Capítulo 7

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Kara estava no estacionamento do restaurante onde aconteceu a festa de noivado de Sam e Alex. Sua impaciência a fazia andar de um lado para o outro enquanto esperava Lena chegar. Esperava realmente que aquela senhora dos biscoitos da sorte pudesse ajudá-las.

Vivendo mais um dia na pele de Lena Luthor, Kara percebeu o quanto a sua vida era solitária. Tirando Sam — essa tinha certeza que não dava um minuto de sossego — ninguém a procurava, ninguém fazia uma visita, ninguém queria saber se ela estava bem.

Embora gostasse de sossego, na sua casa tinha seu filho, vira e mexe sua mãe estava lá e Alex sempre aparecia sem avisar com Sam e Ruby aos fins de semanas. Em sua casa havia fotos suas com a família, brinquedos espalhados e um ar mais alegre. No apartamento de Lena era tudo minimalista demais, frio demais, distante demais. Parecia só um apartamento muito bem decorado, nada além de um apartamento.

Quando chegava na casa de sua irmã ou de sua mãe, sempre sentia um aconchego. Havia uma sensação boa. Na de Lena parecia que ali não era o lar dela, o seu espaço seguro. Era como se ela soubesse que a qualquer momento sairia daquele lugar então não fazia questão de criar alguma memória. Não tinha nada pessoal dela dentro daquelas paredes. Não tinha nada da Lena que um dia conheceu — ou achou que conhecia.

Dava para comparar o que sentia naquele apartamento com a estadia de um hotel. Você pode gostar, achar lindo, só que não é nada além de um lugar onde você vai pernoitar. E se levasse em conta o tanto de horas que sabia que Lena trabalhava, muito provavelmente fez da sua casa apenas um lugar para dormir e nos fins de semana, dividia o espaço com sua própria solidão.

Cansada de ficar indo de um lado para o outro, se encostou no seu carro. Digo, no carro de Lena. Ficou alguns minutos parada olhando para um ponto fixo no chão até ouvir sua própria voz — a original.

— Desculpa a demora — Lena disse assim que parou em frente a morena.

— Até que fim! Se demorasse mais um pouco, iriam começar a achar que estou aqui vendendo drogas.

— Eu vou muito bem, Kara. Muito obrigada por perguntar — seu tom irônico fez Kara revirar os olhos. — Não revira esses olhos pra mim. Detesto quando faz isso.

— Insuportável — falou baixinho revirando os olhos de novo.

— Deveria ter deixado você vir sozinha — começou a andar em direção a entrada do restaurante.

Suspirando, Kara deu uma corridinha para alcançar Lena.

— Eu detesto quando você sai andando quando eu estou falando com você — a fitou.

— Você vai superar.

— Como está o Nick? — perguntou com certa preocupação. — Ele deu trabalho para ir para escola? As segundas ele pode ser um pouco manhoso demais.

Tinha que admitir algo, sabia que Lena estava cuidando bem dele e também ficava aliviada de sua mãe estar por perto. Mas como mãe, não conseguia deixar sua constante preocupação de lado, ainda mais Nick estando tão longe de si.

— Ele está bem. Ele não deu trabalho nenhum. Até comeu todas as frutas no café da manhã.

— Ele comeu todas as frutas no café da manhã? — franziu o cenho.

— Comeu, sim — assentiu com a cabeça.

— Ele nunca come as frutas comigo. Não sem eu prometer algo. Você prometeu algo?

— Não. Ele não queria comer, eu falei que comeria frutas também porque eram boas para saúde. Ele me viu comendo, então começou a comer as que estavam no pratinho dele.

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