asfalto

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A lua cruza a esquina, já não a vejo nesse final de tarde de Domingo, os carros passam devagar, não há motivo para pressa em um final de semana calmo. O barco navegava no mar que já adornava um azul plácido, as crianças saiam ligeiras do mar, riam quando as mães passavam uma toalha personalizada em suas cabeças e desarrumavam seus cabelos. Eu padecia ali, cansada em uma calçada mal ajustada, a areia fazendo cócegas em meu chinelo me fizeram ficar descalça com os meus pés escondidos na calça. Famílias subiam as ruas com cadeiras reclináveis e refrigerantes retornáveis, eles riam levemente queimados e a menina resmungava por estar tão cansada, sorri vendo a criança na cadeira de rodas, seus pés estavam molhados e ele estava encantado com o sapo que rouguejava, ele tentava retornar. Sua mãe o admirava, como se ele fosse um deus que ela daria sua vida sem pensar. Olhei para o céu que já tinha manchas escuras e as nuvens já eram iluminadas pela lua, estava tudo calmo e tudo um tormento, mas era um soneto parar e observar a vida passar sem hesitar ao me ver parar. Belo o asfalto coberto de areia que insistia em esburacar, o caminho de tantos que tiveram um dia inteiro para admirar

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