2 Um sonho diferente

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Eu estava em um deserto e chovia muito, eu estava toda molhada e tremia de frio, olhava pro um lado e pro outro pra ver se via alguém, mais só via escuridão e mais escuridão.

-Mãe, pai, tem alguém ai-gritava chorando- onde eu estou?

E a única coisa que ouvia era o som da minha própria voz se espalhando como eco.

-Calma Lany é só um sonho-Dizia eu pra mim mesmo.

-Você tem razão  é um sonho- uma voz forte falou do meu lado- mais não é um simples sonho, é só o começo de muitas coisas o que vem por ai. Eu dei um grito e me virei , me afastei rápido e com medo disse:

-Quem esta ai? Não consigo te ver? Quem é você?

-Calma, muitas perguntas ao mesmo tempo- Falou ele com um tom super tranquilo — eu sou alguém que você pode ajudar. A voz era de um garoto. Eu olhava pro um lado e pro outro querendo achar o dono daquela voz, mais não via ninguém, eu já não me aguentava de medo, mais sabia que era um sonho e uma hora iria acordar. De repente parou de chover, mais a escuridão continuava.

-Não eu não posso, e também nem quero -Falava com tom de pavor- só quero acorda desse sonho. Ele se mexia perto de mim, andava de acordo com que eu ia se afastando, ele conseguia me ver perfeitamente no escuro, mais eu não.

-Seja um pouco esperta , como você sabe que isso é um sonho, e como você quer acordar dele?- Falou ele tremulo- eu sei q você esta achando ele real, e é.

-Por que eu sei que eu estou sonhando ué, a gente sabe essas coisas- disse - e como assim é real, você mesmo disse que era um sonho...calma ai eu nem sei por que eu estou falando com você, eu não te vejo só estou te escutando, ta escuro, eu estou com medo, eu quero acordar. Voltou a chover e eu chorava muito, eu agora sentia o garoto bem perto de mim se não fosse o medo, eu poderia a te toca-lo se tivesse coragem, mais não fiz isso.

-Olha você tem que tirar a gente daqui- ele falou baixo- é perigoso ficarmos aqui, daqui a pouco eles vão chegar!

-O que?- perguntou eu sem entender-como assim tirar a gente daqui?

-Eles estão chegando, rápido tira a gente daqui-gritou ele- rápido!

-Do que você esta falando, quem esta chegando?-Perguntou eu- e como você acha que eu vou tirar a gente daqui?. Um ruído muito grande veio em direção da gente, parecia pessoas gritando, mais não dava pra ver o que era de certo.

-A gente não tem tempo pra isso, pensa em um lugar, qualquer lugar e tira agente daqui-implorou ele- rápido. Eu não sabia o que fazer, eu estava com medo, ouvia e sentia alguma coisa se aproximando, mais não sabia o que poderia fazer, não entendia o que ele estava dizendo.

-Que lugar, eu não posso fazer isso, eu não sei o que você esta falando.

 Ele me segurou nos braços e a olhou dentro dos meus olhos apavorado(por mais q estivesse escuro, ele conseguia me ver) a expressão dele deveria ser de medo, de pavor, ele sabia que algo horrível poderia acontecer se a gente não saísse dali imediatamente.

-Tira a gente daqui o ele vai me pegar!-Gritou ele.

Eu fiquei muito assustada, sentiu verdade nas palavras dele, mais o que eu poderia fazer, estava tão desamparada como ele, não sabendo eu que poderia tirar a gente dali!

-Esta bem, esta bem, o que eu tenho que fazer?-disse assustada.

-Pensa em um lugar, fecha os olhos e pensa em um lugar e deseja esta lá, rápido.

-Só isso?-Resmunguei-você esta louco, você acha q eu posso ajudar assim.

Seja lá o que fossem aquele barulho, estava cada vez mais perto, e nos não tínhamos mais tempo.

-Anda...

Eu vendo que não tinha outra escolha tentei arriscar aquela maluquice, sabia que não iria da certo, mais eu tinha que pelo menos tentar, por ele, por um garoto a qual eu acabará de conhecer. Eu fechei os olhos bem forte, por um momento não pensei em lugar nenhum, só fechei por medo, a respiração de medo do garoto do meu lado me deu pânico, foi quando eu pensei na escola, na minha amiga, na aula de amanha que eu pensei que não teria, por que aquilo tudo era tão real, que era impossível pensar que eu estava sonhando. Um silencio tomou conta do lugar, e eu ainda com olhos fechado sem se me mexer percebi que não estava mais no deserto.

-Escola-implicou ele-tanto lugar pra você levar a gente e você nos trouxe para uma escola!

Eu abri os olhos e vi que estávamos no corredor da escola, olhei tudo detalhadamente de boca aperta sem acreditar no que tinha acabado de acontecer, por um momento eu pensei que estivesse louca. Eu não entendia o que estava acontecendo.(a eu ainda não tinha visto o rosto desse misterioso garoto)

-Como a gente veio parar aqui- sussurrei - não me diz que foi eu...

-Isso mesmo —disse ele- foi você que nos transportou ate aqui.

-Como eu fiz isso? Por que eu não te vejo?

-Você não esta me vendo?-perguntou ele decepcionado- hum, acho que já é hora de eu ir então!

-Como assim ir?- perguntei brava- acontece tudo isso, e você  não vai me explicar nada, você nem me falou o seu nome, muito mal educado.

-Lany, Lany-era minha mãe me acordando pra escola- eu sei que você foi dormi tarde meu amor, mais você tem que ir pra escola.

-O que?- sentei na cama-mais ele nem disse o nome dele.

-O que você esta falando? —perguntou — ainda esta sonhando é.

-Ahh, nada mãe, foi um sonho muito do bobo que eu tive isso sim- falei mais brava ainda.

Na escola contei tudo pra  Nanda, eu sempre tinha sonhos, mais nunca sonhei daquele jeito, daquela forma. Então isso bastou pra ficar estranha e pensativa o dia todo.

-A Lany para com isso só foi um sonho- falou Nanda- ate parece que nunca sonhou assim antes.

-Não Nanda, eu nunca sonhei assim antes, era tão real, ele parecia que me conhecia, eu sou capaz de saber quem ele é só pela aquela voz. Nanda era uma menina baixa de cabelo curto preto de olhos cor de mel, que tinha um pouco de sardas na rosto. Ela sabia que eu tinha muitos sonhos, eu  sonhava todos as noite, mais esse foi intenso, esse foi real!

-Vai me dizer que se apaixonou por uma voz- falou ela rindo- poxa amiga assim não tem graça. Dei risadas, e esqueci um pouco do sonho.

-Claro que não sua boba- sorri- isso não iria acontecer comigo, e eu nem vi ele nesse maldito sonho.

No final da aula combinamos de ir ao HOUSEGAME jogar boliche, é uma casa de jogos, onde tem todos tipos de jogos que você imaginar lá. A gente sempre ia uma ou duas vezes por semana e tiramos essa segunda pra poder fazer isso. Nanda adora boliche, eu prefiro patinar no gelo, mais a gente reversava, um dia boliche o outro patinar e assim se dávamos super bem. Combinamos de ir as quatro horas, somos novas mais estávamos acostumadas a andar na cidade de ônibus e a pé, o bairro era bem tranquilo, e fazia uns 30 anos que o pessoal não ouvia falar de assalto por ali, dizia o vovó . A tarde estava nublada e a temperatura ótima pra um final de tarde, eu pedi dinheiro a minha mãe( dinheiro nunca foi problema pra família, tínhamos uma boa condição financeira )minha mãe já sabia dessa minha rotina, me deu o dinheiro, perguntou se queria que ela me levasse  ate o HOUSEGAME.

-Não precisa mãe, vou passar na casa da Nanda e o pai dela vai nos da uma carona ate lá- falei- na volta a gente vem de taxi, vamos chegar um pouco mais tarde do que de costume por que hoje vamos jogar boliche e patinar também. Pensando bem foi muito bom eu falar isso com a minha mãe, afinal eu realmente vou chegar tarde em casa, mais não por causa disso!

-Ok, venha de taxi então.

Fui andando ate a casa da Nanda, por que não era longe, toda hora eu olhava pra trás, parecia que tinha alguém me seguindo, parava e olhava entre os carros parado nas garagens e nas ruas, mais não tinha nada. Mais aquela impressão continuava, cheguei na casa da Nanda e ela já estava me esperando, eu não sou muito de beijos e abraços, disse olá pro senhor Tomas, o pai da Nanda e entrei no carro.

O Céu Ainda é AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora