N.A: Atendendo a pedidos, escrevi uma fanfic. Espero que gostem e se divirtam tanto quanto eu quando escrevi.
O fim da tarde se aproximava, Anne se sentava na poltrona próxima à janela, enquanto lia um livro. Ouviu a porta da entrada ser destrancada, mas não se virou para cumprimentar quem entrava. Havia pelo menos uma semana que sua interação com Carol se limitava a cumprimentos cordiais e treinos do time. Sabia que o desentendimento entre elas fora intensificado por uma série de acontecimentos, entretanto, não conseguia encarar a companheira ainda.
Disputar a superliga era cansativo e estressante. Antes de iniciar os jogos, tiveram outros campeonatos, mais curtos, mas que permitiram que o Dentil Praia Clube participasse do mundial de clubes. Anne suspirava só de lembrar todos os treinos extras e a longa viagem para a Turquia que tiveram, onde terminaram na quinta posição. Quando voltaram, mal tiveram tempo e já estavam disputando um jogo de returno com o Barueri. E foi aí que começou a se desentender com Carol.
Estava exausta, estressada, tendo como objetivo se manterem na primeira posição para os plays off. E o time de Barueri viera forte para o jogo, com grande volume e bons saques. Anne sabia que tinha dificuldade na recepção e que sempre era alvo dos outros times e, naquele dia, não fora diferente. Não conseguira, então, manter-se constante na recepção e no ataque. Todo o time estivera nervoso e estressado, e Carol parecia ainda pior, cobrando a todos. A gota d'água fora um bloqueio quebrado que Anne e Carol tentaram fazer e sofreram o ponto.
Após isso, tudo fora muito rápido, Carol apontara o dedo em sua cara e ela também gritara com a central. Lembrava-se de Claudinha e Kasiely separando as duas e a torcida, tensa, observando. Depois disso, não se falaram mais durante o jogo, inclusive Anne fora substituída algumas vezes por Tainara, que jogara melhor, mas o time ainda fora derrotado.
Carol, por outro lado, não conseguia parar de pensar em como fora dura com Anne. Desde a briga em quadra, ela tentava se redimir com a ponteira de alguma forma e não conseguia abertura. Elas passaram o natal com a família da central, Anne conseguira disfarçar bem a situação de ambas, e aquele dia havia sido a última vez que mais conversaram.
- Oi – disse Carol, tentando chamar atenção da companheira. Escutou um murmúrio em concordância, mas a outra continuava de costas para ela. - Precisamos conversar.
Houve um breve momento em silêncio, até Anne fechar o livro e levantar da poltrona, indo sentar no sofá, onde podia ver a noiva.
- Sim? – indagou a ponteira.
- Anne, por favor, nós vamos viajar! – exasperou-se a central, como de praxe. – Não quero que continuemos brigadas.
- Estou cansada, Carol. Sei que se desculpou e que eu fiz o mesmo, mas ainda estamos estressadas, não acho que conseguimos realmente nos perdoarmos. Vamos só aproveitar nossas férias na Holanda e deixar que tudo se resolva aos poucos – Anne se levantou, encerrando o assunto. – Vou fazer nosso check-in online.
Mais tarde, quando embarcaram no voo para Amsterdã, já se passava das quatro da tarde. De acordo com as lembranças de Carol, elas teriam pelo menos doze horas trancadas no avião, tempo suficiente para se reconciliarem. Ledo engano. A central se sentou na poltrona ao lado da janela, enquanto Anne ficou com a do corredor. A ponteira se ajeitou confortavelmente, pôs o sinto e colocou fones de ouvido, fechando os olhos.
Carol a observou, perplexa. Definitivamente estava recebendo um gelo da noiva e aquilo estava a exasperando. Após duas horas, a central já havia gasto toda sua criatividade com as formas das nuvens, remexera-se incontáveis vezes, na esperança de que Anne abrisse os olhos e perguntasse se estava tudo bem. No fim, bufou e afundou-se na poltrona. Se a ponteira queria um tempo, ela daria um tempo. Enfim decidida, também colocou fones de ouvido e tentou dormir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Atenção pro cheque
FanficPara Anne, jogar a superliga de vôlei e estar noiva de Carol normalmente contrariava o dito popular "sorte no amor e azar no jogo". Mas naquele dia fora diferente. A discussão em quadra a atingiu mais do que gostaria e precisava de tempo para assimi...