𝐒𝐀𝐂𝐄𝐑𝐃𝐎𝐓𝐈𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐔𝐒𝐄𝐒 ᵗᵛᵈ' ᵗᵒ'

- 𝐚 𝐛𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞

9 de dezembro de 2005

Bonnie olhou em sua mochila da escola mais uma vez para o pequeno saco plástico de pó que sua avó lhe dera. Ela o carregava há uma semana sem fazer nada com ele.

"Bonnie, pegue isso. Aproxime-se deles o máximo que puder antes de liberar este pó. Quando eles respirarem, isso deve impedi-los de usar sua magia", disse Sheila à jovem. Ela usou o medo que Bonnie sentia dos dois irmãos para convencer a jovem bruxa a agir contra seus colegas. Para tirar deles uma parte de seu ser. Para matá-los.

Ninguém realmente conhecia a fonte do poder de um Magi. Nenhuma bruxa sabia. A maioria dos Magos não conhecia as verdadeiras origens de seus poderes. E aqueles que sabiam mantiveram isso como um segredo bem guardado. A maioria sabia que a magia irradiava dos corpos dos Magos como o calor de uma fogueira. E o pó feito das pétalas das cinzas queimadas da flor Cosmos Blackshaw foi cortado do acesso de um Magi ao seu poder mágico. A flor era rara, então não era frequentemente usada contra os Magos, então ninguém sabia o quão venenosa a flor era para os Magos. Uma vez que as partículas da flor entrassem na corrente sanguínea, inevitavelmente chegariam ao coração onde o núcleo mágico está localizado.

O veneno entrará no núcleo, causando instabilidade na magia dos Magos, fazendo com que eles se tornem completamente incapazes de canalizar seu poder. O Núcleo se degradará ao longo de vários dias até que eles percam toda a sua magia. Uma vez que um Magus perdeu sua magia, eles instintivamente sabem que um encontro com Thanatos era inevitável.

De alguma forma, Abby Bennett tinha há muito tempo uma pétala de Cosmos Blackshaw, que ela deixou para sua mãe quando abandonou sua magia. Em um antigo grimório ancestral, Sheila encontrou uma passagem carnuda sobre os Magos e o uso do Cosmos Blackshaw que afirmava erroneamente que removeu o poder de um Magi. Ela queimou a pétala da flor, colocou as cinzas em um saco e deu para Bonnie.

Bonnie estava apreensiva no início, mas toda vez que ela se aproximava dos irmãos Donovan, o mesmo poder sufocante se espalhava ao seu redor. Com o passar dos dias, sua hesitação diminuiu e suas convicções cresceram. Ela não queria ir para a escola todos os dias sentindo que ia morrer toda vez que um deles se aproximasse. Ela queria se livrar do medo do perigo que os irmãos representavam, então decidiu usar o pó. Quando a escola acabou, Bonnie correu para fora da sala de aula para o estacionamento de ônibus da escola sabendo que Matt e Ria estariam correndo para pegar o ônibus juntos para voltar para casa.

Ela segurou o pó contra o peito, escondido por seus cadernos enquanto observava a aproximação dos dois jovens Magos. Quando ela os viu, ela desviou o olhar. Ela preparou seus nervos e voltou a entrar na escola enquanto fingia procurar em sua bolsa. Ela olhou para os irmãos ocasionalmente para saber a distância que precisava ir, mas percebeu que não precisava, pois sentia o poder deles quanto mais perto estava deles. Bonnie se jogou nos irmãos, fazendo com que todos caíssem no chão e o pó preto se espalhasse ao redor deles.
O pó estava em suas roupas, sua pele e seus cabelos. Os irmãos não sabiam do perigo que a cinza negra representava quando simplesmente se levantaram e se afastaram do jovem Bennett.

Na manhã seguinte, Lora procurou freneticamente nos grimórios um feitiço de diagnóstico. Tanto Matt quanto Ria adoeceram com febre, dores e calafrios e estavam tossindo sangue. No momento em que ela espalhou as ervas esmagadas sobre os irmãos, uma luz brilhou ao redor deles, até que apenas seu coração brilhava em uma cor preta profunda. Seus olhos se arregalaram quando ela caiu de joelhos. "Não." O grimório de Thea era o mais antigo da coleção com dois mil anos. Ela havia lido a passagem oculta sobre a flor Cosmos Blackshaw e sua natureza venenosa para os Magos. A flor era tão rara que ela nunca imaginou que representaria uma ameaça para ela e seus amigos. Thea tinha sido uma teórica quando estava viva. Ela afirmou que não havia antídoto para o veneno.