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Acordo com a chuva a bater-me na janela. Abro os olhos lentamente e, vendo a merda de tempo que está, cubro-me com a almofada. Quando a encosto ao meu nariz sinto que cheira a algo diferente. Michael. Ao lembrar-me da noite anterior olho para o lado. Mas ele não está lá.

Pois, provavelmente ficou com vergonha e foi-se embora. Resolvo não me importar com isso e levanto-me, encaminhando-me para o quarto de banho para fazer tomar um duche.

Pelo caminho vou tirando as meias de pijama, depois as calças e por fim tiro a sweat até ficar só com cuecas e uma t-shirt cinzenta escura fluída. Ainda meia a dormir, abro a porta e reparo que me esqueci de apagar a luz na noite anterior. Fecho a porta e, quando estou a tirar a t-shirt, a cortina do chuveiro abre-se.

-AHHHHHHH - grito com voz esganiçada.

-AHHHHHHH- grita Michael, assustado com o meu grito, embrulhando-se num toalha.

Ajeito a t-shirt e viro-me de costas para ele.

-IMPORTAS DE EXPLICAR O QUE ESTÁS A FAZER NA MINHA BANHEIRA ÀS SETE E TAL DA MNHÃ?

-Hm, talvez a...TOMAR BANHO? Onde é que querias que estivesse?!

-Em tua casa, envergonhado pelas figuras de ontem, sei lá!

Michael sai da banheira, enrolado pela toalha e, numa voz já mais calma, diz:

-Hm, já agora Ashlee...o que aconteceu ontem?

Hesito antes de responder.

-Estavas a cair de bêbado e vieste cá - ele olha para mim, expectante mas receoso. - E foi isso. Depois adormeceste.

-Mal cheguei aqui adormeci? - Aceno que sim com a cabeça e a expressão dele fica mais aliviada. - Ah, ainda bem, às vezes o álcool faz-nos dizer e fazer coisas que não queremos..

-Pois - digo, inexpressivamente, a olhar para o chão do quarto de banho.

Provavelmente ele não queria vir cá ter, então. Mas é que nem penses ficar em baixo com isso, Ashlee! Se ele não queria mais valia não ter vindo.

-Hm..Ashlee! - O Michael passa uma mão à frente da minha cara, trazendo-me à realidade. - Posso vestir-me por favor?

-Claro - respondo, saindo. Ele sai um minuto depois e eu tomo um duche rápido e visto-me. Quando chego à cozinha ele está a fazer panquecas. Panquecas. O Michael a fazer panquecas. Tento conter o riso.

-Não sabia que cozinhavas - disse, começando a fazer o café.

Ele tenta virar as panquecas só com a frigideira, como um chef, mas ao perceber que não conseguia disfarçou e virou com um garfo.

-Há muitas coisas que não sabes sobre mim. A tua mãe?

-Está a trabalhar - sento-me na mesa da cozinha enquanto ouço o café a cair, como uma torneira meia aberta, na cafeteira.

-Fogo, isso é que é trabalhar, hã?

-Ficou grávida na adolescência e não teve tempo nem dinheiro para estudar. No Reino Unido não lhe davam oportunidades e ela teve que vir para a Austrália. Agarrou-se com unhas e dentes ao emprego que arranjou e subiu mais na empresa do que algumas pessoas com cursos superiores. Costumava sentir-me orgulhosa, mas sinceramente, agora é uma obcessão.

-Qual é o objetivo dela com isto?

-Voltar a Inglaterra.

-A tua nacionalidade é britânica? -Aceno que sim com a cabeça e os olhos dele como que perdem um pouco de brilho. Ambos sabemos que há grandes chances de eu voltar para o Reino Unido.

- Bem, não tens sotaque, desculpa dizer. - ele desvia o assunto. Eu dou uma gargalhada.

-Não que me importe - vou buscar o café feito e lembro-me das panquecas. - Michael...MICHAEL AS PANQUECAS!

Ele corre para a frigideira e tira as panquecas de lá. Para minha surpresa nem estão assim tão queimadas. Ele começa a fazer mais e eu decido esperar por elas, enquanto bebo o café a escaldar.

Elas finalmente chegam e, apesar de não estarem queimadas, não têm o melhor aspeto do mundo. O Michael também se senta e começa a comer as semi-queimadas, enquanto bebe café.

-Aleluia alguém que bebe café preto - digo ao reparar que não põs leite nem nada no café.

Ele sorri e depois pergunta:

-Vais provar as panquecas hoje, ou..?

Olho envergonhada para as panquecas. Ganho coragem e provo uma. 4 segundos depois estou a interrogar-me porque o fiz.

-Então? - pergunta Michael.

Depois de a engolir com esforço, digo sem rodeios:

-São uma porcaria - ele parece chocado.

-Como assim? Todas as raparigas adoram as minhas panquecas!

-Queres dizer todas as raparigas com quem dormes e a quem fazes pequenos-almoços? Pois adoram, só querem é voltar a foder. Mas vamos ser sinceros Michael, já provaste isto?

Ele prova e declara, relutante.

-Realmente não são deliciosas.

-Não me agradeças não por ter sido sincera, aposto que acabei de salvar a vida de uma rapariga qualquer que ia ter de comer isso.

-Já disse que não quero que me leves!

-Já viste o que chove lá fora?

-Michael, não vai acontecer.

Minutos depois, no banco do passageiro, eu continuava a resmungar, apesar de interiormente agradecer por estar a livrar-me daquela chuva.

O Michael decide deixar-me bem à porta da escola e não consigo evitar os rumores de ele ser meu namorado. Só me falava isto. Saí do carro sem me despedir e entrei contrariada na porra da escola cheia de pessoas a falar da rapariga estranha que se veste de preto e do rapaz punk e mais velho que lhe dera boleia. Ótimo.

❀❀❀

Hi sweeties!

Antes de mais obrigada, tp wow a fic está a crescer mais do q o q eu pensei em tão pouco tempo! Desculpem nc postar mas a escola anda a matar-me.

Digam-me o que acharam do cap, levantei-me às 5:30 da manhã para o escrever (e ver séries mas who cares).

xx, Leonor ☾








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⏰ Última atualização: May 03, 2015 ⏰

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☽Voodoo Doll☾(1/3) - m.c.Onde histórias criam vida. Descubra agora