Estou lendo um livro nos últimos dias sobre vidas paralelas, sobre como criamos bifurcações sempre que tomamos uma decisão na nossa vida original. Isso me deixou pensando nas possibilidades da minha vida.
Em uma vida, eu sou uma jogadora de vôlei profissional, talvez com não muito sucesso, mas se tornou meu trabalho. Nessa vida, eu nunca saí do pior colégio do mundo. Provavelmente, estou com mais problemas mentais que o de costume, devo ser uma péssima pessoa, convivendo com pessoas piores ainda. Devo estar com o namorado do fim dos meus 14 anos. Aquele que não me respeitava e não respeitava meu corpo. Mas não me escapa a possibilidade de eu tê-lo feito sofrer em dobro nessa possibilidade.
Em outra vida, eu aceitei fazer aulas de canto e de teclado. Devo ter cantado na igreja. Devo estar postando vídeos no tiktok, no mínimo. Estaria compondo músicas e escrevendo sem parar. Dois hobbies se conectariam? Se completariam? Enfim, não acho minha voz bonita para eu ter algum sucesso cantando. Talvez só seria uma compositora dentro de um mundo que não me pertence por completo.
Em outra vida, meu irmão é um jogador de futebol famoso e bem remunerado. Nessa vida, eu poderia fazer o que eu quisesse, já que meus pais estariam tranquilos e bem de vida. Eu acho que seria cineasta. Seguindo aquele sonho que está bem escondido no fundo da minha mente, enterrado junto com todos os outros, soterrado pelas frustrações. Estaria produzindo adaptações de livros que eu gosto. Fazendo algo empolgante.
