Em meados do século XX, conheci o homem com quem sempre sonhei em me casar, constantemente pensei que ter alguém como ele ao meu lado fosse me trazer as sensações que nunca pude ter, a adrenalina correndo por minhas veias infestando o meu corpo com êxtase me teletransportando para um mundo onde as regras impostas em uma sociedade construída pela ignorância simplesmente não existissem, onde o calor de outra pessoa pudesse ser transmitido por algo simplório e conhecido. O amor.
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Eu pensei que ele me amasse, que me trouxesse o calor que seus braços grandiosos faziam o meu corpo sentir, a ação por ser proibido e a luxúria que com tanto fervor eu desejava mergulhar até o pescoço, até consumir cada fôlego meu me deixando sem ar e me tornar dele por completo...
Mas as fantasias frutos ingenuidade ilusória não eram o suficiente para suportar a mente maligna de um homem.
Ele me condenou. Estar ao lado dele foi o equivalente a estar em um poço sem fim de melancolia e medo, a sociopatia o transformou em um monstro.
Um monstro que me mostrou o sabor do pecado e me corrompeu até que não existisse uma parcela insignificante do que um dia eu já fui.
A mente é um local inexplorado, não existe algo que possa medir o que um subconsciente conturbado é capaz de fazer, os limites dentro da corrupção do caráter são praticamente inexistentes, os ideais supervalorizados sem o mínimo de empatia com aqueles que estão a sua volta e com aqueles que precisaram ser derrubados para concluir o tão perturbado ideal eram o que pessoas como ele faziam.
Geto Suguru era exatamente assim.
Independentemente se o alguém fosse eu, ele destruiria se fosse o necessário para concluir o que quer que estivesse planejando.
E eu atrapalhei.
E ele me destruiu por isso.
Talvez se tivesse me matado eu não teria sentido tanta dor, porque tudo que eu passei foi uma orquestra torturante, eu era o violino e ele o violinista inexperiente que rompia corda após corda e fez com que o instrumental de meu coração sofra com os ruídos do meu próprio ser se rompendo bem diante de meus cansados olhos perdidos nas mãos arrogantes de um homem que se delícia com a tortura de um belo instrumento.
Mas antes de me destruir ele me tocou com tanta delicadeza que o som que as ondas de meu violino, criaram a melhor das músicas que enchiam os ouvidos com a melodia de uma canção de amor, com o calor ele me dedilhava feito um piano e me mostrava o mundo em uma delicadeza comparadas as notas flutuantes.
Ele me fez ouvir a música só para estragar a orquestra em suas mãos desdenhosas.
Pouco durou minha dor que terminou em lágrimas, e muito longo foi o período em que meu sofrimento permaneceu em meu coração.
Mas a vingança, o sentimento inócuo com os limites desconhecido na faceta humana... Esse foi o sentimento que ele me fez conhecer e me fez ter vontade de nutrir.
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𝐒𝐄𝐑𝐈𝐀𝐋 𝐊𝐈𝐋𝐋𝐄𝐑, geto suguru
Fanfiction─ 𝙎𝙀𝙍𝙄𝘼𝙇 𝙆𝙄𝙇𝙇𝙀𝙍 [+𝟭𝟴] [...] 𝙚𝙢 𝙖𝙣𝙙𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤; Uma jovem duquesa criada em uma casa rigorosa e conservadora prova o pecado pela primeira vez nas mãos de seu pior pesadelo. ─ 𝙞𝙣𝙞́𝙘𝙞𝙤: 10/05/2022 cover credit: @casari002 on w...