quarto de hotel

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Quarto de Hotel
4:00 da manhã .

POV Marília.

- Voltei Isa, por sorte Paulinha ainda estava acordada, disse que Mai deu um  trabalhão, falou que vai dormir com ela hoje e me entregou as minhas malas.. – Adentro o quarto encontrando uma Maraisa já de banho tomado com pijamas deitada entre as cobertas, mexendo em seu celular, consegue estar linda sem fazer um mínimo esforço.

- Que bom Lila, fico mais tranquila que ela não vai ficar sozinha, agora vai tomar banho que não quero ninguém cheirando à carniça dormindo perto de mim. – Fala me fazendo rir, o que mais falam para mim é o quão cheirosa eu sou.

- Êe Maraisa, olha com quem cê tá falando, amiga – Me sento na cama a chamando para perto de mim com o dedo. - Vem cá, me cheirar pro cê ver. Apesar de tudo tô cheirosinha. – A puxo fazendo ela dar um pulo assustada e mesmo contra a gosto se aproxima do meu pescoço o cheirando.

a não.
porque eu fui fazer isso?

sossega Marília, que cê nem de muié gosta.

No mesmo segundo me arrepio com sua respiração e ouço a mesma soltar uma risadinha e se afastar.

- É Lila, você consegue ser incrivelmente cheirosa em todos os momentos. Aliás, cê tá com frio? Quer que eu ligue o ar condicionado? – Fala me olhando com um olhar de deboche? Uai? - É que cê tá arrepiada, amiga. – Me encara cínica.

A cada momento que passa chego a conclusão que colocaram algo na bebida da Maraisa, coitada.

..

4:30

Após tomar meu banho seco meu cabelo enquanto a Isa está procurando algum filme para assistirmos, o álcool parece já ter saído de nossos corpos mas ainda não conseguimos sentir sono.

Após terminar tudo saio já vestida com um blusão e um shorts de pijama, me jogo na cama me aconchegando nas pernas de Maraisa que resmunga.

- Ô cabeção pesado em, Loira. – Me puxa para cima para me aconchegar melhor em seu colo.

- Cê sempre encosta o seu enorme em mim e eu não fico resmungando – Olho para cima e a mesma me dá a língua, criança. - Já escolheu o filme que vamos assistir, toco de gente? – Falo me sentando encostada na cabeceira da cama e esticando as pernas por cima das dela.

- Huhum, terror. – Me olha sorrindo com um olhar sapeca, só dou de ombros e damos play para começar o filme.

..

5:00

- Lila, pega água pra mim, por favor – Pede com a voz assustada, enquanto começa com um carinho com as unhas em minhas coxas, subindo cada vez mais, me fazendo arrepiar.

- A não, Maraisa. Cê tem pernas, pois faça elas funcionarem para algo além de cair e ande até lá. – Recebo um olhar mortal da mesma, que ao invés de continuar com o carinho, crava as unhas em minhas coxas me fazendo soltar um baixo gemido de dor. - Você tá doida? Doeu – Falo fazendo bico.

- Cê merece é coisa pior que isso, por ficar falando comigo assim. – Levanta resmungando e vai em direção ao Frigobar pegar água.

Só então reparo em seu pijama, isso deveria era ser chamado de lingerie, pra que usar algo tão curto assim? Não tem como não olhar para esse negócio enorne na minha frente, que ela chama de bunda. Acordo do transe com um tapa forte no meu braço.

- OU, cê tá ficando louca, Maraisa? – Resmungo acariciando o lugar e a fuzilo com o olhar.

- Será que Vossa Senhoria Mendonça, poderia prestar atenção no que estou falando, ao invés de ficar encarando a minha bunda? Cê tá estranha em, Marília. – Me encara curiosa.

- Ah pronto! Mais essa agora e eu lá tava querendo olhar pra essa sua bunda, ela que é enorme e tampa a visão. – Falo emburrada pegando a garrafinha de água da sua mão e me virando para voltar a dar atenção ao filme. - Além do mais, para a sua infelicidade eu sou hetero.

Eu olhei mas ela não precisa saber, a culpa nem minha foi, aliás o shorts do pijama dela parece uma calcinha, difícil seria não olhar.

- "Minha infelicidade" cê nem faz meu tipo. ‐ Fala calmamente enquanto tenta se sentar, me fazen do ensgasgar com a água e viro rapidamente para olhá-la

Não faço seu tipo? Maraisa tinha um tipo?  Um tipo de mulher? Ela não é hetero?

- Ei? Marília? chega pra lá! Eu quero sentar também, meu.

- Como assim eu não faço seu tipo? – Solto sem querer e ela arregala os olhos no mesmo minuto - D-digo, você tem um tipo de mulher? – Maraisa me olha com uma feição que eu não sei descrever, seria surpresa por eu entrar no assunto? Ou ela estava envergonhada?

- Hum, então. Não é que eu tenha bem um tipo sabe? Mas levando em conta as mulheres que eu já fiquei voc..

- Cê já ficou com mulher? – Falo um pouco mais alto a interrompendo fazendo a mesma se assustar.

- Olha aqui Marília, eu amo muito você e tudo o que nós conquistamos juntas, mas se for pro cê querer me julgar pela minha orientação sexual ach..

- NÃO, Maraisa. Por Deus, eu jamais faria isso é só q-que você nunca comentou nada, sabe? só fiquei surpresa e.. na verdade eu acho que até desconfiava, cê tem todo esse seu jeitão aí largada, agora tudo faz sentido. – Falo risonha e ela me olha com um olhar mortal e então aponta um dedo em minha direção, merda.

Por que ela está irritada? O que eu falei de errado?

- Olha aqui Mendonça, não vem com essa de falar do meu jeito aqui não, porque cê não fica nem um pouco atrás Chega mais perto de mim com seu dedo acusador fazendo com que eu me afaste mais - E eu não saio comentando sobre essas coisas por aí com ninguém. Aliás nem sobre os homens que eu durmo eu comento com vocês, porque comentaria sobre as mulheres também? – Minha vez de arregalar os olhos, não foi só beijos? ela já dormiu com mulheres.

- C-calma Isa, eu fiquei surpresa, desculpa falar do seu jeito é que cê é toda, sabe? Não sei explicar. Mas saiba que podemos conversar sobre tudo sempre, eu jamais te julgaria, meu amôr. – Aproveito que sua expressão ficou mais suave e abaixo seu dedo acusador do meu rosto, pego em sua mão e deixo um beijinho. - Eu te amo, viu? para sempre, até o infinito.

Vejo o quanto a Maraisa fica emocionada e então ela se joga em cima de mim enchendo meu rosto de beijos me fazendo rir, não estou acostumada com ela tão carinhosa, na maioria das vezes era a Maiara que ficava assim.

- Desculpa Lila, e-eu, não queria ser grossa – Começa a brincar com o meu cabelo, olhando para tudo menos para mim. - É que.. nem com a Maiara eu conversei sobre isso, ela sempre fica me pressionando pra arranjar um cunhado e sinto que se ela souber da minha bissexualidade vai ficar decepcionada, eu sei que é a minha metade e preciso contar para a Mai, mas ouvir o cê falando isso para mim, que é tão importante quanto ela na minha vida, me deixa muito feliz. – Levanta o rosto com um sorriso lindo me fazendo sorrir também.

Ficamos nos encarando por um curto período de tempo até que percebo a posição em que nos encontrávamos, Maraisa sentada em meu quadril com o rosto perto. Por conta do pulo que deu para me abraçar no momento da emoção.

Engulo em seco automaticamente,

mas que merda,

já não bastasse ela não ser hetero,

precisava me fazer duvidar da minha sexualidade, também?

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não esqueça a estrelinha <3

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