Mary Louise
Sempre tive a falsa ideia de que o quartel era um lugar sombrio e sangrento, mas olhando bem não é exatamente assim. Sinceramente vir fazer essas aulas era algo que se Henrique não insistisse eu não ia retornar, mesmo que depois que fui sequestrada junto com a Alê a ideia me tivesse surgido. Confesso que aquele dia foi o dia mais turbulento de minha vida, pois nunca estive em tal situação sempre fui muito protegida e meu pai me deu livre arbítrio de querer ou não entrar nesse fundo e fazer iniciação, preferi só optar por me defender mesmo.
Minha mãe sempre foi muito amável e não se envolvia em tais assuntos, acho que pra ela ja era fardo o suficiente a rejeição de minha avó por ela ter casado com um brasileiro e não seguido o que queria..
...
Depois de um dia intenso aprendendo um pouco sobre pontos letais, armas eu achei que fosse morrer ali mesmo.
-Soube que estava bem focada. Parabéns sua mãe ficaria orgulhosa. -declarou Henrique quando eu estava passando pelo corredor da saída e nos esbarramos. Franzi o cenho sem entender o que dizia e ele continuou: -Ela costumava dizer que queria que você fosse diferente dela, uma mulher mais independente. -falou.
-Eu queria era ser mais parecida com ela, ela sim era forte. -falei com um sorriso fraco e cansado.
-Bom... Mandei um dos meus homens te levarem de carro, e não é pra te vigiar é só porque não poderei te levar pois vou pra empresa. -disse. -Mas ainda acho que ta na hora de se adaptar ao trânsito e parar de andar de táxi Marylu.. -avisou, mas fingi que nem ouvi e com um sorriso fraco fui embora.
-Ah e não venho amanhã e não sei ao certo quando volto, terei de viajar. -declarei e ele franziu o cenho. -Não se preocupe vou me cuidar. -disse por fim.
-Não perguntarei onde vai você é grande demais pra isso. Mas precisa de seguranças? -indagou bem calmo.
-Não, mas agradeço. -sei que não gostou de minha resposta, mas também sei que irá respeitá_la.
...
Assim que chego em casa olho pra o quadro sobre a mesa de centro com a foto de minha mãe e meu pai abraçados no Cristo Redentor. Falar hoje com Henrique fez lembrar deles, e agora vendo eles me recordo do quanto sofreram pra estar juntos e a única coisa que queria saber é se um dia vou ter um amor tão épico quanto eles tiveram.
Minha mãe sofreu muito com a rejeição de minha avó por ter escolhido ficar com meu pai, ou melhor por ter ouvido seu coração e ter ficado com ele.
Não tive muito contato com ela, só as poucas vezes que minha mãe ia visitá_los e eu a acompanhava, mas desde que faleceu não fui mais lá, afinal ela ia mais la pra ver meu avô, e ele morreu antes dela.
Mas hoje eu não posso me esquecer dos avisos que recebo a meses de minha avó e ignorava, sei que querendo ou não terei de ir lá pois ela não parará de me infernizar. Pensei nisso a semana toda e preferi não falar a Henrique sobre isso, afinal é um assunto do qual deverei cuidar sozinha.
......
Arrumei minhas malas pra passar suficientemente um fim de semana lá, regressarei na segunda-feira.
[...]
Não venho pra Veneza a anos e essa cidade trás um tom de romance ao qual meu avô sempre me fazia sentir com as histórias que contava, ele realmente era um apaixonado incurável e posso estar falando errado, mas seu erro foi só ser tão perdidamente apaixonado por minha avó.
....
Pelo que me disse nos emails esta querendo vender um enorme cassino da família, o qual eu ela e minha prima Elise somos herdeiras, e por isso precisa de nossa presença. Não preciso do dinheiro, mas ela sem dúvidas deve precisar a ponto de me atormentar tanto pra isso.
-Senhora chegamos! -o taxista falou assim que paramos em frente a mansão com enormes portões.
Paguei a corrida e ele me ajudou a retirar as malas, no mesmo instante em que o carro saiu o porteiro veio ao meu encontro me ajudando com as malas. Dei um suspiro fundo antes de dar o primeiro passo para entrar no lugar de uma vez...
...
-Achei que não viria garota. -minha vó que estava sentada na sala com Elise fazendo sei lá o que disse assim que adentrei pela porta.
-Você fez tanta questão que aqui estou. -falei debochadamente e empregada pegou minha mala indo em direção a escada.
Contornei o sofá e parando na frente delas indaguei: -Que horas nos reuniremos para resolver de uma vez isso?
-O comprador precisou regressar pra Florença, mas na segunda estará aqui. -disse e rodei o olhar no local, imaginando que teria de ficar ali um fim de semana inteiro mesmo.
-Estarei no meu quarto caso possa ocorrer mudanças. -falei mais que pra mim mesma e dei_lhes as costas.
-O quarto que você ocupava quando vinha aqui é o que estou usando querida. -Elise que se mantinha quieta só me encarando falou, não liguei ela nunca gostou muito de mim mesmo.
Nicholas Santorini
Uma semana, fiquei uma semana inteira em Veneza e nada aconteceu, bastou eu chegar aqui pra receber a ligação de que a outra herdeira esta em Veneza, mas que inferno.
Ao menos pude resolver rapidamente o que diz respeito as boates e restaurantes, prefiro ir antes que ocorra algo e outra vez tenha que esperar alguém.
Que essa seja mais educada...penso comigo mesmo. Mas sabendo quem é a avó duvido muito, que velha miserável. Se bem que a neta parecia não querer vir então não deve gostar muito ta avó, e pela forma que Antonella se refere a mesma, suponho que não goste dela também.
No telefone o advogado somente me informou que iria se reunir com elas e assim que eu chegasse conversaríamos todos, como prefiro ir de carro o que gasta mais de duas horas de viagem, chegarei a tarde lá.
Sim eu tô me iludindo achando que esse livro será mais breve, mas vai ser sim kkkkk
Heitor Cerrachio e Alice Forbes Cerrachio
(Pais falecidos da Marylu)
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Enlaçado Pela Virgem- Livro IV da série: Os Ceos da Maffia
RomansaCapa feita por @falaserionati Mary Louise Cerrachio uma garota doce e leitora de livros hots e clássicos, guarda consigo alguns segredos que nem mesmo seu irmão conhece. Ela esta no fim do curso de medicina veterinária o qual escolheu por sua paixão...