Final

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(POV BAKUGOU)

– Você é um inútil, Deku.

–Você se inscreveu na U.A.? Seu patético.

– Porque você não se mata para ver se dá sorte de nascer com uma individualidade? Nerd de merda.

–Hã, você passou para o curso geral para ter aula com um bando de inúteis? Que patético, até mesmo para você, perdedor.

– Você nunca vai ser um herói sem uma individualidade, Deku.

.

.

Acordei suando e com a respiração acelerada, tinha acabado de ter um sonho horrível. Nele revivi as diversas vezes que havia feito mal ao ser deitado na cama de hospital a minha frente.

Mas que droga, por que eu fui me lembrar disso tudo justamente agora? Como se eu já não soubesse a porcaria de pessoa que eu sou...

Olhei para frente coçando os olhos e vejo que Izuku ainda está dormindo, menos mal, solto até um suspiro de alívio. Peguei na sua mão direita e comecei a segurá-la como se tivesse medo que se soltasse ele iria fugir de mim de novo. Os seus pulsos estão enfaixados e ele agora está fora de perigo, mas foi por muito pouco os médicos disseram. Ele perdeu muito sangue e foi difícil achar alguém compatível para doar já que a sua mãe está em outra cidade, muito longe. Mas então eu fui até a minha sala na UA academia e ameacei cada um até aparecer alguém para doar sangue a ele.

Estive dormindo a noite inteira sentado numa cadeira ao lado da sua cama, apoiando a cabeça em cima do corpo de Izuku. Se ele acordasse e se mexesse iria me acordar na hora também.

Desde que o encontrei naquela banheira, não saí do seu lado a não ser para procurar um doador de sangue. Isso já faz algumas poucas horas. Ameacei todo mundo do hospital que me pediu para sair do lado dele. Disse que explodiria esta merda se me fizessem sair dali e eu não estava brincando. Jamais irei deixar Izuku sozinho novamente.

Entrelacei meus dedos aos dele e senti sua mão apertar a minha também. Olhei espantando para frente e os seus olhos estavam piscando freneticamente tentando se acostumar com a claridade dessa sala branca. Quando ele me viu parado ao seu lado, pegando na sua mão com força, ele deu um sobressalto me olhando assustado.

– Finalmente você acordou... – Eu disse meio preocupado. Quero dizer eu estava feliz por ele ter despertado depois de quase ter morrido, mas eu estava extremamente apreensivo sobre qual seria a sua reação.

Agora eu sei que Izuku pode tentar isso novamente, sei que ele já desistiu de tudo e eu não vou deixar as coisas desandarem novamente. NÃO VOU!

Ele não me disse nada, apenas ficou me olhando completamente assustado, acho que ele não imaginava que fosse acordar depois daquilo...

Isso me deixa tão angustiado, que sinto vontade de chorar descontroladamente, mas eu não posso fazer isso agora, eu preciso conversar com ele. Eu pensei bastante durante as últimas horas parado aqui olhando o seu rosto pálido desacordado, as gotas do soro caindo vagarosamente, as diversas injeções de remédios que ele tomou e reparei que eu estive focado demais em como eu estive me sentindo nesses últimos dias quando o foco deveria ser o Izuku. E novamente ele quis ir embora...

Apertei as sua mão que eu segurava para tentar conseguir forças e iniciar aquela conversa que deveríamos ter tido quando ele me visitou naquela madrugada. Não interessa mais como eu estou confuso, não interessa mais se eu me sinto culpado ou não, quem importa agora é o Izuku.

Eu demorei, mas finalmente entendi isso.

– Já que você não vai falar nada, eu faço isso... – Eu sei que eu disse com bastante confiança, mas na verdade eu nem sequer sabia por onde começar – Deku... Izuku, eu realmente sinto muito por tudo o que eu fiz a você e mesmo sendo tarde eu quero consertar tudo...

Viva por mim? (Bakudeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora