Não escreva sobre mim - Snupin

Cicatrizes

N/a: Oi! Estou de volta com a continuação da fic. Já deixo claro que não tenho previsão para fazer atualizações, mas pretendo tornar dessa história uma shortfic com até 10 capítulos. Espero que gostem e estou aberta a sugestões para o desenvolvimento do relacionamento snupin. Não esqueçam de votar nos capítulos e boa leitura!

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CICATRIZES.2

– Seu perfume de segredos rasga minha pele e desmancha meu ser

Quando nada sobra, ainda posso ver cicatrizes de um sonho medíocre marcarem meu peito

Florestas de sombras não me fazem esquecer esperanças do passado

No fundo de um caldeirão esquecido na prateleira mais alta, você me amou por um momento

Remus leu em frente a turma, manchas escuras faziam bolsas abaixo de seus olhos, a lua cheia se tornava mais cruel a cada mês. Após alguns comentários breves, o Lupin se sentou em seu lugar, passando o restante da aula sem conseguir se concentrar em nada que não fossem os machucados da noite anterior. Ele não pensou muito na poesia a ser compartilhada naquela semana, porém, naquela mesma sala, um sonserino de olhos negros se viu remoendo palavra por palavra. Fazia poucos dias desde que sua amizade com Lily Evans fora por água a baixo, com isso, era fácil tomar as dores da poesia para si. Além do mais, para Severus estava óbvio a inspiração de Remus: um romance fadado ao fracasso, entre duas pessoas que já escondiam segredos demais uma da outra.

Em um breve acesso de raiva, Snape se viu indo até o grifinório ao fim da aula. Seus sentimentos pela ex melhor amiga eram tão perceptíveis assim? Talvez fossem o suficiente para que o licantropo debochasse dele com mais um de seus textos. Até porque, ele sabia que em uma hora ou outra, Remus perdoaria Sirius Black e James Potter, ainda que ambos tivessem grande parcela de culpa no que ocorreu entre eles.

– Eu disse para não escrever sobre mim – Snape disse, segurando o braço do Lupin, impedindo-o de seguir a maré de estudantes para fora do local. O loiro franziu a testa.

– Eu não escrevi sobre você — respondeu com a voz rouca, o assunto pareceu tão sem sentido para Remus que imediatamente Severus percebeu seu engano — Por que você achou que...

– Esqueça, foi um engano meu – O moreno corrigiu rápido, soltando-o e caminhando para longe a passos largos. Sua mente estava agitada, uma onda de sentimentos o dominou durante alguns minutos tortuosos.

A verdade é que estava buscando desculpas para se sentir ainda mais rejeitado e humilhado por todos a sua volta. Afinal, não esperava nada menos que isso a anos. Uma cicatriz impossível de desaparecer depois dos anos de exclusão e bullying. Mais uma coisa que devia aos marotos, pensou.

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Um dia especialmente frio ocorreu naquela semana, e, por se tratar de um imprevisto, Severus teve que tomar caminhos inesperados para buscar uma roupa a mais nos dormitórios da sonserina. Em meio ao seu trajeto, saindo de uma das torres pequenas por suas escadarias externas, avistou ninguém menos que Remus Lupin carregando cinco ou seis livros grandes. O constrangimento de seu engano o atingiu em cheio. Não haviam tido aula de literatura e poesia desde que o grifinório narrou sua produção em frente a sala, com isso, Snape ainda não havia ficado em frente ao loiro. E não que ele sentisse a necessidade de se desculpar novamente, mas mais que tudo ele gostaria de saber o que Remus havia achado daquele confronto vergonhoso.