O começo!

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Enquanto o motorista seguia rumo ao endereço que eu havia lhe dado, eu observava aquela enorme cidade

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Enquanto o motorista seguia rumo ao endereço que eu havia lhe dado, eu observava aquela enorme cidade. São Paulo. Eu sempre imaginei que fosse maravilhosa, mas vendo de perto era ainda melhor. Com a cabeça encostada na janela, eu senti meus olhos pesarem, eu estava exausta. O dia de ontem foi corrido e se eu tive 4 horas de sono, foi muito. Depois da proposta que eu recebi, pra ser comentarista do Sportv, foi questão de horas pra eu arrumar tudo, conseguir um vôo, arrumar as malas e embarcar pra minha nova cidade. As vezes eu penso que eu devia desacelerar um pouco minha vida, era tudo muito corrido e eu sempre queria fazer tudo do meu jeito, o que acabava complicando um pouco, porque nem sempre poderia ser assim.

Soltei um bocejo e abri os olhos quando o carro parou em frente ao meu destino final. Olhei aquele prédio enorme e suspirei, uma nova vida começaria aqui. Quando recebi a proposta a primeira pessoa a quem contei foi Liz, ela era minha melhor amiga e a melhor jornalista esportiva que eu conhecia, aliás foi graças a esse meio de trabalho que nos conhecemos, num evento em que ela fazia a cobertura principal e eu estava lá apenas como convidada. Desde aquele dia não nos desgrudamos mais, mesmo morando em cidades diferentes, sempre nos falávamos e quando tinha outros eventos a gente fazia questão de se ver.

E era com ela que eu dividiria o apê, um alívio pra mim, já que seria um caos procurar algo pra alugar e mesmo tendo minhas economias, aqui os lugares eram bem mais caros de onde eu morava no Rio de Janeiro. Com a ajuda do motorista peguei minhas malas, paguei o valor combinado e me despedi. Me apresentei na portaria e em poucos minutos eu já estava na porta de Liz tocando sua campainha. Minha amiga abriu a porta rapidamente e abriu um largo sorriso ao me ver.

— Lili, nem acredito que você está aqui. — Fui recepcionada por um abraço apertado. — Entra.

Liz me ajudou com as malas, antes de fechar a porta.

— Nem eu amiga, mas estou tão feliz que nem posso descrever. — Afirmei, me sentando no sofá. Liz fez o mesmo.

— Eu sinto muito por não pode te buscar no aeroporto, mas eu tinha muito trabalho, amanhã tem um jogo super importante.

— Tudo bem amiga, e eu já tô sabendo desse jogo, já fui chamada pra comentar. — Suspirei. Eu mal havia chegado e amanhã meu dia seria longo.

— Nossa, mas eles são rápidos. — Minha amiga falou.

— E como são, quando me ligaram disseram que eu tinha que estar em São Paulo no dia seguinte. Graças a Deus você me salvou amiga, eu nem sei o que faria sem você.

— Até parece que eu deixaria você ir morar em outro lugar Lili, pra mim é ótimo ter você comigo. Agora eu vou te mostrar seu quarto, te ajudar com as malas e pedir algo pra gente comer, porque você deve estar faminta e eu também.

Liz sorriu e eu concordei, além de exausta eu estava mesmo faminta.

(...)

— Você fez isso de propósito filho de uma puta! — Berrou Piquerez, chamando a atenção de alguns vizinhos para a gente

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— Você fez isso de propósito filho de uma puta! — Berrou Piquerez, chamando a atenção de alguns vizinhos para a gente.

Diferente do que ele estava a imaginar, eu estava tranquilo diante de seu surto temporárial. Afinal, o motivo do meu atraso havia sido exatamente esse; Irrita-lo. Apesar de sermos irmãos, não temos nada em comum, o Joaquim é totalmente o meu oposto. Ate o time onde jogamos, são rivais mortais.

— Se tivesse entrado para me chamar, não teria esperado muito! — Enuciei sarcastico. Era evidente que ele não entraria no CT Joaquim grava! Não seria nada agradável a presença de um palmeirense por la, aposto que não seria recebido com flores.

— Dá próxima vez eu deixo você ir a pé! — abriu a porta de casa e entrou, e eu fiz a mesma coisa. Joguei a mochila no sofá e vi o olhar do meu irmão pesar sobre mim! Seu braço ligeiramente foi cruzado a altura de seu peito. — Você tem que parar de agir como um adolescente mimado, porra! — esbravejou.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — aproximei-me do mesmo, juntando nossos corpos por um estante. Nossos olhos estavam fixo um no outro, era nítido a raiva que transparecia nos mesmos. — Eu já lhe falei que não foi nada proposital, ou melhor, talvez até tenha sido, mas e dai? Oque vai fazer? Vai me bater? — Debochei.

— Não perderia meu tempo com tal coisa! — me olhou de cima a baixo e logo se afastou. Dei uma sonora risadinha Sarcástica e o guiei com o olhar, enquanto o mesmo subia as escadas, provalvemente com o destino certo a seu quarto.Frouxo!

As vezes o Piquerez me dava nos nervos, não é de hoje que nos implicamos. Não sei oque acontece, que não conseguimos dividir o mesmo ar sem trocar ofensas, sempre foi assim, desde muito pequenos. Algo pequeno, vira uma montanha-russa entre nós, exatamente tudo é motivo de brigas. E sinceramente, eu prefiro assim! Não é porque somos irmãos, que temos que fingir simpátia.

— Ouvir gritos no andar de cima! — Afirmou dona Margot ao descer as escadas. Seu olhar era firme, evidentemente ela sabia oque havia acontecido aqui, ela sempre sabe! — Não acredito que você e seu irmão estavam discutindo de novo!

— Não discutimos! — menti e a mesma me pressionou com o olhar, oque me fez bufar alto. — Não discutimos mãe, já disse!

Não adiantaria nada eu lhe contar oque tinha acontecido, ela certamente ficaria no lado do mais novo. A maioria das vezes era isso que acontecia. Na cabeça da dona margot, o Piquerez não errava nunca! Confesso que a muito tempo me frustei com isso, mas agora já não faz tanta diferença. Simplesmente, tanto faz!

—Irei subir, estou cansado! — lhe dei um sorriso fraco e subir os degraus da escada, indo diretamente para o meu quarto. Não estava mentindo quando disse que o dia havia sido cansativo, realmente foi. Amanhã teremos um jogo extremamente difícil pelo campeonato paulista, e o VP redrobou o treino de hoje. Preciso urgentemente da minha cama!

Eles & Eu || Piquerez x Roger Guedes Onde histórias criam vida. Descubra agora