Felipe
Chego no hotel, pego o quarto de sempre, não converso e falo o estritamente necessário com os funcionários. Entro e como já estou bem familiarizado com o quarto, retiro minha roupa, vou até o frigobar e pego uma dose de uísque puro, nem tomo, pois a campainha toca.
— Entra, tira a roupa e se ajoelha de frente para aquele sofá. — Aponto para o local perto da janela, assim que abro a porta. A garota é da agência que sou cliente há anos, então não diz nada, apenas desvia o olhar e começa a fazer o que mandei. — Agora afasta um pouco as pernas e enfia dois dedos em você. — Me sento em sua frente, tomo um gole da bebida que desce queimando minha garganta e pego em meu pau. — Agora se masturba, no mesmo ritmo que eu. — Me estoco até ficar bem duro, vou bebendo e olhando ela também se masturbar. — Abre a boca e não pare de se tocar.
Me levanto e enfio meu pau em sua boca, vou fundo e encosto em sua garganta algumas vezes. Estou prestes a gozar, então saio da boca dela e coloco a camisinha. A pego pela mão, fazendo com que pare de se masturbar, a deito de bruços na cama, enfio meus dedos em sua vagina para molhá-los, e depois os enfio no seu cú, usando sua própria lubrificação. Entro do traseiro dela de uma vez, meto forte, sem me importar com o que ela está sentindo, é por isso que pago por profissionais, só pego as treinadas para essa pegada bruta.
Algumas estocadas são suficientes para me fazer gozar e aliviar toda a tensão que acumulei nos últimos dias. Respiro devagar, e assim que fico menos ofegante, saio de dentro dela e vou direto para o banho. Quando saio do banheiro, ela já não está mais no quarto, me arrumo e volta para minha casa.
— Oi pai, não sabia que você tinha saído...
Sorrio ao ouvir meu filho assim que abro a porta do nosso apartamento, está tão grande meu menino, quase nem dá mais para chamá-lo de menino.
— Oi filhote, precisava dar uma saída, por que não está dormindo? — Estranho ele ainda estar jogando vídeo game, pois temos que levantar daqui a pouco para embarcar para o Brasil.
— Eu estava, mas as gêmeas embarcaram numa sinfonia de choro que deve ter acordado o prédio todo, que pulmões têm essas garotas. — Ele ri. — A babá levou um bom tempo para a acalmá-las.
— Mesmo recém-nascidas e sem entender, do modo delas, sentem o que aconteceu. Estou indo lá vê-las e dispensar a babá. Vai dormir garoto...
— Eu durmo no avião.
— Isso se suas irmãs deixarem... — Dou risada enquanto vou caminhando para o meu quarto.
Entro e as duas estão dormindo nos carrinhos, a babá que está sentada na poltrona levanta e eu digo que ela já pode ir, por ser pediatra conheço várias agências de babá aqui em Berlim, sei bem como funcionam, e essa em específico já deixa programado até o carro de aplicativo para buscar e levar a babá de acordo com o horário.
Ela sai eu me aproximo das minhas filhas, me sento e me distraio pensando na loucura que é essa vida. Nunca pensei em ter outros filhos depois do que Ariane me aprontou, mas agora aqui estou eu, com duas bebês de apenas cinco dias de vida e um adolescente de 17 anos. Paro de pensar ao escutar um alerta de mensagem no meu celular.
"Está dormindo?"
Franzo a testa e dou risada ao mesmo tempo.
"Não minha ruiva, fala o que você quer..."
Respondo para meu amigo Ricardo, o único da faculdade com quem mantive contato depois que me mudei para cá. Ele então me liga.
— Não consegue dormir, nega? Tá ansioso com a volta pro Brasil? — Ele joga um beijo e ri, assim que atendo a chamada de vídeo.
— Acabei de chegar, não sei quanto tempo vou levar para organizar as coisas e poder sair transar depois que chegar aí. E com tudo o que aconteceu, fazia dias que não metia, tava estressado pra caralho!
— Podemos sair depois que passar o jet lag, aí você vê se rola de ficar com alguém.
— De jeito nenhum, não estou com cabeça para paquera agora, vou achar uma agência e contratar profissionais, certeza que tem, só que precisa de um tempinho pra procurar e ajeitar tudo...
— Vinte não, fazem 17, e tem funcionado bem até agora, pra que mexer em time que está ganhando? — Pisco para ele que nega com a cabeça.
— Eu disse quase. Você quase levou um golpe da barriga de uma das suas putas, e agora está aí, com duas filhas de uma prostituta, como que isso é funcionar bem?
— Eu não sofri ou me machuquei, então está funcionando bem. Não estava nos meus planos ser pai novamente, mas amo crianças, estou apaixonado pelas minhas filhas, e mais respeito, Franciele e Fernanda não precisam saber que a mãe foi prostituta.
— Queria só ver no que ia dar essa história se ela não tivesse morrido no parto.
— A única coisa diferente, é que eu não estaria voltando para o Brasil, mas agora não corro mais riscos de cair em outro golpe, aprendi a lição, camisinhas, só as minhas. — Dou risada e ele revira os olhos. — Depois do DNA, estava tudo tranquilo com Charlotte, ela aceitou de bom grado o apartamento e uma pensão, nem trabalhou mais durante a gravidez, e não foi só pela diabetes, é porque ela queria sair daquela vida mesmo, e segundo ela, foi esse o motivo de ter me dado o bom e velho golpe da barriga.
— Ela deu sorte, você poderia ter dado um pé na bunda dela e não assumir as crianças.
— Sorte coisa nenhuma, ela foi esperta, Charlotte eu sempre contratava, ela já me conhecia e nunca ameaçou chorar com minha brutalidade. Além disso, ela me pesquisou muito bem, sabia que sou apaixonado em cuidar de crianças e que jamais abandonaria um filho. — Suspiro ao lembrar do momento em que ela me contou que estava esperando um filho meu, acho que foi a primeira vez que conversamos em todos os anos em que transamos, ouvi-la dizer que furava as camisinhas para tentar engravidar, me deu vontade de esganá-la.
— E quais as expectativas em voltar para o Brasil?
— Animado com a ideia da nossa clínica e um pouco preocupado em morar na mesma casa de Guilherme, até hoje não entendi direito a história desse casamento dele...
— A é, tinha esquecido que você não veio para o casamento, aliás, para quase nada né? Se não fosse eu ir te visitar aí, acho que teríamos perdido o contato. Quantas vezes você veio para cá desde que se mudou?
— Só 3, fui para o enterro do meu pai, o enterro da minha mãe e há 5 anos foi a última vez...
— Para o enterro da mãe de Guilherme, certo? — Ele me interrompe indagando.
— Sim, não via necessidade, não deixei nada aí, e meu trabalho aqui me consumia bastante, principalmente logo que cheguei, era recém-formado e estrangeiro, não foi fácil construir uma reputação.
— E vai abrir mão dessa carreira aí? já é um médico renomado, aqui começará do zero. — Ele torce o nariz e boceja.
— Será fácil, já que o requinte de ter se especializado na Alemanha, vai me acompanhar. — Digo rindo. — E cara, amo minha profissão, mas Júnior e minhas filhas sempre serão minhas prioridades, quando vim para cá, Júnior já tinha quatro anos, quero que as gêmeas tenham o mesmo amor e cuidado que ele teve, então estou voltando para que Nana me ajude a criá-las, quem sabe daqui alguns anos eu não volto para cá?
— E nossa clínica, seu mané?
— Se eu voltar, você fica tomando conta, igual Guilherme faz com as minhas empresas.
— Tá bom! — Ele novamente boceja. — Vou dormir nega, depois nos falamos.
— Sonha comigo minha ruiva! — Desligo o telefone rindo, e olho novamente para minhas filhas. — E que venha o Brasil minhas princesinhas. De qualquer modo, sei que vão amar a Nana, ela é como se fosse a vovó.
Levanto e após jogar uma água no rosto, passo um café, não demora estamos na correria de nos arrumarmos e irmos para o aeroporto, será um longo voo.
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É Possível Nós Dois? (Degustação)
RomanceFelipe, herdeiro de uma prestigiada rede de hotéis, decidiu seguir sua verdadeira paixão: a medicina pediátrica. Após sofrer uma grande decepção amorosa, ele se fecha emocionalmente e esconde suas dores atrás da imagem de um homem mulherengo, dedica...