Depois de uma longa noite acordada cuidando de Andrew que estava doentinho, fui para a escola parecendo um zumbi, não podia mais faltar. Estava com muitas olheiras e meus olhos extremamente inchados, adentro no meu inferno particular e faço de tudo para que ninguém me visse naquele estado, e infelizmente minha tentativa de ficar invisível foi em vão.
- Olha quem chegou se não é a puta orfãzinha!
Respiro fundo, repito meu mantra mentalmente: Não escuta, não escuta. Eu posso tudo, eu vou conseguir tudo. Continuei andando e repetindo, quando de repente sinto um puxão na minha bolsa.
- Não tá me ouvindo falar não sua putinha? Quando Nádia Parkes fala todo mundo tem que parar para me ouvir!
Solto uma gargalhada alta, não consigo me controlar. Todo mundo para o que está fazendo e olham diretamente para nosso "diálogo" inclusive Tom se aproxima de sua namorada e fica lá do lado dela esperando minha resposta. Para quem não sabe Tom namora Nádia, mais a trai com todas as meninas do colégio só a retardada que não sabe ou se faz de desentendida.
- Devia não se preocupar tanto comigo Nadia, se eu fosse você ficava de olho nesse seu namoradozinho aí e nas meninas que ele pega escondido de você.
Todo mundo ficou com cara de choque, principalmente Tom que ia falar algo quando eu sinto um tapão forte no meu rosto. Aquela desgraçada me deu um tapa.
- Olha aqui órfã isso aqui é para você aprender a não tocar no nome do meu namorado e isso aqui (cuspe meu pé) é por você ousar a levantar a voz pra mim! – Nádia fala com um sorriso malvado no rosto, enquanto o bonito do namorado dela se safa eu que arcado com as consequências.
Não é a primeira vez que alguém bate em mim, mais dessa vez foi diferente, me senti completamente humilhada. Nunca fiz nada para merecer isso, saio daquele lugar chorando mais uma vez, vou até a diretoria reportar esse episódio. Chegando lá peço Alice que é a secretária para poder entrar na sala do diretor, ela prontamente atende meu pedido e me acompanha até a sala dele.
- Diretor Oliver, tem uma aluna querendo falar com o senhor.
- Pode deixá-la entrar Alice, e por favor deixa a porta aberta ok?
- Sim Senhor. Pode entrar Zendaya, ele está te esperando.
Entro na sala dele com a cabeça baixa, apertando com força meus dedos e tentando controlar meu choro.
- Olha só quem eu vejo por aqui, tudo bem meu bem? O que foi que aconteceu?
Desato a chorar novamente e dessa vez não consigo me controlar. Ele se levanta pega uma água pra mim e me estende lenços de papel para que eu possa limpar as lagrimas persistentes.
- Aconteceu que eu não suporto mais essa escola diretor Oliver, todo dia eu sou motivo de piada e de insultos, hoje foi a gota d'agua levei um tapa na cara pelo simples motivo de responder um insulto de uma aluna a altura, e só respondi por que eu não suporto mais. Todo dia é um martírio eu ter que vir para cá, como se minha vida já não fosse o bastante fácil ainda tenho que aturar todo esse bulling comigo.
- Querida a quanto tempo isso vem acontecendo?
- Desde a morte dos meus pais Diretor.
-E quem são os autores desses insultos?
- Todos, mas eles só vão seguindo a onda. Os que realmente me insultam e me machucam são Holland e Parks.
-Somente Tom Holland e Nádia Parks?
- Sim, eles são os principais. As vezes não consigo ter paz nem na minha própria casa.
- Certo já escutei tudo, vamos fazer o seguinte, vá para sua aula, finja que não aconteceu nada. Eu vou tomar as devidas providencias, vou chamar os pais do Holland e da Parks para comparecem aqui na escola.
- Obrigado diretor.
Saio da sala dele e me dirijo até minha aula de literatura. A manhã passa sem mais nenhum outro incidente, vejo Alice entrar na sala e chamar Nádia e mais ou menos depois de 30 minutos dela fora da sala, Alice retorna e chama Tom. Nádia retorna e antes que se sente em sua cadeira solta um olhar mortal para mim, mas não fala nada, simplesmente volta a acompanhar a aula.
Finalmente a aula acaba e eu me preparo já para sair e pegar meu irmão na creche. Enquanto eu faço meu caminho de costume sinto como se alguém estivesse me seguindo, tiro meus fones e olho pra trás, não vejo ninguém e volto a caminhar. Faltando um quarteirão pra chegar na creche de Andrew sinto alguém me puxar pra um beco e tapar minha boca, me assusto e imediatamente tento gritar sendo imprensada mais ainda na parede.
- Cala a porra da boca Zendaya! – Ele solta a mão da minha boca.
- Tom?
- Não, minha vozinha, claro que sou eu.
- O que você quer? Me deixa em paz pelo amor de Deus.
- Escuta aqui Darling, quem você pensa que é para ir até o diretor e contar tudo aquilo? Sabia que meus pais estiveram lá e se eu voltar a falar ou fazer qualquer coisa com você no colégio eu sou tirado do futebol?
- Bem feito! - Falo rindo.
- Como é? Tem medo do perigo não garota? – Tom se aproxima mais de mim e continua me encarando e segurando meu rosto para que eu olhe apenas para ele.
- Eu te avise, se caso eu voltasse a ser insultada por um e vocês eu ia tomar as devidas providências. - Encaro de volta.
Ele se aproxima mais um pouco, sem tirar os olhos dos meus e faz algo que nunca poderia imaginar, ele me BEIJA. Eu no começo tento resistir de todas as formas possíveis, mas ele tem muito mais força do que eu e consegue me segura e num deslize consigo me soltar dele.
- Nunca mais faça isso seu idiota - Limpo minha boca, meu rosto está para explodir de tanta raiva.
- Me deixa em paz, se você continuar no meu caminho dessa vez não será o diretor que será notificado e sim a polícia.
E da mesma forma que a namoradinha dele cuspiu nos meus pés de manhã, eu fiz o mesmo com ele cuspi em seu pé.
- Ah Tom, e nunca mais encoste essa boca imunda em mim.
Pela primeira vez nesses dois anos consegui deixar tom no lugar dele e sem palavras, ele não revidou só ficou lá igual um retardado olhando pra mim.

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Enemies to Lovers
Short StoryZENDAYA uma menina/mulher doce que teve que crescer a força depois de um trágico acidente que assolou sua família, a deixando órfã e responsável por seu irmão de apenas 3 anos. Aos seus 17 anos Zendaya se tornou mãe de seu próprio irmão, teve que ab...