Capítulo 1

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(Brooklyn, Setembro de 2015)

- Becca, desça já!

"Should I let you fall
( Eu deveria deixar você cair)

And lose it all?
(Perder tudo isso?)

So maybe you can remember yourself
(Então, talvez você possa lembrar-se)

Can't keep believing
(Não posso continuar acreditando)

We're only deceiving ourselves
(Estamos apenas nos enganando)

And I'm sick of the lies
(E eu estou cansada das mentiras)

And you're too late
(E você está muito atrasado)"

(...)

- Eu já mandei você descer! - Yolanda se encontrava de braços cruzados ao lado da porta. - Becca, levanta! - ela veio até a mim e puxou os fones dos meus ouvidos.

- Já vou... - murmurei.

- Já vai quando? Daqui a mil anos?

- Não é uma má ideia! - fiquei de bruços na cama.

- Levanta agora ou irei chamar seu pai!

- Aquele velho não é meu pai...

- Mais respeito, mocinha! - ela me repreendeu.

- Sai dessa, Yo! - falei.

- Você sabe que eu não gosto que me chame assim!

- Tá bem... Mãe. - falei em seco

- Olha, não gostei do seu tom, mas vou deixar passar! - guardou os fones em uma caixinha ao lado da minha cama. - Agora levanta, vai se atrasar para escola! - jogou uma roupa na minha cabeça.

bem! Não deve ser difícil levantar, é usar a força da mente.

Fechei meus olhos com força para ver se a vontade de levantar chegava, o qual não deu muito certo.

Me levantei da cama e segundos depois voltei para encontrá-la novamente.

Cama (1) vs Eu (0)

- Não posso te largar, cama! Você faz parte de mim agora! - me aconcheguei mais ainda no cobertor.

Minha mãe virou-se para mim e voltou a sua posição típica de cruzar os braços e de me olhar devastadoramente.

- Becca! Acorda! - grunhiu.

- Já acordei...

- Becca!

Não respondi, pois o sono não deixava.

Ela andou até a porta e depois não ouvi mais seus passos.

Finalmente!

Agora eu posso dormir!

- Pronto! - litros de água foram derramados sobre minha cabeça.

Me levantei igual um gato assustado.

- Agora você não precisa mais tomar banho! - ela me entregou uma toalha e saiu.

(...)

- Bom dia, Bec! - Andy falou todo sorridente.

- Mau dia! - falei e a minha mãe me lançou um olhar repreendedor.

Me direcionei ao armário e retirei um pote de achocolatado em pó, ou Nescau, chamem do que quiser.

- Como foi a reunião, amor? - minha mãe perguntou enquanto fazia waffles.

- Foi uma maravilha! - ele falou e eu o fitei.

Ela sorriu e voltou a fazer os waffles.

- Então, Bec? Animada para o primeiro dia de aula... - interrompi ele.

- Para você é Rebecca Blumm! E não, não estou nenhum pouco animada!

- Ah, Rebecca! Tenha fé, pois esse ano vai ser diferente! - ele falou.

- Não vai não!

Não sei vocês, mas eu tenho raiva daquelas pessoas que dizem que esse ou próximo ano vai ser diferente. E no final é sempre a mesma coisa.

Pode acontecer as mesmas merdas, mas sempre vai ter aquela pessoa que vai dizer: "Tenho fé de que esse ano vai ser diferente!".

- Becca, o que eu já disse para você? - minha mãe chamou minha atenção. - Não é para comer achocolatado puro!

Senti que ela ia tomar o pote da minha mão, então comi o mais rápido que pude.

- Me dá! - resmunguei, após ela ter tomado o pote.

- Coma os waffles! - disse ela colocando um prato na mesa.

- Bec, aquele não é seu ônibus? - Andy apontou para a janela.

E era o meu ônibus!!

Peguei o waffles, minha mochila e meu casaco e saí correndo de casa.

- EI, ESPERA! - gritei a uma altura para que o motorista ouvisse enquanto eu corria.

Ele parou próximo à uma poça de lama.

E adivinha?

Ele me molhou toda!

Após a porta abrir, subi imediatamente.

- Bom dia! - o motorista falou segurando o riso.

- Cala a boca e dirige! - fui me sentar.

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The Red Hood (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora