Diálogos são necessários

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— Quem disse que não sinto?

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— Quem disse que não sinto?

Armin ficou em silêncio, sua mente tentando processar a frase que recebeu, afiada como uma faca, ele suspirou, suas orbes em um azul quase cristalinas,  trazendo o reflexo de Eren fielmente nas mesma. Após um encontro de olhares, confuso e inseguro, ele perguntou;

— Você sente? — Voz baixa e receosa, Eren dificilmente escutava o garoto super alegre e carismático se dirigir a ele assim, a menos que estivesse pedindo algum doce, mas nesses casos o tom era mais de uma chantagem leve.

O carro já estava estacionado, mas foram tão absorvidos naquele diálogo que sequer notaram isso. O Yeager respirou fundo, tomando coragem em meio ao cansaço e dor de guardar tudo para si, ele encarou o melhor amigo e revelou o que não era segredo para ninguém além de Armin, todos obtinham noção dos seus sentimentos, ele deixava óbvio, o cameraman, Jean, que conduzia o carro, e até mesmo Sasha viam como ele olhava de maneira apaixonada para o loiro, como seus olhos estavam sempre focados no mais baixo, e suas conversas com qualquer pessoa no fim se resumiam em contar sobre ele, e até as mais bobas reações do Arlert faziam seu coração pular.

— Sinto.

As palavras pareciam ter quebrado todo o raciocínio do homem loiro, ele se remexeu no banco do carro, sem acreditar no que foi lhe dito, sua cabeça abaixou junto com sua postura, e ele colocou as mãos na cabeça, escondendo o rosto enquanto fitava o chão do veículo.

— Desde quando? — Armin indagou o amigo moreno, ainda sem coragem de direcionar seus olhos a ele.

— Eu não sei ao certo, mas tive certeza do que sentia quando roubei um selinho seu quando tínhamos quartoze, durante meses eu pensava em você depois disso, meses esses que agora são anos. — O Yeager relembra-va com ternura, um sorriso fraco se formou em seus lábios, embora parecesse sem força para esboçar qualquer reação.

— Ah...Então não foi sem querer. — O Arlert riu fraco, as cenas na sua cabeça, dos dois se divertindo enquanto tentava fazer um bolo, esse que por sinal tinha um gosto bom, mesmo que tivesse queimado nas bordas.  — Não acredito que você gostou de mim por tanto tempo.

— Gosto. — Corrigiu a frase do loiro, que engoliu seco.

— Eren, eu também...

Um som o impediu de continuar, a porta do carro se abriu e eles notaram Jean a segurando.

— Tava gostando muito de ouvir a história de amor. Mas parei o carro faz vinte minutos e preciso voltar 'pra casa.  — O Kirstein relatou, tirando os apaixonados de seu transe, e percebendo que o motorista estava ouvindo a declaração por minutos, os  fazendo atingirem um tom avermelhado nas maçãs do rosto, sinalizando a vergonha que sentiam.

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