[3] O número das minhas falhas

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Setembro, 09
Agora.

ㅡ Quem é você? ㅡ perguntou JungKook, sentindo suas mãos tremerem. Quem dera fosse de frio.

ㅡ Você sabe muito bem quem sou eu, JungKook ㅡ Ele sente vontade de socar SeokJin. Qual o problema das pessoas em usar palavras, afinal?

JungKook revira os olhos e engole goles e goles do refrigerante de limão, até sentir sua testa doer. A famosa sensação do cérebro congelado. 

Ele encara SeokJin com frieza, e os dois ficam durante longos minutos sem dizer uma palavra sequer um para o outro.

ㅡ Quem é você? ㅡ repete a pergunta.

ㅡ Kim SeokJin ㅡ JungKook dá risada, ela sai com um tom de incredulidade que chega a ser cínico e irritante. Ele balança a cabeça e umedece os lábios. 

ㅡ Qual o seu verdadeiro nome, SeokJin? ㅡ Jin pensa várias vezes antes de respondê-lo. Agora que decidiu se revelar, não tem como voltar atrás. 

ㅡ Hyder ㅡ JungKook quis parecer mais surpreso, porém nada mudou em sua expressão. Ele desviou o olhar e mordeu o lábio. 

ㅡ E o que o deus da confiança quer comigo? Além de tirar sarro da minha cara, é claro ㅡ SeokJin cruza os braços, sua expressão é séria e impaciente. 

ㅡ Cem vidas, JungKook, você está atormentando sua própria alma e a alma daquele menino há cem vidas, e nada faz para fazer valer o desejo que fez a nós ㅡ JungKook sente seu peito queimando por dentro, e sente como se fosse queimar até chegar ao seu exterior. De dentro para fora, ele arde como fogo.

"Quem ele pensa que é para me culpar? Eu estou aqui por causa dele!" É o que JungKook pensa.

Ele se levanta e se aproxima de SeokJin, que ainda parece impassível em sua frente. JungKook desejou mentalmente poder vê-lo com mais clareza, e talvez assim teria percebido o quão idiota foi.

SeokJin sempre esteve lá, o observando como a porra de uma câmera analógica velha grudada dentro de um urso de pelúcia adorável. 

É assim que os deuses o observam: se transformando em pessoas ao seu redor. É assim que eles sabem, é assim que descobrem.

E é por isso que JungKook nunca confia em ninguém além dele (nem mesmo no próprio deus da confiança). 

Ele devia ter percebido. Devia ter notado os olhares de SeokJin, a curiosidade repentina, seu tom de voz, sua forma de agir. Ele deveria saber.

ㅡ E com que autoridade você vem me cobrar o que desejei? Eu não pedi por isso! ㅡ A expressão de SeokJin muda drasticamente, e ele começa a rir baixo.

ㅡ Se tem algo que você fez, JungKook, foi pedir. Eu começo a questionar o seu amor, já que sequer admite que desistiu da liberdade por ele ㅡ JungKook balança a cabeça, sentindo sua pele tremer. Seu sangue corre em suas veias, e ele sente tanto calor que o enlouquece. Ele quer dar dois passos em frente e socá-lo.

ㅡ Você não tem o direito de dizer que não tenho amor.

ㅡ E você tem o direito de dizer que tem? Não sou eu quem se afasta por egoísmo. Não sou eu quem dá o mundo para Taehyung durante os meses de fevereiro a setembro, e de outubro a novembro se afasta com covardia e lhe tira o chão. Pode dizer que o ama, JungKook? Pode mesmo? 

JungKook parou, por um instante, e sentiu todos os seus pelos eriçados. O frio subiu pelo seu corpo tão rápido quanto tocou seu coração. Sentindo-se pálido, ele encarou os olhos castanhos de SeokJin. 

Você fez com que a minha vida começasse em setembro. Você convenceu Iwer a fazer isso ㅡ concluiu. 

ㅡ Finalmente a lógica bateu em sua cabeça ㅡ ironizou. JungKook, tomado por um momento de euforia, bateu em seu rosto com força. 

Tudo sempre volta para você • [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora