Otto teletransportou os amigos para a casa de Jessie, lá Artie explicou o que aconteceu, de como acordou, da conversa com V, de como foi torturado e de como escapou. Mas por algum motivo omitiu o fato de ter feito um acordo com Wulf.
— A comida chegou! — Anunciou Jessie erguendo os pacotes para o alto.
— Até que enfim, — exclamou Artie —, eu estou faminto.
— Especial da casa para o Artie, X-Salada para a Anna, lanche de costela para o Otto e cachorro-quente para mim.
— Você sempre é a diferente né amiga? — Comentou Anna enquanto desembalava o seu lanche. — Todo mundo pediu hamburguer e você pediu cachorro-quente.
— Deixa a menina ser diferente. — Disse Arthur olhando fixamente para o seu jantar. — Eu quero mais é comer! Passei o dia todo sem comer nada.
Ele morde o lanche, mastiga e engole. Lagrimas de satisfação escorrem por seu rosto. Artie começa a tossir como se estivesse engasgado, "Você está bem?" perguntou Jessie preocupada, "Ele só comeu rápido demais" disse Otto entre uma mordida e outra. Arthur vomita o que acabará de comer.
— Foi mal, — disse com voz de doente —, do jeito que a comida bateu no meu estomago ela voltou com tudo.
— Eu vou pegar um pano. — Disse Jessie ao sair.
— Eu cheguei a perder o apetite. — Anna largou o lanche na mesa e foi atrás de Jéssica.
Otto e Artie ficaram sozinhos na mesa, o loiro não se incomodou com o acontecido e continuou comendo, olhou para o chão ao lado, revirou os olhos, estalou os dedos e magicamente o que estava sujo ficou limpo.
— Deve ter sido um efeito colateral de alguma coisa que te injetaram no esconderijo do V.
— Provavelmente... — Arthur olha para o lanche mordido, já não está mais com fome. Ele pega o celular e digita algo. — Avisa as meninas que eu fui para casa.
Sem dar tempo para que Otto pergunte como planejava ir embora, o garoto lê algo que estava escrito no telefone celular "accipe me Home". Uma nuvem de fumaça azul-acinzentada o envolve e o leva para o portão de casa.
— Mãe, sou eu, Artie. Eu esqueci minhas chaves — Ele diz pelo interfone.
A mãe do garoto abre o portão e a porta de entrada. Ele inventa algo como estar muito cansado e sobe direto para o quarto. Se joga de cara na cama.
— O que aconteceu lá? Me responde vira-lata, por que eu não consegui comer aquele hamburguer? — Wulf aparece.
— Você não é totalmente humano lembra? Nem toda comida humana te faz bem.
— Por que não me avisou antes?
— Você acha mesmo, que eu perderia ver sua cara quando soubesse?
— É claro que não... — Disse Arthur já sem paciência — o que eu posso comer então?
— O correto é o que você pode beber.
— Que seja.
— Você pode beber água e café.
Arthur ergue a cabeça que até então estava enterrada no travesseiro e olha para o demônio.
— Não tem como alguém do meu tamanho viver só de café e água.
— Não mesmo — Wulf ri —, para se manterem vivos no mundo humano, demônios tem que consumir sangue e carne.
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Arthur Wulf: Entre Humanos e Demônios
FantasíaO que você faria se aos 17 anos um segredo que você escondeu desde a infância viesse a tona por conta de um evento desagradável e irritante?