Qualquer pessoa que conheça o Carter sente-se segura com ele. Era realmente alto e musculado, mas a contrastar com a aparência, era extremamente carinhoso e cuidadoso. Will era o seu melhor amigo, mais baixo do que ele mas mais alto que eu, magro, com o cabelo preto sempre selvagem e com um ótimo sentido de humor.

Quando tocou para dentro o Carter disse-me para eu não me preocupar porque de certeza que o Will iria aparecer na aula e eu segui para o 'armazém' onde iria fazer um trabalho de grupo de carpintaria. Fiquei com um rapaz simpático chamado Stuart, que tinha imenso jeito para desenhar mas não tinha queda nenhuma para construir caixas de madeira. Fartei-me de rir nessa aula com os erros e as parvoíces dele e depressa esqueci o desaparecimento de Will.

Ao almoço ele decidiu aparecer mas não revelou onde tinha estado. Fiquei aliviada, mas havia algo de demasiado misterioso com ele - o Will que eu conheço não é assim.

Depois da aula de Geometria e de Educação Física fui finalmente para casa e graças a Deus era sexta-feira. A Liz deu-me boleia mas apercebi-me que não tinha as chaves quando estava à porta de casa.

-FODA-SE! -grito, entrando de novo no carro de Liz. -não tenho as chaves, perdi-as.

-As chaves?! E agora?

-Não sei - suspiro, irritada.

-Okay, vamos a todos os lugares onde estiveste hoje procurar. Primeiro Starbucks certo?

Dirigimo-nos para lá e Liz foi arranjar estacionamento enquanto eu entrava no café. No instante em que abro a porta recebo uma mensagem dela que diz:

"O Isaac torceu o pulso omd coitadinho vou para o hospital ter c ele boa sorte pas chaves x"

Que boa amiga a Liz. Dirijo-me ao balcão para perguntar pelas chaves mas, quando olho para lá, está lá o rapaz do cabelo azul com as minhas chaves na mão. Dirijo-me para ele e, quando ele repara, apressa-se a dizer.

-Hoje esqueceste-te destas chaves eu guardei-as. Mas depois de ir para casa achei melhor deixá-las aqui caso aparecesses - admite com algum embaraço. Fico sem palavras porque tenho a certeza que não o conheço.

-Pois, obrigada - digo tentando dispachá-lo educadamente. -Porque o fizeste?

-Não sei, alguém tinha de guardar as chaves - diz, desiludido por eu não ser propriamente simpática.

-Obrigada então - sorrio e tento ser mais agradável, apesar de ter a certeza que não o consigo.

Ele passa-me as chaves tocando-me levemente com as mãos.

-Como te chamas? - pergunta antes de eu ir.

-Ashlee. Evans. E tu?

-Michael Clifford - diz com um sorriso.

-Então vemo-nos por aí Michael.

Viro costas e saio do Starbucks. Nem me sinto mal por não ter sido muito delicada com o Michael, é melhor não lhe dar expectativas; não sou de fazer amigos onde quer que vá.

Quando vou para a rua lembro-me que tenho de ir a pé para casa. Michael passa por mim, ao sair do café.

-Queres boleia?

-Não, obrigada - não lhe quero dar muitas confianças.

Viro a esquina e sigo para casa. Passados alguns minutos já estou cansada, até porque a rua é a subir. Começo a subir mais lentamente, ofegante. Sinto um carro a andar devagar atrás de mim mas não ligo. Depois tenho a impressão que um carro está a andar ao meu ritmo. Por fim torna-se óbvio e olho para o lado, vendo um volvo verde escuro. Lá dentro está Mike, com ar vitorioso. Deixo as teimosias de lado e entro no carro.

-Vais ter de dar uma volta grande para minha casa por este caminho - aviso-o, contrariada.

-Okay. Vai-me dizendo o caminho. Que música queres ouvir?

No carro estão vários CDs espalhados.'Green Day', 'All Time Low', 'Sex Pistols', entre outros.

-São todos teus? - pergunto, incrédula por as minhas bandas preferidas estarem ali.

-Yap. Gostas de alguma?

-Vejamos.. DE TODAS! - solto uma gargalhada de espanto, que reprimo logo para esconder o entusiasmo. - Okay isto é tão sinistro, são as minhas bandas preferidas!

-E não estão aqui todos os meus CDs! - Michael sorri, vaidoso.

Apesar de o meu objetivo quando entrei no carro ter sido falar o mínimo possível, não consigo evitar fazer perguntas sobre o seu estilo musical e acabamos por ficar a falar sobre bandas o caminho todo.

Quando me deixa à porta de casa agradeço e viro costas, mas ele diz, pela janela aberta:

-E as chaves? Ias esquecer-te de novo - dá uma gargalhada e atira-mas pela janela do carro. Depois segue o seu caminho.

Vejo o seu carro a afastar-se a desaparecer. Fico parada a olhar para a rua, com as chaves na mão. Sinto-me bastante frustrada comigo mesma por ter sido simpática e por o ter deixado a pensar que o achava simpático, porque na verdade ele não passava de um convencido. Não preciso de mais uma pessoa a gostar de mim e também não pretendo gostar de mais ninguém. Quanto menos afeições, menos desilusões.

Depois de resmungar bastante interiormente, decido entrar no prédio.

❀❀❀

Haii there!

O q é q acharam do capítulo? E acham q a Ashlee vai voltar a ver o Michael?

O próximo capítulo tem um início um pouco chato mas dp fica super emocionante, don't worry!

Não se esqueçam de comentar, tds as críticas construtivas são bem vindas!

xx, Leonor ☾

☽Voodoo Doll☾(1/3) - m.c.Onde histórias criam vida. Descubra agora