Sua Mulher

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Keana POV

Karla não desceu após minha proposta, é uma pena ela não desejar nem mesmo testar como seria nós duas na cama sem ela me causando dor. Confesso que esse seu lado me amedronta, mas eu irei procurar entender mais sobre isso.

Eu gosto de buscar entender o que se passa por trás das ações das pessoas, assim como cada ação minha, existe um motivo por trás delas que me fazem ser quem sou, ou fazer as coisas como faço e sei que Karla é assim por um motivo também e vou buscar entender melhor esse motivo.

Não é natural para mim alguém apenas sentir prazer causando dor em outra pessoa, mas isso é natural para muita gente no mundo e o fato de eu não entender o porquê, não faz disso algo errado. Claro, se não houver consentimento é um crime, mas Karla tem até mesmo um contrato para assegurar não apenas a sua segurança, mas a segurança das mulheres que compartilham a cama com ela.

Existe algo em Karla Estrabão que não consigo explicar, talvez seja essa a razão de eu não a estar odiando. Ela não é tão misteriosa ao ponto de eu não conseguir a ler, eu consigo, mas existe algo escondido por trás de seu olhar que me tira o sono, ou quando consigo dormir, me faz sonhar com ela. Eu não a amo, eu amo Camila, mas não posso negar que já há vários dias Karla vem dominando meus pensamentos, vinte e quatro horas por dia...

— O que pediu para o almoço, Pirralha? – ouço sua voz atrás de mim e olho em sua direção, ela consegue ser ainda mais sexy com os cabelos molhados. Não sei por quanto tempo fiquei em meus devaneios, mas vejo que foi tempo o suficiente para Karla tomar seu banho.

Ela está mais gostosa que o normal com sua roupa simples de ficar em casa, sem toda a elegância que a cerca, não sei como isso é possível, já que eu presumi para mim mesma que era a elegância de Karla que me deixava hipnotizada por ela. Ela usa uma calça jeans clara e rasgada nos joelhos, usa também uma blusa branca de mangas curtas e está sem nada nos pés.

Karla nega a cabeça ao me ver babando por ela e que eu não a respondi e desce as escadas se sentando ao meu lado no sofá. Logo afastando meus cabelos do pescoço e conferindo a região onde era para se ter à vista as marcas de suas mordidas.

— Quanto de maquiagem gastou para tampar? Posso te ressarcir pirralha – me viro de frente para ela.

— Você está linda – digo simplesmente e sorrio para ela. Toco em seus cabelos molhados e aproximo meu rosto do seu, mas não a beijo, deixo Karla sentir minha respiração contra sua pele. A vejo travando uma guerra consigo mesma e como eu previa, a vejo se levantar e se afastar do sofá.

— Eu sei que você não faz sentido pirralha, mas você não faz sentido algum! – Karla esbraveja raivosa se virando para mim e apenas sorrio de sua ira, se ela soubesse que é ela que me perturba por eu não conseguir a entender, ela não ficaria tão zangada comigo.

— Pensou em minha proposta? – apenas a questiono e Karla respira fundo passando a mão direita em seu cabelo molhado, me deixando sem ar por um instante.

— Srta Issartel eu não conseguiria, me esqueça pirralha – ela me diz com seu olhar perdendo um pouco o brilho. Karla não quer que eu a esqueça, ela me deseja e eu a desejo como o inferno. Desejo, puro desejo.

— Como em um estalar de dedos? – a questiono seriamente.

— Não me provoque pirralha! – eu a tirei do sério com apenas um comentário. E pretendo a tirar ainda mais do sério, quero desvenda-la, quero testar os limites de até onde posso ir antes de Karla perder o controle.

— O que eu fiz? Apenas te fiz uma pergunta Karla, quer que eu pare de pensar em você como em um passe de mágicas? É isso? – me levanto me aproximando até dois passos dela – Quer que eu pare de ter sonhos eróticos constantes com você? Assim, simplesmente fechando meus olhos e não te vendo vir até mim com um maldito vestido branco e me tocando? – a vejo engolir sua saliva e tentar controlar sua respiração.

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