Capítulo 25 - Você me faz má

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Feliz, ou infelizmente, ficamos presos em um engarrafamento enquanto tentávamos voltar para a casa de Mai. Como Uckermann não conhece os atalhos, preferiu seguir o Waze e não o Poncho, agora era mais fácil a festa acabar antes de chegarmos lá.

Eu estava triste e entediada, morrendo de vontade de acabar com aquele silêncio e ao mesmo tempo sem ter o que falar. Recostei minha cabeça no ombro dele como um movimento natural, e sua mão que estava solta tomou a minha enlaçada no mesmo instante. Tudo parecia tão natural, mas, ao mesmo tempo, havia uma tensão enorme ali.

Suspirei um pouco e pude sentir de forma mais acentuada seu perfume amadeirado misturado com o aroma da pomada que ele usou na barba para ajeitar tudo no lugar. A familiaridade de cheiros mesmo depois de tanto tempo me deixavam muito confortável.

— Então nós somos casados pela igreja católica? - ele comentou divertido para quebrar finalmente o silêncio

Eu não segurei a risada ao me lembrar do fato

— Ucker, nós mentimos descaradamente para uma autoridade da igreja. - falei indignada, porém achando muita graça na situação

— Olha, nós nos casamos de várias formas divertidas nos últimos tempos, percebeu? - eu pude ver de canto de olho seu sorriso - Nós nos casamos por uns dias naquele dia em Londres, agora somos casados e seguimos perfeitamente a comunidade católica... Acho que poderíamos casar de verdade o que acha?

— Muito cedo ainda, você me pediu oficialmente em namoro esses dias. Se a gente inventar de casar agora, dona Blanca realmente vai acreditar que eu estou grávida. - eu pontuei

— É, você tem um bom ponto - ele acariciou minha mão ao comentar - Mas, desde quando voltamos com tudo, é como se a gente tivesse apenas retirado um filme do pause sabe? É tudo tão igual sempre foi...

— Não é tão simplista assim para mim, mas entendo o que você quer dizer. - respondi me aconchegando melhor em seu ombro

— Eu sei que não é. - ele respondeu suspirando

Mais um silêncio se fez e dessa vez o mesmo foi interrompido com a ligação esquisita novamente.

Mais um silêncio se fez e dessa vez o mesmo foi interrompido com a ligação esquisita novamente

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E da mesma forma de antes, Ucker ficou tenso e desligou o telefone. Dessa vez nem me importei de perguntar, apenas me sentei corretamente no banco, me afastando dele propositalmente. E nesse movimento não consegui evitar de comentar

— Realmente estamos "interpretando" um casamento. Você recebe ligações e fica esquisito ao meu lado e tudo que eu posso fazer é ignorar completamente a situação e só ficar incomodada.

— Essa acidez toda só porque eu não atendi a ligação?! Não dá pra te entender às vezes...- ele respondeu ríspido

— É, realmente não dá pra entender porque eu ficaria ácida, quando em um minuto você está tranquilo como a brisa da tarde e no outro tenso como tempestade elétrica, só porque seu telefone tocou e você se recusou a atender - retruquei nervosa

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