CHAPTER 1

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Segunda-feira

Segundas são os piores dias para mim, todos os dias acordo 6:30 da manhã, mas nas segundas preciso acordar sempre mais cedo, Andrew meu irmão se apegou a mim de uma forma surreal depois que nossos pais morreram, e para que eu possa estudar eu o coloquei em uma creche. Graças a Deus eu e Andrew recebemos uma pensão do governo pois meu pai trabalhava para um órgão do governo, então, depois que não deixei mais que a senhora Holland cuidasse dele precisei colocá-lo em uma creche. E é aquele chororó na segunda, ele não quer me largar de maneira nenhuma, as vezes a professora precisa tirar ele a força do meu braço e isso parte meu coração.

Já está quase na Hora de deixá-lo na creche, preparo a bolsa, as mamadeiras, as roupinhas e as fraldas. Pego minha mochila e a bolsa dele, e o coloco em meu braço já para sairmos. Assim que eu coloco meu corpo pra fora me deparo com meu insignificante vizinho aos beijos em plena 7:20 da manhã com uma das animadoras do colégio no seu carro e bem na porta da minha casa, ele faz de propósito. Tento passar o mais despercebida possível mais minha tentativa de fuga sem ser vista é em vão.

- Opa, opa paradinha ai! - Ele diz abraçando a loira e olhando com cara de deboche pra mim.

- O que é Hollad, está vendo que eu estou com o menino no braço não? – Falo irritada.

- Não sou cego Darling.

- Já falei pra não me chamar assim.

- Aaah tadinha dela, só quem podia chamar ela de Darling era o paizinho querido dela que morreu. - Ele solta uma gargalhada tão alta que assusta Andrew.

Fico balançando meu irmão, fazendo com que ele se acalme um pouco. Me aproximo do carro dos Holland, olho nos olhos de Tom e digo:

- Lave essa sua boca imunda para falar dos meus pais, eu já te disse que não quero que você chegue perto da gente, eu já te disse que não vou mais aturar qualquer tipo de insulto vindo da sua parte.

- Vai fazer o que, vai me matar igual você fez com seus pais? – Ele me encara.

Não aguento, meus olhos se enchem de lágrimas e eu saio com Andrew no braço no sentido contrário de onde estava o carro. Lagrimas escorrem pelo meu rosto, meu irmão continua chorando e eu desesperada entrando em uma crise de ansiedade. Começo a andar mais depressa e finalmente chego na creche, por um milagre dos céus Andrew não faz escândalo e vai com a professora sem nenhum problema, eu com a voz embargada digo:

- Professora na bolsa dele tem tudo que ele vai precisar hoje, qualquer coisa pode me ligar que eu venho correndo – digo a ela ainda com meus olhos vermelhos e inchados de chorar durante o caminho.

- Oh meu amor está tudo bem com você? – Ela pergunta.

- Não, não tá nada bem, eu só queria meus pais aqui comigo. - Me desato a chorar, dou um beijo na cabeça do meu irmão e saio dali totalmente sem rumo, não iria para o colégio.

Sem nem me dar conta eu estou na trilha dos Apalaches seguindo até a casa abandonada que eu encontrei em uma de minhas incontáveis crises. Quando avisto a casa corro pra dentro dela e fico no canto agachada e chorando. Não sei quantas horas eu fico ali naquela posição sei que escuto meu celular tocar e o nome da creche aparece bem grande no visor.

- Oi Zendaya, só passando para informar que estamos fechando já, como você não chegou na hora que sempre chega e a senhora holland passava por aqui em frente decidimos que ela o levasse, já que ela é sua vizinha! – Ela fala assim na maior irresponsabilidade do mundo, me levanto na hora e já saio da cabaninha em direção a cidade.

- Como é que é? Você deixou que meu irmão fosse levado por essa senhora sem meu consentimento?

- Mas vocês são vizinhas não vi problema.

- Você não tem que ver nada, ele é minha responsabilidade de ninguém mais. Infelizmente me atrasei aqui e eu espero do fundo do meu coração que isso não se repita. Ele só pode sair daí comigo ouviu? – Falo desesperada.

- Sim, sim, desculpa Zendaya isso não irá se repetir mais.

- Acho bom mesmo, passar bem. – Desligo o celular, e saio na maior velocidade do mundo pra pegar meu irmão na casa daquela família. Demoro cerca de 25 minutos para chegar na minha rua, visualizo a casa dos Holland me dirijo até lá e bato na campainha. Quem atende é o filho mais novo Patrick.

- Oi vizinha,veio buscar seu irmão? – Sem ele terminar de falar já vou entrando dentro de casa procurando-o.

- Patrick, cadê sua mãe? – falo procurando por ela.

- Ela não está, saiu com meu pai. – Ele falou inocentemente

- Então onde diabos ela deixou meu irmão?

- Ele tá aqui comigo vizinha! – Quando escuto aquela voz me arrepio toda, Tom olha pra mim rindo.

Merda, merda, merda.

Subo as escadas, tomo Andrew a força do braço do Tom, não dirijo nem uma palavra a ele.

- Patrick avise a sua mãe que ela, nem ninguém dessa casa está autorizado a pegar Andrew na creche ok? – Falo segurando o queixo do menino.

- Certo, Z pode deixar que eu falo pra mamãe! – Ele sorri me dando um abraço, fico sem reação.

Tom continua no alto da escada observando tudo e já quando estou saindo da porta ele solta:

- Não se acostume Darling, aqui não é orfanato e muito menos casa de caridade.

Me viro e só mostro o meu dedo do meio pra ele e saio depressa dali.

Chego em casa jogo tudo no sofá e subo pra tomar banho e dar banho no Andrew. Depois de banhados deixo ele brincando e vou providenciar nossa janta. Por um momento consigo esquecer a merda de dia que tive hoje e foco o resto da noite em meu irmão. Amanhã começa tudo de novo.

Enemies to LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora