11.IRMÃOS

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【Mais forte do que um lanço de sangue o laço de amor, ambos entrelaçados são inquebráveis.】

•Anos Atrás:

  QUANDO ELES ficariam satisfeitos? 

Não bastasse a violência doméstica que infligiu aos irmãos desde que a mãe morreu, Taiju ainda tinha que espalhá-la pelo mundo formando uma gangue? Hakkai tinha de fazer o mesmo justamente em uma gangue rival? Yuzuha teve medo de descobrir o que restaria para si, tendo os dois irmãos matando um ao outro conforme o mais velho a obrigava a se meter no esquema criminoso e seu pai tornara-se um estranho há muito tempo.

 Não se escolhe a família a qual nasce, o que me resta é proteger o último elo que me faz continuar.

— Yuzuha, eu quero te apresentar alguém. — Falando nele, Hakkai iniciou com essa história em um dia qualquer de retorno da escola. Parecia desconcertado, mordendo o lábio inquieto. 

Ela o conhecia a tempo suficiente – uma vida inteira – para perceber imediatamente que o irmão tinha uma decisão sólida formada, mas tinha temor de ser recusado e ter de elaborar argumentos para convencê-la. Por isso, Yuzuha deixou os ombros caírem e sorriu de lado.

— Quem? 

Naquele mesmo dia ela foi levada a um encontro da Toman, mas não uma reunião oficial, apenas um grupo de adolescentes casualmente reunidos numa praça, dividindo lanches e se entupindo de refrigerante. Foi engraçado vê-los dessa forma, nunca tinha parado para pensar que no fim eram apenas isso: adolescentes. Até mesmo Taiju. 

— Essa é a sua irmã, Hakkai? — inesperadamente é uma voz feminina quem a recepciona.

Yuzuha depara-se com você pela primeira vez, uma garota comum que se viu tendo laços afetivos com meninos problemáticos, assim como ela – embora no seu caso tenha sido praticamente opcional. O mais novo dos Shiba acreditou que poderia ser bom se conhecerem, (foi chocante ele conseguir trocar cinco palavras com você) ambas eram garotas fortes e não tinham muitas amigas. 

Acabou se tornando uma das melhores decisões dele.

As conversas entre vocês vinham tão facilmente que ela quase imaginou que já se conheciam, e vocês nem mesmo tinham muitos gostos em comum, ou talvez esse fosse o ponto bom. Começaram a compartilhar CDs e estilos de roupas, inclusive, sua casa tornou-se para ela um refúgio de seu próprio lar conturbado, onde criaram o hábito de ir ao quintal posterior para trocarem técnicas de luta. Prática essa que ajudou-as muito em descontar as frustrações da vida. 

Costumavam abrir o coração naturalmente nesses combates, e foi precisamente assim que confessou abertamente à alguém pela primeira vez sobre seus sentimentos florescendo por Mikey – não que Emma tenha sido desmerecida, mas pareceu-lhe mais constrangedor falar sobre isso com a irmã do garoto. Yuzuha pode ter deixado “acidentalmente” esse pequeno detalhe escapar para Mitsuya, mas isso eram apenas boatos, com certeza foi completamente autônomo a decisão do capitão em investir no futuro casal.

— Ei,  Zuha — chamou-a em um fim de tarde qualquer, entregando-lhe um chaveiro em forma de unicórnio — Achei que seria menos clichê que pulseiras de amizade. Emma tem um igual e eu também.

— É fofo! Obrigada! — a Shiba apertou o presente entre os dedos apreciando a textura macia e as letras “A.S.G” bordadas no peito, quando se deu conta de algo — Mas eu não tenho nada pra vocês… 

CONSTANTE - Manjiro (Mikey) SanoOnde histórias criam vida. Descubra agora