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Fiquei algum tempo sentada ali olhando fixamente para o chão. Pensei e repensei nada daquilo fazia sentido, tudo que me restava era esperar até amanhã quando papai estivesse com a cabeça no lugar. Quando estava preste a me levantar e voltar para casa senti um peso sentando no balanço ao lado, me virei para ver quem poderia ser e era Leonardo, tirei meu celular do bolso pausando a música que tocava em meus ouvidos.

- uma mulher bonita não deveria chorar.-disse ele olhando o movimento da rua.

Passei a mão em meu rosto secando minhas lágrimas que ainda coriam.

- chorar e uma maneira de aliviar os sentimentos que eu guardo para mim.-digo me acalmando e ainda olhando para ele percebo que seu grande cabelo está preso em um rabo de cavalo.

- pensa nisso como um acerto de contas, nada mais.- disse ele virando o rosto em minha direção.

Nossos olhos se fixaram um no outro, ficamos algum instantes nós encarando sem dizer nenhuma palavra se quer. Decide quebrar o silêncio pois ainda não estava entendendo toda aquela loucura.

-doque está falando? Que maldito contrato e esse?!.- digo com os olhos ainda fixados nós olhos de Leonardo.

Ele vira seu rosto para rua e dá um leve sorriso de lado.

- ele ainda não te contou? O seu papai deu você como pagamento de uma dívida que ele fez comigo a algum tempo atrás.

- só pode ser brincadeira,olha eu não sei o que você e o papai tão tramando mas isso não têm graça.

Ele levantou sem dizer nada e foi até um Porsche branco que estava estacionado do outro lado da rua. Ele abriu a porta do carro e de entro do porta luvas tirou um papel, veio andando até mim calmamente e me entregou o papel.

- como pode ver tem a assinatura do Edimundo então não tem como você dizer que e falsificado.

Comecei a ler minuciosamente o contrato e tudo que estava escrito ali parecia até piada, mas uma parte em específico me chamou atenção.

"Passo por meio desse contrato minha filha como garantia de uma dívida de jogo adquirida por mim"

Edimundo Giovic

- mais que porra e essa ? Só pode ser sacanagem né!.

- muito pelo contrário docinho, é bem real seu pai entregou você de bandeja para mim.

- mas porque eu ? Ele podia entregar a casa ou sei lá, eu sou filha dele filha.

Ele da uma leve gargalhada e olha para mim, olho para ele sem entender qual o motivo da graça.

- você não sabe de nada não e mesmo ? A casa tá hipotecada a qualquer momento vocês vão ficar sem teto.-virando seu rosto para rua.

Sinto minhas pernas tremerem e novamente meus olhos se enchem de lágrimas, não a controlando elas escorrem, e como se meu mundo estivesse desabando encima da minha própria cabeça.

- e então, o que vai acontecer comigo agora?.- digo olhando para ele.

- achei que já tivesse bem óbvio, você me pertence agora, e amanhã mesmo estará se mudando para minha casa.

- e se eu me negar a ir ?.-ainda olhando para ele que permanecia a olhar para a rua.

- bom, você tem todo direito de se negar a ir. Mas você e minha garantia e se você não for seu pai terá que me dar meu dinheiro em um prazo de um mês.

- eu tenho umas econômias eu posso te pagar, quanto meu pai te deve?.

- não quero te subestimar mas acho que você não tem meio milhão de reais.

Arregalo os olhos agora olhando para rua, como meu pai teve coragem de pedir tal quantia sabendo que não temos condições de pagar nem o que já devemos?. Me levantei sem dizer nada e caminhei até em casa.
Entrei e encontrei papai ainda sentado no sofá, logo que me viu ele levantou e veio em minha direção. Estava com tanta raiva que sem nem pensar dei-lhe um tapa no rosto.

- como pode ?.- olhando para ele com raiva nós olhos.- então e isso que eu sou pra você ? Uma moeda de troca.

- não minha filha deixe-me te explica!.

- explicar o que ? Que você hipotecou nossa casa ? Que você está devendou deus e o mundo? Ou pior que você me deu para um total desconhecido por dinheiro?.

- agente vai dar um jeito minha filha, não precisa ir se você não quiser!

- como vamos dar um jeito de conseguir meio milhão em uma noite! Sabe o que e pior ? E que eu não tenho escolha, se eu não fizer o que ele quer ele pode matar nós dois.

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