Capítulo 93 - O Escritor Misterioso

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"Eu não sabia que estava aqui..." Lila respondeu calmamente.

"Como você não percebeu? Está bem aqui." Parando para pensar, ele foi colocado em um local que era facilmente visível aos olhos, mas Lila passava a maior parte de seus dias terminando seus trabalhos de papel ou sucumbindo a uma exaustão que ela não percebeu. Sem saber o que dizer, Lila olhou para baixo para evitar seu olhar. Ele ainda estava esperando desesperadamente por uma explicação. Seu silêncio, no entanto, foi mal interpretado como culpa.

Ele sabia que Lila tinha um ex-companheiro, mas estar no espaço onde seus pertences ainda estavam espalhados o irritava. Ele queria liberar a frustração reprimida dentro dele, mas como Lila reagiria? O que ela diria quando ele dissesse que queria matar o homem, que já estava enterrado a vários metros de profundidade? Ela correria para longe dele, e olharia para ele com medo em seus olhos? Era um pensamento que ele não queria considerar. Ele estabilizou sua respiração e segurou sua língua para não dizer qualquer coisa mais desagradável.

"Eu deveria ter nascido antes." Ele disse em vez disso.

Lila olhou para cima, encontrando os olhos dele com os dela. Lacias continuou: "Se eu tivesse nascido mais cedo, eu teria conhecido você muito mais cedo." Ele sorriu amargamente com um leve aceno de cabeça.

Lila perdeu a linha de pensamento depois de ouvir uma admissão tão sincera. Ela continuou a encará-lo, observando seu rosto que estava inundado de tristeza inconfundível. Ele quebrou o olhar deles enquanto deixava seus pensamentos passarem por ele como uma maré.

Conhecer um ao outro mais cedo não era nada além de impossível. Ele ficaria satisfeito se descobrisse que a primeira coisa que ela fez ao acordar neste mundo foi procurá-lo?

Com a verdade desconhecida para ele, Lacias forçou um sorriso que não chegou a seus olhos, sentindo-se triste por suas fúteis esperanças de encontrar Lila mais cedo do que ele. Ele passou os dedos pelos cabelos, murmurando uma maldição e encontrou os olhos de Lila mais uma vez. Desta vez seus olhos tinham um forte senso de possessividade nadando dentro deles.

Lila nem sabia como era o Visconde Marhsmell.

Lacias ter ciúmes de algo tão insignificante era simplesmente adorável. Ela estendeu a mão e acariciou o cabelo dele com os dedos na tentativa de acalmá-lo.

*

Uma semana depois.

Lila não conseguia ficar quieta. A onda de tensão estava fazendo ela se sentir nervosa que ela andava de um lado para o outro, ignorando as exclamações de desaprovação de Lacias enquanto ela pegava o cartão atrás dele e dava uma segunda olhada.

O convite parecia pesado em suas mãos. Hoje é o dia em que ela se encontraria com o escritor anônimo que lhe enviara os cartões.

Não deve ser muito difícil continuar como a Sra. Marshmell. Nada nas feições da Sra. Marshmell havia mudado para que ninguém suspeitasse que era uma pessoa totalmente diferente dentro do corpo da Madame. Eu não vou ser pego. Lila continuou entoando as palavras para si mesma repetidamente.

Ela também inventou uma desculpa razoável caso vacilasse na frente de seu visitante: que perder o marido a abalou um choque tão grande que algumas de suas memórias sofreram no processo.

Lila respirou fundo algumas vezes, forçando seu rosto a uma expressão neutra antes de abrir a porta com cuidado. Um sino soou em sua entrada quando ela entrou na casa de chá graciosamente decorada. Ela olhou ao redor, notando que o espaço era compacto e um pouco apertado que só podia acomodar quatro mesas. Mas mesmo com a escassa quantidade de mesas espalhadas, a privacidade ainda dificilmente era fornecida, já que alguém definitivamente ouviria a conversa que a outra mesa estava tendo.

Felizmente, ninguém estava dentro da casa de chá, a não ser uma mulher sentada sozinha. De pé junto às portas, Lila se perguntou se era ela quem mandava os cartões. Ela não ficou nada surpresa com o gênero deste último, já que a caligrafia sempre foi escrita com tanta delicadeza e precisão, a indicação clara e óbvia de que foi escrita por uma mulher.

O rosto da mulher estava obscurecido pelo chapéu largo que também trazia uma fina camada de renda, dificultando a visão de Lila. Lila olhou descaradamente, apertando os olhos para ver melhor o rosto da mulher e se perguntou se já a tinha visto antes.

Lila estava ficando confusa. Ela já estava com dúvidas se realmente conhecia a mulher pessoalmente. Ela estava prestes a admitir que não quando um lampejo de reconhecimento passou por sua mente.

Essa mulher é Edith Nepeli!

Foi ela quem colocou Lila em apuros na festa de Hiln. Lila se lembrava daquele dia tão vividamente; Edith reuniu uma multidão e eles invadiram o espaço pessoal de Lila perguntando sobre seus planos de se casar novamente.

O que ela estava fazendo aqui?

O ânimo de Lila caiu, chegando a um acordo de que a mulher era de fato, Edith Nepeli. Por que ela tinha que estar aqui ao mesmo tempo que Lila estava?

Lila deu uma longa olhada ao seu redor e percebeu que era o tipo de casa de chá que qualquer um podia visitar a qualquer hora, tão frequentada por todos que a presença de Edith Nepeli não era nada fora do comum. Talvez ela estivesse tomando uma xícara de chá ou conhecendo outra pessoa.

Que coincidência.

Vivendo como a madrasta do vilão (01)Onde histórias criam vida. Descubra agora