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— Estamos aqui reunidos para falar sobre o caso Moebius. — declara Mikey — Quando eles nos vierem atacar vai ser uma luta sangrenta e será na altura do festival de Musashi. — diz e de repente senta-se no chão — Sendo assim quero ouvir o que cada um pensa a respeito. — sorri
— Moebius uma gangue de motoqueiros duas gerações acima de nós, os mesmo controlam Shinjuku. — ouço Mitsuya falar para o 'Take já que o mesmo não estava a perceber o porquê da nossa luta
— Tu és o Hanagaki, não és?! — diz Pah-chin depois de dar um ponta pé nas costa do Takemitchi
— Foste tu que deste cabo de um dos nosso membros, da nossa divisão na luta clandestina, não foi? — desta vez fala Pe-yan
— Ei! — chamo a atenção dos mesmos — Quem derrotou o Kiomasa fui eu, algum problema com isso Pah-chin? E para além do mais ele estava-se a aproveitar do nome da Toman. — falo o obvio
— Hã? Eu não sei de nada. Merda. Sou tão burro. — admite
— Ei Pah. — ouço o Draken — Cala a boca. — diz sério
— Desculpa Draken, Hyuna. — fala Peh-yan
— Perdo-a esses dois, Takemitcchi. — diz o meu irmão — Ele atingiu o seu limite.
— O líder da Moebius é um homem chamado Osanai, ele bateu no melhor amigo do Pah por um motivo banal. — diz Mitsuya — Depois os membros da sua gangue se juntaram e foram para cima do amigo do Pah e violaram a namorada dele na sua frente. Não esquecendo da parte em que eles amarraram a família dele e roubaram todo o dinheiro.
Quando ouço que violaram a namorada do amigo do Pah, paraliso, não ouço ou vejo mais nada sem ser a horrível memória do acontecimento anterior.
Osanai, Osanai, Osanai, OSANAI!!
Sinto a minha visão escurecer de repente e perco o equilíbrio caindo para trás. Consequências por não ter comido nada durante muito tempo.
— HYUNA!! — ouço alguém gritar
— C-Calma eu estou bem. — digo tentando levantar-me e ficando tonta
— Consegues ver? — pergunta uma voz que eu reconheceria de longe
— Estou com a visão turva e estou a ficar sem força nos músculos do corpo. — falo um pouco desesperada
— Vai ficar tudo bem, vou levar-te para o hospital. — ouço a voz do meu irmão e sou erguida do chão
— Gente, ela deve ter tido uma quebra de tensão, eu tenho aqui umas bolachas. — ouço a voz da Hina — Toma, come devagar.
— Obrigada. — dou um sorriso para o lado de onde veio a voz
Enquanto como devagar a minha visão vai retornando, olho em volta e reparo que ainda estou nos braços do meu irmão e que o mesmo está a tremer um pouco.
— Como estás? — pergunta Ken
— Estou melhor, a Hina tinha razão foi só uma quebra de tensão. — digo agora mais calma
— Ainda bem. — Mikey suspira — Vamos encerrar a reunião, já está muito tarde.
— Ok. — Ouço as vozes dos rapazes
— Hyuna vai para casa e descansa. — diz Draken — Não vou demorar muito. Quero conversar com o Mikey.
— Ok. — levanto devagar
[T I M E S K I P]
Destranco a porta da frente e entro em casa, descalço os ténis e guardo-os. Subo para o andar de cima e entro no meu quarto.
Entro na casa de banho e retiro a minha roupa ficando só com a roupa interior. Olho-me no que resta do espelho vendo as inúmeras marcas espalhadas pelo corpo. Horrível. Eu sou horrível, completamente horrível...
Retiro o que falta da minha roupa e entro dentro do box deixando a água fria levar as minhas lágrimas embora junto da espuma.
Lavo o corpo e logo fecho a água, enrolo-me numa toalha e saio da casa de banho dando de cara com o Mikey sentando na minha cama a olhar-me com os olhos arregalados.
— M-Mikey o que estás aqui a fazer. — falo nervosa tentando voltar para a casa de banho
— Quero conversar e saber por ti o que aconteceu. — diz com o seu olhar sério
— Não aconteceu nada. — digo de costas para o mesmo
— Tens a certeza que vais continuar a mentir-me? — aproxima-se
— Por favor não te aproximes. — digo com medo
— Eu não vou fazer nada que te magoe. — diz e recua
— Eu vou trocar de roupa e já volto. — agarro uma roupa qualquer do armário e volto para a casa de banho
Seco o corpo e visto um pijama aleatório, voltando para o quarto.
— Ok já podemos conversar. — digo e sento-me na cama de frente para ele
— Hyuna eu sei bem que tens alguns problemas alimentares, desde nova que não és de comer muito e para teres tido uma quebra de tensão é porque não te alimentaste bem. — fala a olhar-me nos olhos — Eu vim para saber se estavas melhor, mas pelas coisas que acabei de ver, tenho a certeza de que não estás.
— Manjiro eu não sei se consigo falar do que aconteceu... não agora. — sussurro
— Está tudo bem se não conseguires, só quero que saibas que podes contar comigo. — fala com calma
— E-Eu sou tão f-fraca. — digo
— Não, tu não és. — fala e puxa-me devagar para um abraço, que não recuso — Vá lá deita tudo cá para fora.
Começo a chorar descontroladamente, sem me importar se ele me acharia ou não fraca.
Sinceramente o dia foi uma merda completa, eu estou acabada e sem forças para mais nada a não ser dormir.
Passaram-se aproximadamente 15 minutos e eu já estou mais calma, sentindo o carinho que Mikey distribui na minha nuca.
— Acho melhor deixar-te pra dormires um pouco. — fala parando de fazer carinho
— Tens razão. — digo saindo do seu abraço e deitando-me como deve ser na cama cobrindo-me com os lençóis
— Vou dormir na sala. Grita se precisares de alguma coisa. Sim? — fala deixando um selar na minha testa
— Hmhum. — respondo e ele vira-se de costas, mas antes de sair agarro a sua manga — Mikey...
— Sim? — vira-se para mim
— Podes ficar aqui. Por favor. — peço
— Não sei se é uma boa ideia. Não quero que penses que possa fazer alguma coisa de mal. — diz com sinceridade
— Por favor. — peço de novo
— Tudo bem, eu fico. — fala retirando o seu casaco da gangue e se deitando ao meu lado
Agradeço abraçando-o de lado e conversamos um pouco sobre algo aleatório. Sinto os olhos cada vez mais pensados até ao ponto em que adormeço no peito do Mikey.
