33 - Um Começo, Um Meio E...

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Ainda recebendo o abraço carinhoso de Holly, com sua mão esquerda retirou o cabelo da nuca dela vendo a enorme mancha roxa se espalhar pelo seu pescoço descendo até suas costas. Ao perceber Holly se afastou e desviou o olhar rápido.

"Não tem tomado os remédios que Davina mandou?" perguntou preocupado por achar que as marcas já haviam sumido.

Ela mordeu o lábio e levantou o olhar para seu tio.

"Elas me deixam cansada e passo o dia inteiro na cama. Eu odeio ficar impotente" respondeu com sinceridade, por mais que seu maior defeito/qualidade Holly nunca conseguiu mentir direito para Elijah.

"Holly esses remédios ajudam a controlar sua magia e servem de analgésico".

"Então arruma um analgésico que não me deixe tão sonolenta e cansada a maior parte do dia".

Elijah se levantou indo até a gaveta da cômoda, pegando os comprimidos "Aqui" voltou em direção a ela "Isso não é uma negociação Holly, você precisa dos remédios".

Ela olhou para aquele vidro escuro e seus olhos puderam sentir o gosto, sua boca salivou, mas pelo ódio que sentia do gosto dos comprimidos. Vendo que não teria outra escolha a não ser tomar, ela pegou o frasco da mão de Elijah e o abriu, suas narinas sentiram o cheiro forte das ervas que era usado para fazer.

"Eu tenho mesmo?"

"Sim, você tem é para o seu próprio bem".

Os remédios não tinham só o gosto ruim, mas também deixava a magia de Holly praticamente nula, talvez esse fosse o objetivo, com Holly fraca demais o espírito do Hollow permanece adormecido e assim todos poderiam viver suas vidas sem ter que se preocupar com algum surto de magia ou uma cidade inteiramente morta.

Holly respirou fundo e deixou duas cápsulas caírem em sua mão, duas era o suficiente para lhe derrubar por horas, até mesmo por um dia inteiro. Elijah pegou um copo de água e estendeu até Holly.

"Vai ajudar a descer" disse quando ela pegou o copo.

"Ajudaria se tivesse gosto de cereja" respondeu. Sem pensar muito no gosto apesar de já estar impregnado em sua mente, ela engoliu os remédios em seguida a água, os sentiu passar pela sua garganta, não adiantava, mesmo não querendo pensar no gosto ele estava lá e era impossível não notá-lo.

Elijah pegou o copo e o frasco, não demorou para Holly começar a sentir os efeitos dos remédios em seu organismo, aquela droga não ajudava, era só como qualquer outra droga, te dava a sensação de alívio, mas era momentâneo logo mais iria desaparecer como tudo em sua vida.

"Está bem, vamos deitar" vendo Holly tentar se levantar do chão, ele segurou seu braço e a guiou até a cama, retirou a coberta e a fez deitar.

"Eu odeio isso" respondeu apoiando a cabeça no travesseiro.

"Logo mais não terá que se preocupar com isso querida, eu prometo".

A cobriu e beijou sua testa, passou a mão nos cabelos escuros de sua sobrinha e a viu fechar os olhos caindo em um sono profundo.

Nova Orleans.

"Você quer colocar o Hollow nos meus irmãos?" Freya perguntou novamente indignada para ter certeza do que estava ouvindo "Ficou louco?".

"Você ama a Holly não é mesmo?" perguntou.

"É claro que a amo" respondeu, mas ainda estava com raiva por Vincent querer separar Holly e Hope do pai e dos tios para sempre.

"A sete anos atrás estamos tão desesperados para prender o Hollow em algo que não pensamos duas vezes em seguir os conselhos de uma criança de sete anos. A outra maneira de ajudar Holly".

"Deve haver uma outra forma, um jeito onde ninguém tenha que se separar ou morrer".

"O receptáculo do Hollow precisa ser eterno, Holly é uma híbrida de bruxa com lobisomem, com o sangue de vampiro correndo nas veias, assim como Hope, quanto tempo você acha que temos até Holly morrer e virar uma tribrida como sua tia Dhalia previu a anos atrás".

"Vamos encontrar um outro jeito, deve haver um outro jeito, se tiramos o que as gêmeas têm agora, as visitas do Klaus à escola para ver Hope, a convivência da Holly com Elijah, como você acha que elas irão reagir? Quanto tempo até elas fazerem uma loucura e dividirem o Hollow entre elas ou quanto tempo até uma delas resolver se transformar em vampira?".

"Não temos mais tempo irmã" Elijah entrou na sala onde eles conversaram "Holly está morrendo, sugiro que teremos que fazer o feitiço hoje a noite, o nosso tempo acabou".

"A quanto tempo vocês têm planejado isso?" Freya desviou seu olhar entre Vincent e Elijah.

"Desde que ele me ligou para dizer sobre a marca crescendo no corpo de Holly, o Hollow está agindo e não tem intenção de parar até conseguir o que quer, o controle sobre o ser mais poderoso que o universo já conheceu".

...

No meio da floresta, o corpo adormecido de Holly foi colocado por Klaus no meio do círculo feito a sal, o mesmo desenho no chão feito para prender o Hollow na Holly agora estava lá para tirar a magia negra dela.

Os quatro irmãos se aproximaram do círculo cada um em um lado, ambos se olhando.

"Pela família" Rebekah disse com os olhos cheios de lágrimas.

Hayley queria se aproximar da filha, mas não podia ultrapassar o círculo, Vincent encheu a tigela com o sangue dos quatro Mikaelson, Klaus, Elijah, Rebekah e Kol.

"Quando o espírito abrigar o corpo de vocês, nunca mais poderão se ver ou ficar no mesmo lugar, nunca mais" o aviso foi claro "Se por acaso algum de vocês se aproximarem das gêmeas tudo feito hoje será em vão".

"Apenas salve minha filha" Klaus olhou para Vincent impaciente, a cada segundo que passava Holly se aproximava da morte.

Segurando a mão de Freya para ter poder o suficiente para drenar toda aquela magia, ele se ajoelhou no chão colocando a mão na tigela com sangue Mikaelson. As palavras saíram altas da sua boca, o seu escuro ficou mais escuro, o fogo das velas aumentou e a forte ventania veio em seguida, o balançar do lago próximo era ouvido por humanos que passavam próximo. Todos os elementos naturais agitados por tanta magia ser exposta.

A enorme e brilhante bola azul saiu do corpo de Holly pairando por cima do seu corpo adormecido, se não fosse uma bola mortal, poderíamos dizer que seu brilho era perfeito. Conforme a magia andava, ambos os irmãos receberam parte daquela magia se prendendo agora a quatro originais imortais, deixando o corpo de Holly livre.

Os sussurros por estarem próximos soou em seus ouvidos, ela gritava por poder e como juntos ainda no mesmo espaço ela gritava mais alto que sua própria voz.

"Vocês precisam ir, já fizemos isso a sete anos atrás, sabem como funcionam, Vão!" Vincent segurava o feitiço para que Holly não fosse consumida novamente pelo poder do Hollow.

Kol e Rebekah foram os primeiros a irem e sumirem na floresta densa, Klaus e Elijah se entreolharam e olharam para Holly, aquele era o fim da família conturbada que eles foram por sete anos.

Todos os surtos de magia, as histórias contadas antes de dormir, as festas de pijamas que foram obrigados a participar, o esconde-esconde pelas casas, todas as viagens pelo mundo, as aulas de pianos, os ensinamentos sobre como misturar tintas mesmo Holly odiando a pintura.

Tudo acabou ali naquele instante quando ambos os irmãos foram em direções opostas.

GÊMEAS MIKAELSONOnde histórias criam vida. Descubra agora