The reality.

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Louis havia acabado de chegar do colégio. Se sentia esgotado, só queria entrar em seu quarto e escrever mais uma carta para seu amado Harry.

Mas hoje foi diferente, ao entrar na sala de sua casa, avistou sua mãe, seu pai e suas irmãs mais velhas, todos juntos sentados no sofá. Ele estranhou, mas continuou indo ao encontro deles.

- Aconteceu alguma coisa? Pai, não deveria estar no trabalho? E Lottie e Fizzy juntas sem ser na hora do jantar, que novidade. - Ele riu por alguns segundos, mas logo parou ao notar que a feição séria dos familiares permaneceu em seus rostos. - Vocês estão me assustando! O que houve?

- Lou, precisamos conversar com você. Sente aqui, por favor. - Sua mãe pegou levemente em seu braço e o levou até o sofá, onde se sentaram ao mesmo tempo. Os outros sentaram de frente para eles. - Querido, lembra daquele folheto que mostrei a você? Sabe, sobre aquele instituto no centro de Doncaster.

Louis a encarou e balançou a cabeça positivamente para indicar que se lembrava.

- Bom... - Ela olhou para o marido que assentiu como uma motivação para que ela continuasse. - Nós quatro conversamos e estamos orgulhosos que você esteja tomando seus remédios corretamente, mas achamos que talvez seja melhor que você tenha uma atenção especial.

A mulher usou palavras cuidadosas, mas isso não impediu que os olhos de Louis se enchessem de lágrimas pensando: "Eles querem me mandar embora".

- O que você está dizendo?! Vocês querem me mandar pra longe, é isso? Querem que eu viva em uma prisão para pessoas loucas? - Louis disse em um tom de voz alterado.

- Filho, não queremos que você vá pra longe, mas veja. A Lottie está morando em outro lugar, seu pai e eu trabalhamos muito e a Fizzy vai morar no dormitório da faculdade. Nós não vamos mais poder te dar a atenção e cuidado que você precisa. Além disso, não é uma prisão, você vai estar saudável e seguro lá. - A mãe disse tocando sua mão na intenção de acalmá-lo. O que não funcionou, pois Louis se desfez de seu toque e levantou rapidamente do sofá.

- Eu não acredito! - Ele falou alto. - Minha própria família quer me colocar em um hospício. Eu posso me cuidar, eu consigo ficar sozinho um dia inteiro, vocês não acreditam em mim? Todas as minhas coisas, o meu quarto, a minha cama, eu não vou ter isso lá. Quem é que vai cuidar das minhas plantas? Que vai mandar minhas cartas para o Harry?

Ele olhou magoado para todos. A este ponto suas lágrimas já escorriam de seus olhos até seu queixo.

- O Harry. E se ele sentir falta das cartas? E se ele achar que me esqueci dele ou estou com outra pessoa? Ele vai achar que não o amo mais e vai me esquecer. Eu não posso fazer isso e vocês não vão me forçar. Eu preciso estar aqui caso ele volte! - Ele gritou.

- Chega Louis!! - Sua irmã Félicité gritou fazendo a atenção de todos irem para si. - Ele não vai voltar Louis, ele não vai. E sabe o por quê?

- Fizzy, não. - A mãe a repreendeu, mas o marido segurou sua mão.

- Ele não vai voltar porque ele não existe, Louis. 

Louis a olhou horrorizado, como se a menina tivesse dito algo imperdoável. Ele negou com a cabeça desesperadamente.

- Pare com isso, você só quer me confundir. O que você está dizendo não faz o menor sentido Félicité! - Ele disse se sentando de novo no sofá sentindo sua cabeça doer.

Fizzy se ajoelhou em sua frente pegou em seu rosto fazendo ele a encarar.

- Eu não estou mentindo, Louis. Harry é apenas fruto da sua imaginação. Sua mente criou ele. - Ela falou dessa vez em um tom baixo.

𝕃𝕖𝕥𝕥𝕖𝕣𝕤 | 𝕃𝕒𝕣𝕣𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora