- Rebecca Blumm?
Olhei para o diretor no canto da porta.
- Pode entrar!
(...)
- Então, deixa eu ver se entendi! - Melody tomava seu milkshake pensativa. - Ele te chamou de idiota por ter feito uma pegadinha, que na verdade não foi sua, com o professor?
- Praticamente! - falei.
- Que absurdo! E o que você fez? - ela perguntou com os olhos brilhando.
- Nada!
- COMO ASSIM? - me olhou surpresa. - Eu não acredito que você não fez nada!
- E o que você queria que eu fizesse?
- Qual é, Blumm? Você não me engana! - ela ergueu uma sobrancelha. - Você fez algo, só não quer dizer!
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(1 HORA ATRÁS)
- Já estou cansado de ouvir reclamações como essas! "Ah, me pregaram uma peça aqui, ali..." - ele batia o punho sobre a mesa. - Tenho raiva dessas pessoas idiotas sem nenhum tipo de educação! Pessoas da sua laia deveriam ser punidas!
- Com licença, eu ainda estou aqui! - falei entre dentes.
- Tenho noção disto, senhorita! - falou. - O que devo fazer com você? - falou meio pensativo.
Ele pegou uma caderneta e começou a escrever nela, o que estava me deixando meio encucada.
- Suspensa por 1 semana! | ele finalmente fechou a caderneta.
Me levantei indignada com o que eu havia escutado.
- O QUÊ? VOCÊ NÃO PODE ME SUSPENDER!
- Pode baixar o tom de voz, senhorita? - ele me olhava seriamente.
- ME OBRIGUE! - esperei ele reagir e assim fez.
Ele se levantou e ficou na minha frente com um olhar ameaçador.
- Sente! - ele murmurou. - Eu mandei sentar! - puxou meu braço rigorosamente e eu resisti.
- Tire suas mãos de mim! - empurrei ele. - Nunca ouse tocar suas mãos em mim novamente, você entendeu? - eu andava lentamente em sua direção e ele se afastava.
Eu havia pegado uma tesoura em cima da mesa só para assustá-lo e ele se afastou ainda mais.
Chegamos em um ponto em que estávamos próximos a uma janela.
- Por favor... Vamos conversar! - ele estava muito nervoso e eu continuava a andar em sua direção. - AAAH! - ele tropeçou em algo que estava caído no chão e atravessou a janela.
Corri para olhar e o vi jogado em uma poça de sangue, se mexendo um pouco e tentando pedir ajuda.
Eu sabia que não podia ficar parada na janela olhando para ele, pois a qualquer minuto poderia aparecer alguém e me acusar de ter defenestrado o diretor. Então, sem olhar para trás, saí da coordenação com um grande peso nas costas.
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Melody me olhava de olhos arregalados, até deixou seu milkshake cair acidentalmente em sua roupa. Pegou um lenço e tentou limpar o estrago.
- Muito engraçado, Becca! - ela riu desesperadamente. - Você achou mesmo que eu cairia nessa sua piadinha sem graça? - ela me olhava com uma sobrancelha erguida e eu encolhi os ombros.
Um grupo de jovens passaram próximos da nossa mesa conversando algo sem ao menos serem discretos.
"- Ficaram sabendo? O diretor da Blackwells quase foi morto! - uma garota falou.
- Como?
- Alguém arremessou ele pela janela. Disseram que a cena foi horrível! Foi sangue para tudo quanto é lado, ninguém sabe se ele aguentou chegar no hospital, ainda.
- A pessoa que fez isso devia levar pena de morte! - um garoto falou indignado.
- A polícia está examinando local, parece que não vai ser difícil encontrar o suspeito, logo o responsável disso tudo vai pagar pelo que fez.
- Espero que o responsável tenha uma morte lenta e dolorosa! - o mesmo garoto finalizou."
Melody voltou a me olhar de olhos arregalados. Ela ficou balançando a cabeça negativamente, como se não estivesse acreditando no que ouviu.
- Eu vou no banheiro! - ela largou o lenço na mesa e se levantou rigorosamente.
Eu segui ela até chegarmos ao banheiro feminino. Tentei falar algo em minha defesa no meio do caminho, mas ela apenas me ignorou.
- Mel, olha para mim! - puxei seu braço, quando ela estava tentando ligar a torneira. Ela me olhou no mesmo instante. - Porque você está agindo assim?
- Por quê? - ela me olhou indignada. - Eu não sei se você percebeu, mas a minha "amiga" é uma assassina!
- Foi um acidente, eu não queria que aquilo acontecesse!
- Você começou isso, a partir do momento em que você ameaçou o diretor com a tesoura! - ela me fitava.
- Eu não ia fazer nada, eu juro! - baixei minha cabeça.
Senti sua mão tocar meu ombro, e eu levantei minha cabeça.
- Eu sei! Me desculpe! - ela me abraçou. - Você sabe que agora não vai ser como antes! Quando eles descobrirem que foi você, a polícia vai ficar alerta.
- Mas isso é uma besteira comparada à outros crimes! - não me conformei.
- Eu sei, mas isso continua sendo um crime!
Após Melody terminar de falar, entrou duas garotas que estavam rindo muito.
- Coitado, com certeza vai se ferrar e muito! - uma loira ria mais ainda.
- Será uma pena quando a polícia vier aqui hoje e encontrar toda a maconha que ele tentou esconder por anos! - uma ruiva sussurrou.
- Pena nada! Nunca gostei dele mesmo, vai ser bem feito! - a loira sussurrou e riu alto.
Depois de tanta fofoca, elas foram para a saída.
- Dá licença, querida! - a ruiva nos chamou atenção.
Melody e eu ficamos encarando elas sem entender, depois nós percebemos que estávamos atrapalhando a passagem.
- O que foi? Sei que somos lindas, já não posso dizer o mesmo de vocês! - a loira falou.
- Ora, sua... - segurei o braço de Melody.
- Vamos, Charlotte! - a loira chamou a atenção da sua amiga. - Esse banheiro está cheio de baratas! - elas saíram do banheiro gargalhando.
- Que ridículas, vou mostrar quem é a barata! - Melody bufava.
- Você ouviu o que ela disse? - falei de olhos arregalados.
- Ouvi! Eu ainda vou mostrar para ela que não se deve jogar piadinhas para nós...
- Não, não é isso! Elas disseram que a polícia está vindo para esse shopping, e se eles quiserem descobrir algo sobre o que aconteceu no colégio, aqui? - falei e Melody arregalou os olhos.
- Becca, você precisa se esconder até a poeira baixar! - Mel falou.
- Eu sei... E é o que vou fazer!
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The Red Hood (Hiatus)
Genel KurguDescubra a história da garota por trás do capuz vermelho. ___________________________ "A inocência pode esconder seus piores medos..."