8. Agora ou nunca.

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Capítulo 8: Agora ou nunca.

As coisas agora eram diferentes, ou quase, pelo menos Harry sentia-se sempre no céu, ele e Draco mantinham contato como nunca antes, com direito a mensagem no meio da noite, emojis e coisinhas engraçadas compartilhadas. Mas existia uma parte nessa aproximação que fazia Potter agradecer aos elementos sempre que possível, existia agora um dia da semana em específico que fazia o ômega flutuar, quase sem pisar no chão, sabendo que poderia aproveitar de um jeito diferente a companhia do seu chefe e bom amigo Draco. A chegada do sábado era quase a realização de um sonho, no último dia da semana, existia menos trabalho e a empresa parecia estar sempre mais lenta, mais tranquila, todos se preparando para um bom fim de semana, normalmente muitos saiam mais cedo de seus turnos, era o dia perfeito também para seus encontros.

E claro, Harry sabia que não eram encontros românticos, como ele às vezes fantasiava, apenas às vezes e obviamente com muito cuidado para não criar ilusões desnecessárias, mas mesmo assim eram esses dias que às vezes mantinham o bom humor do ômega. Nem sempre os dias no trabalho eram satisfatórios, o volume de contas e excesso de revisões no quadro econômico da empresa o deixavam tão cansado que nem mesmo a presença do seu chefe o acalmava, porém eram suas obrigações, lembrar que teria um dia apenas seu e de seu-não-alfa após todo aquele estresse era satisfatório.

Aqueles encontros já se estendiam por mais de um mês, quase dois meses para ser mais exato, Harry sentia-se cada vez mais próximo do alfa e mais tentado a falar sobre seus sentimentos. Draco se mostrava ainda mais um homem justo, e chega a um ponto em quase todos os corações apaixonados, que segurar, esconder aquele sentimento se torna torturante, sendo a ideia de confessar o que sentia muito menos sufocante do que continuar mantendo todo aquele desejo, toda aquela paixão nas sombras.

Mais um sábado chegou, e com ele o desejo de ser sincero sobre seus sentimentos, não poderia mais continuar se enganando, estava apenas se afundando nos sentimentos que sentia pelo alfa, suas saídas, às vezes para o cinema, mas majoritariamente para jantares estavam fazendo-o sonhar demais, ao ponto de fazê-lo crer que em alguns momentos Draco estaria flertando com ele, tomado por um tom charmoso e um sorriso ladino que deixava as pernas do moreno moles como gelatina.

Talvez seja melhor contar de uma vez, pensou, lembrando-se do último encontro, em que no meio de uma dança quase deixou escapar a frase "meu alfa", claramente por estar um pouco tonto com os rodopios da dança e a taça de vinho que havia ingerido, reconhecendo-se como um homem fraco para bebidas, não foi novidade se ver sonolento e um pouco instável nos braços do loiro. Draco o acompanhou até sua casa, certificando-se de que o moreno chegaria bem até lá. Era provável que para Malfoy aquele era um favor, estava cuidando de um amigo em uma situação quase vulnerável. Mas para a mente confusa pela paixão e pelo álcool, pelo cheiro do alfa impregnado em suas roupas e seu nariz, era a demonstração de cuidado de um alfa para seu ômega.

Claro que não fazia tanto sentido a tese do ômega, porém naquele momento ele só se permitiu romantizar os atos do Malfoy, já que o abraço que deu no alfa ao ser deixado em frente a sua porta e o esfregar de bochechas pareciam agora apenas um delírio, acreditando vagamente que o alfa retribuiu o acariciar dos rostos e ainda deixou um leve beijinho em seu nariz. Mas isso não era certeza, talvez fosse apenas efeito da bebida e do que Potter gostaria que tivesse acontecido naquela noite, talvez.

E num ciclo eterno de talvez, Harry agora pensava quase todas as noites, ao colocar sua cabeça em seu travesseiro, em confessar seus sentimentos ao alfa bonito. Colocando novamente em todas as balanças mentais os prós e os contras daquela decisão, sabendo que existem riscos demais a serem corrigidos, como por exemplo acabar com o clima amistoso em seu trabalho, criando uma sensação de vergonha e desconforto eterno, já que passava seus dias com o alfa, tendo contato direto com ele quase sempre. Existiam muitas coisas a serem pensadas e levadas em conta, ele já havia feito cálculos e mais cálculos sobre sua situação tantas vezes, mas agora, tomado pela agonia de não aguentar guardar aquele segredo, se via refazendo e tentando encontrar uma boa saída para o problema, uma que não mexesse com sua situação confortável com seu chefe e seu trabalho, ou com seus sentimentos.

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