Capítulo 3

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(POV BAKUGOU)

Pisquei algumas vezes e esfreguei os meus olhos para ter certeza de que estava vendo corretamente e não era uma alucinação. Izuku estava parado bem na minha frente me olhando curioso enquanto estava sentado na beira da minha cama. Eu deveria estar sonhando era isso, não havia outra explicação. Levantei o meu braço para tocá-lo e ver se ele realmente estava aqui e foi quando ele notou que eu havia acordado. Mesmo estando tudo escuro havia uma leve luz entrando pela janela que me permitia ver a sua expressão de susto. Deku se levantou da cama correndo projetando o seu corpo para trás todo afobado e fez menção de sair correndo, porém eu fui mais rápido e agarrei o pulso dele o impedindo. Eu não iria desperdiçar essa oportunidade de falar com ele, eu precisava daquilo, mas ele parecia tão desesperado em se soltar de mim e ir embora, eu acho que ele estava com medo de mim, com medo de que eu fizesse algo ruim a ele, como eu fazia antes.

– Está tudo bem! Eu não vou te machucar – Eu disse meio eufórico, mas com a voz baixa para não acordar os meus pais, pois com toda certeza minha mãe levaria ele embora para o outro quarto na mesma hora – Por favor, não vai embora, eu não vou te fazer nenhum mal, eu juro – Tentei tranquiliza-lo e parece ter dado certo, afinal ele parou de se mexer e tentar fugir.

Agora eu já havia me sentado na minha cama e ainda olhava para as costas de Izuku completamente quieto que não tinha se movido um centímetro sequer depois das minhas últimas palavras. Ele estava bem aqui na minha frente, eu podia falar o que eu quisesse, poderia pedir as desculpas que ele merecia, poderia perguntar o porquê de ter chegado a este ponto, poderia perguntar se ele finalmente estava bem, mas porque eu não consigo fazer absolutamente nada além de engolir em seco?

Eu comecei a ficar nervoso, eu não queria que ele fosse embora, mas se eu não fizesse nada e ficasse quieto ele iria fugir novamente, afinal quem não fugiria de uma pessoa como eu? Afrouxei a pegada da minha mão no seu pulso perdendo um pouco as minhas forças e a minha mão escorregou até a sua. Quando os nossos dedos se tocaram eu senti uma pontada muito doída no meu peito e nessa mesma hora Deku se assustou recuando a sua mão da minha e se virando na minha direção, assustado. Mas o que foi isso? Essa sensação...?

Agora que eu tinha a sua atenção, aquele nervosismo havia voltado mais forte ainda. Ele parecia tão triste e temeroso, eu realmente devo ser um monstro, mas se ele ainda está parado aqui na minha frente significa que eu ainda tenho uma chance, certo?

Cheguei um pouco para o lado na minha cama, mesmo que ainda tivesse bastante espaço sobrando, mas eu queria que ele entendesse que eu o estava chamando para se sentar ao meu lado. Izuku pareceu entender a minha oferta, sua expressão me dizia isso, e eu pedia muito internamente para que ele aceitasse. Bastante hesitante ele olhou para os lados, engoliu em seco e veio na minha direção se sentando de frente para mim.

A pouca luz do quarto ajudava nesse momento, talvez ele não conseguisse enxergar os diversos conflitos internos que eu estava tendo, após tudo o que aconteceu talvez ele achasse ridículo da minha parte me arrepender justo agora depois que a merda já foi feita.

Eu ainda me custava acreditar que ele realmente estava na minha frente. Queria tanto saber o que se passava na sua mente, será que um dia ele voltará a ser feliz? Será que um dia ele voltará a sorrir? O que será que ele estava fazendo aqui? Será que eu ainda estou deitado na minha cama dormindo sozinho e isso tudo não passa de um sonho?

Eu queria tocá-lo para saber se tudo isso realmente era real, mas será que eu tenho permissão para isso?

Eu não conseguia perguntar ou falar absolutamente nada, parecia que tudo estava engasgado na minha garganta me sufocando. Levantei meu braço devagar e comecei a levar na direção do rosto de Izuku, eu não queria exatamente fazer isso, eu não queria assustá-lo, mas o meu corpo simplesmente estava se mexendo sozinho. Se ele recuasse agora eu entenderia, se ele se levantasse e fosse em embora eu não o impediria, qualquer que fosse a sua resposta agora eu me daria por satisfeito.

Viva por mim? (Bakudeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora