Lila apontou para o balanço de Hir. Ele ficou surpreso, mas se viu balançando a cabeça do mesmo jeito. Como não poderia quando Lila sugeriu isso com tanta sinceridade? Eles caminharam até onde estava o balanço e ele soube, apenas com um olhar, que não caberia. O balanço foi planejado para pessoas como Hir. Ele tocou no suporte do balanço e o sacudiu suavemente para ver se estava bem preso e virou-se para Lila. "E se quebrar?"
"Não vai." Lila disse em um tom confiante.
Lacias riu. "Eu acho que vai, na verdade."
"Então eu vou fazer outro." Lila respondeu com firmeza. Parecia que ela estava determinada em ver Lacias empoleirada no balanço.
"Bem, se você diz..." A insistência de Lila finalmente valeu a pena, mas ele ainda tinha dúvidas se o balanço poderia segurá-lo ou não. Ele lançou outro olhar para Lila, levando-a a bater com o punho no peito como se dissesse que ele deveria confiar nela.
"Você tem que me pegar se quebrar, ok." Lacias murmurou para si mesmo.
"Eu vou te puxar pelas costas quando você cair."
Lacias sorriu com o quão confortável eles estavam um com o outro. Ele não conseguia se lembrar da última vez que se sentiu tão contente, e Lila, sem saber, acalmou sua mente perturbada apenas com sua mera presença. Ele não queria deixar esse sentimento escapar. Ele desviou o olhar dela para impedi-la de ver como ele se sentia à vontade com ela, e obedientemente sentou-se no balanço.
As cordas que sustentavam o balanço se retesaram sob o peso de Lacias, mas não se romperam como ele esperava. Lila, por outro lado, tinha certeza de que o balanço daria certo, pois estava bem estável quando Hir se sentou nele na obra original. Tê-lo reforçado por ela mesma também lhe deu uma garantia de sua durabilidade e força.
"Eu vou te empurrar." Lila disse e se posicionou atrás dele.
Lacias olhou por cima do ombro. "Você seria capaz de?"
"É claro."
No entanto, o pensamento de Lila ser a única a empurrar não lhe caiu bem. "Que tal eu empurrar você em vez disso?"
Lila balançou a cabeça com firmeza. "Não."
Vendo que ele não poderia convencê-la do contrário, Lacias cedeu aos seus desejos. "Tudo bem."
"Ficar parado." Lila colocou as palmas das mãos nas costas dele. Ela começou a empurrá-lo quando a visão das costas de Lacias a fez pensar em Hir. Ele também teria a mesma constituição do Lacias quando crescesse.
"Lila, isso não vai funcionar." disse Lacias.
"Por que?"
"Minhas pernas são muito longas, viu?" Lacias esticou os pés para provar seu ponto. Estava diretamente cravado no chão, sem espaço para suas pernas balançarem livremente. Foi a principal razão pela qual Lila sentiu alguma resistência quando o empurrou. Ela olhou para o chão com decepção, incitando Lacias a se levantar e ele gentilmente a empurrou para baixo para sentar no balanço.
"O balanço se encaixa perfeitamente em você, viu?" Ele acalmou, mas Lila permaneceu indiferente.
"E é aqui que eu deveria estar." Lacias tomou seu lugar atrás dela.
De repente, Lila pôde sentir o quão rápido seu coração estava batendo, fazendo-a fechar os lábios enquanto tentava impedir que suas mãos tremessem, segurando firmemente as cordas do balanço de cada lado dela. "Bem, me empurre o mais forte que puder." Ela disse trêmula.
O medo que ela sentia diminuiu por uma fração. Os olhos de Lacias varreram a forma esguia de Lila, e parecia que iria quebrar com um simples toque. Esse pensamento se instalou em sua mente quando o cabelo de Lila foi soprado rapidamente pelo vento. Ele nunca sentiu uma magnitude de emoções tão grande dentro dele que ele permaneceu imóvel em seu lugar.
"Lácias."
Lacias piscou, como se estivesse voltando a si. "Sim?"
"O que você está fazendo?" perguntou Lila.
Ele estava tão absorto em seus pensamentos que não percebeu que ainda era uma estátua.
"Eu não vou me machucar, não se preocupe." Lila disse, sentindo as preocupações dele, embora ele estivesse atrás dela.
"Desculpe." Lacias a empurrou com força apenas o suficiente, o balanço indo e voltando a uma altura baixa. Lila sentiu-se feliz quando a brisa suave acariciou suas bochechas, lembrando-a do tempo em que costumava andar de balanço quando era criança.
"Está se divertindo?" perguntou Lacias.
Lila assentiu. "É uma sensação agradável."
"É bom ouvir isso."
"Você pode me empurrar muito mais forte?" Lila falou sobre a rajada de vento.
"Não. É muito perigoso." Seu tom era firme, intensamente superprotetor, tão diferente dele no trabalho original. Apesar da súplica de Lila, ele permaneceu inabalável em sua decisão e apenas balançou a cabeça em resposta.
Percebendo que ele não cederia ao seu pedido, ela decidiu aproveitar a sensação enquanto o balanço subia e descia lentamente. Ela não achava que seria capaz de montar um nunca mais.
Lacias parou de empurrar completamente quando o balanço parou. Ele passou os braços atrás dela e descansou o queixo no ombro dela. "Eu não posso pressioná-lo com força como você queria, especialmente quando posso ver o quão assustado você estava."
"Era assim tão óbvio?"
"Isso é." Lacias passou os dedos pelo cabelo dela. — Quão assustado você estava no balanço?
"Eu não estou realmente com medo..." Lila respondeu de forma pouco convincente, e Lacias lembrou o quanto suas mãos tremiam quando estava apertando as cordas.
"Por que você tem medo de balanços?" Ele perguntou novamente, desta vez com uma voz suave.
"Uh..." Lila murmurou e fechou os olhos, lembrando dos eventos que aconteceram durante sua infância. As memórias de sua vida passada atacando-a. Estar no abraço caloroso de Lacias a confortou muito.
"Meu pai não era um bom homem." Lila começou, sentindo Lacias endurecer com suas palavras. Ele olhou para o lado de seu rosto e esperou que ela continuasse. "Lembrei que quando era jovem, estava brincando com alguns amigos em um parquinho quando ele veio me procurar. Quando ele me viu, ele me arrastou, me puxando pelos cabelos. Eu realmente não tenho medo de balanços. Parece muito bom."
Lacias esfregou suas costas suavemente. Ela pensou que poderia dizer isso, já que o resto da família de Madame Marshmell havia morrido devido a causas desconhecidas para ela. O rosto de Lacias era severo como uma rocha, mas suas mãos eram nada menos que gentis e quentes. Ele tinha uma expressão fria em seu rosto enquanto sua mente girava em como ele lidaria com seu pai.
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Vivendo como a madrasta do vilão (01)
RomanceAPENAS TRADUZINDO. 01 - 200 (completo) Título corrigido "Vivendo como a madrasta vilã" Tornei- me a madrasta vilã que está fadada a sofrer muito nas mãos do protagonista masculino, que retornará como um tirano devido aos anos de abuso infantil. Eu n...