Capitulo 3 Proibido Libertar Cães Espectrais, Sujeito a Paulada

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Capitulo 3

Proibido Libertar Cães Espectrais,

Sujeito a Paulada

– Por quanto tempo a gente pretende ficar olhando mesmo? – quis saber Julian, que ainda não movera um musculo.

David deu uma leve fungada no nariz. A sua frente o homem ruivo, que havia literalmente se transformado em uma bola de fogo, fora acertado por um golpe de uma mulher baixa de cabelo curto. Ela portava em sua mão, um pedaço de metal em formato cilíndrico, semelhante a um taco de baseball. David não sabia nada sobre baseball. Mas quando viu a bola de fogo acertar um caminhão, o fazendo explodir, suspeitou que aquilo poderia contar como um "home run" ou coisa parecida.

– Acho que até os efeitos da droga passarem – respondeu, limpando a testa de suor.

O cão atrás dos dois latiu. Por um momento havia se esquecido dele.

– Oh, droga! – exclamou David voltando-se para ele.

Os garotos voltaram a tentar libertá-lo. Acharam duas travas de ambos os lados da estrutura. Pareciam funcionar juntas; uma dependente da outra. Mas, por mais que puxassem, não conseguiam move-las por completo. Só então David percebeu um encaixe abaixo da trava.

– Acho que precisa de uma chave! – exclamou ele tentando sobressair sua voz da cacofonia do lado de fora.

– Merda, desse lado também – observou Julian.

– Temos que procurar por aqui.

– E onde caralhos a gente ia achar uma chave?

– Aqui – aparecendo do nada, o homem de camisa vermelha e luva de sombra estava agora na porta do caminhão.

Ele olhou de um garoto para o outro, terminando em David. Depois, focou o cão e pareceu notar algo. Ele então suspirou com dificuldade. Tirou de dentro da camisa um cordão com um retângulo de metal e o jogou para David.

– Soltem ele e sumam daqui – ele encarou David. Seus olhos eram amarelo âmbar, de um tom brilhante que gelava a alma. – Nós vamos achar vocês.

E saiu de volta a luta.

Sem muito tempo para processar, David repara que o tal objeto se divide ao meio. O encaixe das duas partes combinava perfeitamente com o da estrutura de metal. Ele jogou um dos pedaços para Julian que o pegou no ar e tentou encaixa-lo.

Era um tanto difícil, parecia que ambas tinham que se ser giradas ao mesmo tempo. E simultâneo a isso as travas externas também precisavam de perfeita sincronia. Para que uma estrutura tão complicada para prender um simples cachorro?

A situação se complicou ainda mais quando a jogadora de baseball 'hardcore' veio correndo na direção deles. Ainda estava longe, mas vinha correndo em velocidade sobre humana.

– Merda, Merda – esbravejou David. – Isso não vai dar certo.

O cão começou a se contorcer com vontade. Rosnando, ele parecia preste a atacar quem estivesse na frente. Mesmo assim, não conseguia se mover. Seus pelos ao redor do corpo se afinavam nas pontas, de forma que pareciam sumir numa fumaça preta. Era quase como se ele não fosse completamente solido.

– Ok, ao meu sinal – disse Julian, com raiva. –Agora!

Exatamente no mesmo instante, David e Julian giraram a chave e puxaram a trava libertando o animal. A garota com o taco de metal foi surpreendida quando, a poucos metros do caminhão, foi jogada no chão por um cachorro de pelagem tão escura, que parecia até sumir na noite.

David Castilho e O Cão da Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora