante.
Uma criança de cabelos pretos curtos e com um vestido cor-de-rosa aproximou-se de mim e puxou-me a bainha das calças, tentando chamar a minha atenção.
Continuei a esfregar, nem tenho dado pela presença da mesma até que ela se pôs à minha frente, segurando um chupa-chupa na boca.
- Olá. - disse eu baixando-me para ficar ao mesmo nível da pequena. - Estás bem?
Ela pareceu um bocado nervosa por eu estar a encará-la e não pronunciou nada, apenas ficou a olhar para mim, enquanto comia o seu chupa-chupa.
Dei-lhe uma festinha na cabeça e continuei o meu trabalho embora, por mais que não me importasse de ter a criança a olhar para mim, isso me causasse desconforto.
- Porque não vais brincar com os outros meninos? - inquiri, curiosa ao ver que todos se estavam a divertir...e a sujar.
- Porque eles são maus. - foi a resposta que obtive. - E eu não quero brincar com eles.
- Hmm.. - virei a cabeça à procura de Sacha ou da minha mãe mas, infelizmente, não via nenhuma das duas. - Que queres fazer então?
Ela tirou o chupa-chupa da boca e apontou para trás de mim.
- Quero brincar com eles.
No canto onde estávamos, baptizado de Canto Oeste, existia um palco encostado à parede e onde estavam três figuras robóticas, desenhadas no formato de animais simpáticos e fofinhos, apenas para entretenimento das crianças.
Atrás das figuras existia uma parede castanha de tijolos e vários holofotes para iluminar o palco, apenas usado à noite. Existiam várias figuras a imitar nuvens e estrelas, assim como várias câmaras espalhadas pelo restaurante, para garantir que não ocorriam incidentes.
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Armadilha
KorkuPLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE Um dia igual a qualquer outro. Um restaurante igual a tantos outros. Crianças inocentes e um segurança duvidoso. Não há tempo a perder e quando a filha dos donos do restaurante, Sky, se vê envolvida numa onda de crimes viol...