"Para o bobão do Tomioka-san"

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Já havia acabado, toda dor e todo sofrimento. Muzan foi derrotado, e agora nós e os todos os caçadores que já não estão mais entré nós, poderíamos descansar em paz sem se preocupar com o dia seguinte.

Flores de cerejeira estavam tão floridas quanto antes, percebi isso quando fui visitar Tanjirou e os outros feridos na mansão borboleta, eu fiquei a observando como se tudo ao meu redor parasse e me prendia em meus pensamentos livres de medo.

-Licença, Tomioka-kun?- Senti a presença da Kanao atrás de mim, então saí do meu transe e passei a prestar atenção nela

-Antes de falecer...- deu uma pequena pausa, como se isso causasse enorme dor para a mesma- A senhorita shinobu me pediu para que o senhor fosse para o escritório dela e procurasse algo, ela me falou que o senhor saberia oque é- Kanao me disse e não consegui segurar a expressão de surpresa.

Kocho?

Meu estômago embrulhava só de lembrar, apesar de estar muito feliz, não havia superado o luto em perdê-la. Ainda me recordava do som no qual o corvo fazia anunciando sua morte, eu não conseguia acreditar, só caiu a ficha quando acabou toda a batalha e eu me coloquei aos prantos longe das demais pessoas, elas estavam felizes e não precisavam me ver naquele estado. Porém, doía muito.

Fiz então oque a borboleta que restara havia me falado e me dirigi ao escritório da Kocho, cada passo acelerava mais o meu coração, não sabia se estava preparado para entrar no seu local favorito e voltar a me recordar da dor que foi saber da sua morte.

A porta estava à minha frente.

Peguei maçaneta e me mantive a pensar, se estava preparado para isso, mas eu conheço a Kocho e ela ficaria com muita raiva se soubesse que não tive coragem.

Então abri

Assim que adentrei ao cômodo senti um leve aroma de pétalas de flores frescas. Era o seu cheiro, o mesmo que eu sempre gostava mas não havia coragem de falar.

Ah se eu pudesse ter mais 5 minutos, falaria que gostava do seu cheiro e do seu cabelo solto, apesar que ela raramente deixava, só quando estava tão ocupada que não tinha tempo nem de prendê-lo.

O cômodo era perfeitamente organizado, tinha vários esqueletos e papeis na parede sobre remédios e medicamentos especiais.

me lembro que odiava que entrassem aqui, então qual o motivo para que quisesse que eu vinhesse?

Adentrei mais fundo e olhei cada detalhe, mas oque me chamou atenção foi sua escrivaninha que passava a maior parte do tempo, ao seu lado tinha uma enorme janela que refletia a enorme flor de cerejeira que eu tanto estava observando, e suas pétalas acabaram caindo em sua mesa de trabalho.

Acreditei que ela odiaria as pétalas na escrivaninha e quando fui limpá-las, havia uma carta com um selo roxo e uma borboleta estampada.

Não consegui manter a curiosidade e peguei a carta, atrás dela havia uma mensagem

"Para o bobão do Tomioka-san."

Meu corpo todo parou, senti um frio na barriga enorme antes de abrir. Tirei o selo roxo e peguei a carta de dentro.

1 dia antes da batalha,
Para o bobão do Tomioka-san.

Tomioka-san, você se lembra?

Lembra do dia em que nós conhecemos? Tomioka-san.

Eu havia acabado de perder minha irmã e estava tão mal que não conseguia sair da cama, foi quando o meu corvo me alertou que eu havia sido convocada para ser uma hashira.

As cartas de despedida- Tomioka×ShinobuOnde histórias criam vida. Descubra agora