𝘾𝘼𝙋𝙄𝙏𝙐𝙇𝙊:𝟬𝟲

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Tic

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Tic. Tic. Tic. Tic... Tac. Um. Um. Um. Um. Dois.

Um suspiro pesado escapou da boca de Victor, sem que ele deixasse, assim como uma gotícula de água salgada maldita que insistiu até conseguir cair de um de seus olhos tristes. Deus, como ele odiava aquela sensação... De estar morrendo a cada dia um pouco mais... Assim como a sua filha. A sua única filha... Sua única fonte de alegria.

Aquela sensação de perda prevista, de sofrimento previsto, de... Dor. Tanta dor. O que seria do mundo sem Meg? O que seria do mundo de Victor sem a sua filha?

Tic. Tic. Tic. Tic... Tac.

Um. Um. Um. Um. Dois.

"Mas eu quero, papai Noel, que o meu papi seja feliz... Então por favor, papai Noel, leia essa cartinha... É tudo o que eu mais quero nesse Natal..."

Retirou a barba falsa e tacou-a em qualquer canto da sala vazia, encarando o próprio reflexo frágil pelo espelho traiçoeiro e vendo apenas um homem quase sem forças, quase sem vida... Um homem desesperado, que entregaria nas mãos de Deus ou até do próprio Diabo o coração que dentro de seu peito batia para poupar a alma tão caridosa de sua filha... E o espelho sorria de uma forma cruel, como se quisesse lhe dizer: não seja tolo, Victor, você sabe que não há mais nada que você possa fazer...

Tic. Tic. Tic. Tic... Tac.

Um. Um. Um. Um. Dois.

"Mas eu quero, papai Noel, que o meu papi seja feliz..."

Limpou a lágrima quente que percorria sua bochecha com a palma de uma mão, organizando todos os pertences dentro da sacola antes de apagar a luz e sair mais uma vez daquela sala, voltando à sala onde as crianças que ainda estavam acordadas se encontravam e não escutando nenhum grito ou recebendo algum abraço apertado nas pernas de algum pedaço de gente... E seus olhos logo avistaram Meg, sentada bem ao fundo da sala, sorrindo tão amorosa para Barbara que a ponta de seus dedos queimaram, assim como a sua face e o seu coração.

Tic. Tic. Tic. Tic... Tac. Um. Um. Um. Um. Dois.

-Hey, garota... -a boca dele moveu-se involuntariamente, chamando a filha de um jeito descontraído e que a fez abrir um sorriso enorme, mesmo sem avistá-lo de imediato.- Você está tão brava comigo a ponto de não me dar um abraço?

- Victor Augusto! - Meg ficou em pé,com as mãozinhas na cintura e com um olhar meio bravo, meio contente. -Você está tão atrasado! Você não viu o papai Noel, papi Ele é tão gordo! - correndo ao pai e jogando-se nos em direção aos braços dele, sabendo que esse a acolheria com facilidade, Meg deu outro de seus sorrisos banguelas e repletos de vida, encantando assim não só Victor, como Barbara, que assistia a cena.- Juro! A barriga dele era grande assim! - imitou, movendo as mãos e exagerando um pouco. Victor trocou um sorriso cúmplice com Barbara.- Porque você demorou tanto?

-Eu estava procurando o seu presente, querida...

- E você o encontrou?

-Sim, encontrei... E quando eu estava chegando, o papai Noel estava indo embora e eu sei o quanto ele é gordo!

- Você jura que viu o papai Noel? - os olhinhos de Meg cintilaram. - E ele disse para você se leu a cartinha que eu entreguei para ele?

- Ele disse que vai ler ainda hoje. - piscou um olho para ela. - Mas eu quero saber o que você está fazendo acordada ainda, mocinha! Amanhã é manhã de Natal e se você for dormir tarde, perderá a troca de presentes...

-Eu estava terminando o meu livro... E a Tia Babi. estava me ajudando!

-Tia Babi?-fingiu não entender, vendo que Barbara abaixava a cabeça para sorrir, de forma que os seus cabelos tampassem o seu belo rosto, - Quem é?

- A tia Babi! Ela é médica e trabalha aqui no Hospital... Ela me ajudou a escrever o meu livro inteirinho, papi, e prometeu para mim que estará aqui amanhã para me ver lendo para os meus amigos! Isso não é super legal?

- Sim, é super legal... - Victor comentou, não conseguindo deixar de sorrir e sentindo Meg conduzindo-o até a mesa em que Barbara estava sentada, ajeitando os lápis de cor dentro de uma caixa e limpando a sujeira que Meg aprontara. - Olá.

- Olá. O senhor deve ser o pai de Meg, não é mesmo? Sr. Victor Augusto, se não me engano...

- Pode chamar o meu papi de Victor, Tia Babi. - Meg sorriu. - É Natal! Não precisa de tanta fornalidade...

- Formalidade, querida. - Victor a corrigiu e estendeu uma mão para Barbara, escutando-a abafar uma risada e recebendo a mão dela entre a sua. — um prazer conhecê-la, Barbara.

– É

- Igualmente, Victor.

- Igualmente, Victor

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