Capítulo 5 - Olhos Esmeralda

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Quando Yumi acordou, rezou para que a noite anterior não tivesse passado de um pesadelo, e ao aceitar a realidade, por um momento se arrependeu do dia em que decidiu abrigar aqueles piratas, mas uma voz dentro de sua mente repetiu "É a sua missão", talvez fosse Poseidon ou algum outro Deus tentando mantê-la na trajetória.

— Yumi, você está bem? – Ela escutou Seishu a chamando, não ao seu lado, mas sim na entrada da carruagem.

— Sim… – Yumi disse se sentando e viu que Seishu parecia preocupado. — Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou, se levantando depressa.

— É que… você dormiu dois dias. – Seishu disse ajudando ela descer da barraca e se assustou com Maximus saltitando até ela bruscamente.

Donzela! Você está viva, graças aos deuses! Eles disseram que você estava doente, achei que você tinha batido as botas!” – Maximus disse enfiando o focinho contra Yumi que ficou assustada.

— A princesa! Pelos céus, se ela tiver mandado alguém atrás de mim, estamos todos perdidos! – Yumi disse desesperada, empurrando todos para dentro da carruagem.

— Falei com ela ontem. – Seishu disse e Yumi travou, encarando ele com os olhos arregalados.

— Você… como assim você falou com ela?! – Yumi perguntou descabelada e assustada.

— Yumi, se acalme. – Seishu disse, segurando ela pelos braços e a fez se sentada na beirada da carruagem. — Ontem durante o fim do pôr do sol, estávamos esperando que ela tentasse falar com você. Então todos se esconderam e deixaram que eu falasse com ela. Eu disse que encontrei sua carroça perto do Bosque Nafis, que você estava desacordada com uma fruta estranha na mão e a trouxe para onde eu estava acampado, disse que estava usando algumas ervas para cortar o efeito da fruta que te fez mal. – Yumi suspirou aliviada e abraçou Seishu como agradecimento.

— Salvou nossas vidas. O que ela disse? – Yumi perguntou aceitando a xícara com chá de camomila que Takashi tinha feito.

— Falou quais ervas cortavam o efeito de substâncias tóxicas eu deveria usar e que deveria fazer compressa de água para manter a temperatura corporal e que vai fazer contato por íris novamente no pôr do sol para saber se você está bem ou se eu devo levá-la de volta ao palácio de Ouraan. – Seishu disse e Yumi concordou com a cabeça, vendo que levaria tempo até o pôr do sol.

— Eu deveria imaginar, usei muito minha magia e fiz muitas transformações despreparadas naquele dia. – Yumi apoiou os braços nas pernas e cobriu o rosto, suspirando pesado. — Vou na figueira, tentar falar com ela agora. – Ela disse se levantando e Seishu segurou seu pulso.

— Coma alguma coisa antes, você está dois dias sem se alimentar. – Ele disse a fazendo sentar novamente e Baji entregou o último pote com arroz, ovos, couve e pedaços de tomate que começavam a envelhecer. Yumi comeu sem pressa e por fim, devorou uma maçã na companhia de Max que repetia “Sabia que você estava bem!” a cada dois minutos. Ao acabar de comer, se afastou dos piratas e foi até a margem do riacho onde estava a figueira. Ela fez a fonte de água surgir e o sol refletiu, criando o arco íris, ela fez uma oferenda e rezou para que a princesa estivesse ali.

— Pelos céus, Yumi! – Mina gritou e Yumi pôde ver as marcas de choro nos olhos e bochechas dela. — Volte agora, volte já! Fiquei com medo que você estivesse… estivesse… ah, graças às parcas aquele rapaz a encontrou!  Como você está? – Novamente, Mina parecia tentar atravessar o arco íris para abraçá-la.

— Mina, acalme-se! Estou ótima! O que aconteceu foi que eu vi algumas amoras no caminho e não percebi que eram aquelas tóxicas. – Yumi disse gesticulando com as mãos para acalmar Mina. — Tive a sorte daquele rapaz me encontrar, ele cuidou de mim esses dias. Estou um pouco fraca ainda, mas estou me recuperando bem. – Ela disse e Mina tinha os olhos caídos de quem já estava arrependida.

The Mist - Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora