Jogo das Estrelas - Pt. 1

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Essa short-fic engloba os universos de Legends, Constantly Flowing e Redamancy. Não necessariamente retrata o futuro "real" das long-fics.



Deveria ter sido um dia normal na clínica, a ex-levantadora italiana veria seus pacientes, acompanharia alguns residentes que escolheram o local como estágio e seguiria para a administração para alinhar as questões pendentes com Fideo e a unidade de Sendai. Após terminar as tarefas do dia voltaria para o apartamento na área urbana para desfrutar de um fim de sexta-feira tranquilo.

Contudo, isso simplesmente não era possível, não com um noivo chamado Tetsuro Kuroo.

O fim de tarde preguiçoso no sofá fora substituído por uma visita ao ginásio de treino do MSBY Black Jackals, nem sequer teve tempo de se livrar das roupas da clínica. Colocou o jaleco sobre a bolsa lateral e seguiu o homem que praticamente a arrastou para fora do consultório.

— Me lembre novamente porque viemos aqui. — questionou quando saiu do carro.

— Recrutar alguns dos melhores — Kuroo respondeu, como um integrante do departamento de promoção esportiva do Japão sabia que ele andava envolvido com projetos de divulgação, mas eram tantos que não sabia dizer para qual deles era de fato.

O homem jogou o paletó no banco de trás do carro e desfez o botão das mangas dobrando a camisa social — Aprovaram minha proposta de partida com super-estrelas, os melhores se enfrentando numa única quadra para promover o vôlei.

A mulher parou de andar apenas para envolver o moreno com um abraço — Isso é ótimo! Por que não me falou antes?

Kuroo passou o braço pela cintura da noiva e riu — Porque faz exatamente três horas que isso aconteceu.

— E a primeira pessoa que você chama é o Bokuto?

— Tem quatro no MSBY que estão cotados como opções não necessariamente ele é o primeiro — ele se abaixou para encostar a cabeça com a da noiva — Mas o cabeça de vento não vai recusar, é bom começar confiante não é?

A fisioterapeuta balançou a cabeça e ergueu os pés para alcançar os lábios do homem, um gesto que ele ficou mais que satisfeito em corresponder. Após enlaçar o braço na cintura dela os guiou até o ginásio.

Normalmente os treinos eram fechados, mas ocasionalmente outras pessoas podiam entrar e assistir dera sorte que hoje parecia ser um desses dias. Eles ainda estavam treinando então teria que esperar que tudo terminasse antes de conversar com os jogadores, olhando a arquibancada Kuroo reparou numa figura também conhecida.

— A capitã está aqui.

— Faz anos que ela saiu da Fukurodani e você ainda chama ela assim?

— Bom, meus contatos me dizem que ela é a próxima na fila para ser capitã do time nacional. Continuará sendo capitã de qualquer jeito.

A dupla se aproximou da amiga que acompanhava o treino, do então marido, Bokuto Koutarou.

Normalmente nesse horário a antiga ACE da escola das corujas estaria no próprio treino, atuava na posição de oposto no time profissional Golden Harpies da primeira liga feminina. Isso quando não estava convocada para representar o país no cenário internacional, contudo após um luchamento no pulso ganhou alguns dias de descanço para recuperação.

Ainda que inconscientemente girava a aliança dourada no dedo anelar enquanto assistia o treino, fazia pouco menos de um ano que ela e seu 'highschool sweetheart' — como Sora insistia em o chamar — haviam se casado. Agora orgulhosamente ela também levava o nome Bokuto nas costas da camisa oficial.

Sendo desde sempre uma observadora de mão-cheia é claro que reparou no casal que vinha em sua direção. Conhecia a italiana por Kuroo e também por seu irmão Dan, procurado pela seleção japonesa masculina para ser preparador físico após anos no comando dos times da Academia Fukurodani. Como a mulher tinha uma clínica de fisioterapia com especialidade em atletas, não era incomum que todos de cruzassem em algum ponto.

— Que tipo de lavagem cerebral você fez no Bokuto para ele parar de ser tão barulhento na quadra?

— A mesma que a italiana fez para você parar de ser tão chato. — a resposta foi imediata, como o esperado.

A noiva de Kuroo balançou a cabeça — Será que algum dia vocês vão parar com essas provocações? — Ela estava brava, dava para ver no sotaque que ficou levemente mais evidente.

Sra.Bokuto riu alto indicando para se sentarem — Não fique brava italiana, é só para não perder o costume. Se fosse para nos matarmos já teríamos o feito há muito tempo.

— Agora eu me sinto ofendido, sempre achei que era um amigo querido corujinha.

— Amigo sim, querido há controvérsias. — a mulher se encostou na cadeira — Quando você prestava consultoria amorosa pro Kou eu realmente queria te matar.

— Ei, deu certo não deu? Olhe para vocês o casal de maior destaque no cenário esportivo do Japão, com certeza me devem uma por isso. — então o rosto de Kuroo se iluminou como se tivesse acabado de ter uma ideia brilhante.

— Na verdade, cobrarei meus créditos agora.

A noiva já conhecendo o moreno entendeu na hora que tipo de cobrança seria essa, ambos Bokutos eram influentes, se eles dessem uma força ele conseguiria todas as estrelas residentes no Japão em pouco tempo. Isso daria tempo o suficiente para fazer uma divulgação de peso em cima do projeto.

Deixando as brincadeiras de lado um pouco, Kuroo explicou para a amiga todo o projeto e como aquilo tinha potencial para ser algo extremamente importante para estreitar os laços entre torcedores e jogares. Além de claro, fomentar o esporte de uma maneira geral.

— Parece algo ótimo — ela respondeu cruzando os braços e olhando para a quadra — Tenho certeza que ele aceita, nem precisa de mim para isso.

— Não queria sua ajuda nessa parte — o sorriso que abriu no rosto dele foi um tanto quanto sádico — Preciso da ajuda da 'Maestrina das Quadras' para convencer os outros jogadores, quem sabe umas aulas de persuasão me sejam uteis.

— Veja só, está ouvindo isso italiana? — ela se inclinou no banco — Já que está pedindo tão encarecidamente não vejo outra opção se não ajudar, mas tenho uma condição 'bakaneko'.

— Se der certo você fará uma edição das meninas, aposto que sua noiva consegue trazer algumas das meninas dela para fazer uma brincadeira.

— Pode apostar que sim.

Mesmo que fossem amigas e se conhecessem por muito tempo, existia uma rivalidade não pronunciada entre as capitãs, nunca tiveram a chance de se enfrentar seriamente numa partida de vôlei. Kuroo sabia que as duas queriam isso há muito tempo.

Apertou a mão da mulher — Não sei quanto tempo vai levar, mas farei o possível.

Grand Prix - (Haikyuu x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora