capítulo III

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Levantei cambaleando e abri a porta com os olhos semi aberto. Me espantei quando vi papai com um avental e um balde na mão olhei para a sala que ficava na frente da porta do meu quarto e ela estava impecável. Como se uma arrumadeira profissional tivesse limpado a cozinha também estava um brinco de tão limpa. Aquele simplesmente não era o meu pai, ele nunca tinha parado para varer uma casa quanto mais deixa-lá tão limpa daquela forma. Papai logo foi me dando o balde e pedindo para que eu limpasse meu quarto realmente ele estava precisando então tomei um banho e fui dar uma organizada nele. Quando terminei fui almoçar, papai se arrumou todo e saiu disse que ia comprar coisas para o jantar. Terminei de almoçar e passei o resto da tarde mechendo no celular, por volta das 18:40 papai voltou pra casa com várias sacolas de mercado, foi logo para a cozinha guardar as compra e me pediu para comece a preparar uma típica macarronada italiana que dizendo ele era o prato preferido do filho de seu amigo.
Me levantei meio sem vontade e fui para cozinha, procurei uma receita na internet e achei uma que parecia ser muito gostosa. Comecei a preparar com cuidado seguindo todos os minuciosos detalhes e uma hora depois estava pronta. Coloquei a macarronada em uma bela tigela de vidro que mamãe sempre usava em festas ou reuniões importante. Fui tomar um banho pois estava um pouco suada. Tomei um breve banho, arrumei meus longos pretos e cacheados cabelos. Estava fazendo muito calor então coloquei uma blusa sem mangas e uma shorts. Sentei no sofá e liguei a televisão e coloquei um filme para assistir, um tempo depois ouvimos batidas na porta papai veio praticamente correndo para abrir.

- Leonardo meu amigo como vai?.-disse papai, pelo seu tom de voz parecia estar nervoso porém tentava disfarçar.

- Edimundo, eu vou bem e você?!.-disse uma voz jovem e meio rouca.

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Quando ouvi aquela voz virei meu pescoço para trás para ver quem era esse tal Leonardo que papai falou praticamente a semana toda. Era um homem alto, musculoso, não aparentava ter mais de 30 anos, tinha uma pele branca e longos cabelos pretos que batia na altura do ombro. Papai deu passagem e logo ele entrou caminho calmamente até mim levantei-me para cumprimenta-ló dei um beijo em cada lado da bochecha ele parecia bem educado e me entregou uma garrafa de vinho que por sinal era de uma ótima safra, deveria ter sido caríssimo. Coloquei o vinho para gelar e voltei a me sentar papai e ele começaram a conversar e eu pude avaliar cada detalhe desse tal Leonardo.
Ele estava vestindo uma calsa cargo bege e uma blusa nranca e um tênis igualmenteb branco. Seu rosto era jovem e reparando em seus olhos eles eram verdes um verde tão intenso que até hipnotiza realmente papai não mentiu realmente e um homem bonito aposto que não falta mulher atrás dele.
Estava sendo uma noite até que bacana eles conversavam tão fluidamente que parecem ser velhos amigos, jantamos e bebemos o vinho estava quase dando 23:00 quando Leonardo disse que tinha que ir. Papai ainda parecia nervoso com algo por um momento pensei ser coisa da minha cabeça, mas não antes de ir Leonardo olhou para mim e disse que voltaria amanhã para me buscar.
Olhei para papai tentando achar sentido naquela fala e papai começou a suar frio, olhei para Leonardo e vendo que eu não estava entendendo oque ele acabou de dizer ele deu um sorriso de lado para papai e saiu sem mais nem menos. Olhei para papai que já estava sentado quase tendo um infarto do miocárdio.

- Então papai, o senhor vai me explicar que loucura foi essa ?.-sentando ao lado dele no sofá.

- ai minha filha, eu não sei como dizer isso, sinto até vergonha, vergonha de mim por ter feito tal burrada.

- ai papai fala logo, o senhor pegou dinheiro com o pai desse tal Leonardo e isso ?.-olhando-o já sabendo como ele é não ficaria surpresa se fosse isso.- olha papai relaxa ta bom eu tenho umas economias guardadas e agente pode ir pagando aos poucos, agente vai dar um jeito tá!

Papai abaixou a cabeça e começou a chorar, des de que mamãe tinha morrido nunca mais tinha visto ele chorar fiquei sem entender mas já sabia que o negócio devia ser mais feio que das outras vezes.

- eu... eu realmente peguei dinheiro com ele minha filha, mas foi mais do que conseguimos pagar.

- ai pai relaxa agente da um jeito, quanto o senhor pegou ?

.- eu tava devendo algumas pessoas perigosas e no calor da emoção o leonardo me prometeu o dinheiro fácil e eu assinei um contrato sem nem ler oque dizia.

Enquanto papai falava lágrimas escorriam sem parar pelo seu rosto era como se eu tivesse vendo ele no dia da morte da mamãe.

- mas oque de tão importante diz nesse contrato?.-falei já impaciente pois a curiosidade estava me matando.- e a casa pai?.E isso vamo ficar sem teto pra morar ?

-não minha filha não e a casa.

- e oque então pai por favor me fala.

- E você minha filha, vc e a garantia da divida.

Olhei para papai e fiquei alguns minutos em silêncio, aqauilo não podia ser verdade. Sei que papai era viciado em apostas sempre pegando um trocado ali ou outro aqui, sempre tentando alimentar seu vício que só crescia cada dia mais. Quando me dei conta de tal bobagem que ele havia falado soltei uma gargalha de desespero e de preocupação, papai já estava a ter alucinações? Não certamente sabia oquê estava a dizer.

-muito engracado papai, mas acho que agora não e hora para piadas. Diga logo oque o senhor deu a ele como garantia?.-levantando já sem paciência.

-minha filha eu juro que nunca quis envolver vou você nisso, mas ele foi mais astuto que eu. Certamente havia planejado minunciosamente tudo isso, mas eu vou dar um jeito eu juro você não terá que viver muito tempo com ele, isso e uma promessa.

- Quer saber, o senhor está a falar abobrinhas deve ter bebido muito vinho, vá descansar e amanhã quando o senhor estiver sóbrio novamente nos discutimos oque iremos fazer para pagar esse tal Leonardo.-levantando e indo em direção da porta.- se não se importa eu vou pegar um ar.

Conectei meus fones no Bluetooth do celular e coloquei uma musica no volume médio e enseguida guardei o celular no bolso, fui até a esquina de casa onde tinha um balanço. Gostava de me balançar lá quando precisava pensar ou quando me sentia sozinha, sentei e em instantes meus olhos se encheram de lagrimas. Papai estava se perdendo em sua própria mente, e eu não podia fazer nada, as clínicas de tratamento eram extremamente caras não conseguiria pagar para que ele se tratasse lá.

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