2. Terra, a ladra invejosa

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Geocentrismo.

O modelo do tal tem como centro do sistema, não o egocêntrico e orgulhoso Sol, mas sim a Terra. Sim, a Terra, esta que seria reduzida a apenas um dos planetas que tinham como órbita o Sol, seria agora o centro de toda aquela atenção.

O Sol giraria em torno da terra, e se antes o egocêntrico da história era aquela bola amarela, meio alaranjada misturado com um tom pulsante de vermelho, agora seria a Terra.

E a Terra, não só é invejosa como carrega os maiores registros de falsidade existentes do universo, aquela que se diz planeta Água, que produz vida, que tem aquela cor vibrante e diversificada em meio aos tons de outros planetas. O verde que para quem olha de fora parece a coisa mais incrível do mundo, o azul que cobre quase todo o globo e os tons brancos em contraste. A Terra é bonita, mas é má.

Pode até ser verdade que ela cria a vida, mas nunca contaria a ninguém que se aproveita do sol para isso, pode-se dizer que eram como melhores amigos, um popular e o outro não, logo que o Sol havia aumentado a popularidade da Terra, ela se revelou um planeta de caráter ruim. E agora quer ser o centro do sistema.

Sempre vi pessoas a romantizar a Terra como o " tudo que nós temos ", se eu te amo muito e você é meu bem mais precioso, você automaticamente se torna " meu mundo ". Errado. A Terra não é flor que se cheire.

E mais uma vez volto a afirmar para aqueles que levam ao pé da letra as coisas aqui ditas. Não digo que a Terra seja o centro do universo, mas ela quer, ela realmente quer roubar o lugar do sol, ainda mais quando essa Terra é ele.

O vi passar por mim sem nem ao menos se importar com a cara de bunda que estava fazendo naquele momento e bem virado em sua direção, fingiu não ter visto. Ótimo.

Se sentou à mesa como se fosse algo comum, que sempre fazia e que não precisasse pedir permissão a ninguém para o fazer. Nenhum ser humano se senta aqui sem antes me perguntar qual a minha opinião sobre isso.

Mas ele o fez, se sentou normalmente como se fosse uma coisa rotineira. Ele estava me irritando mais o normal.

Se virou para Heeseung, fazendo um toque em suas mãos e logo apertou a de Sunghoon. Eles se conhecem?

- E aí, como tá? - Heeseung puxa, o tom animado de quem conversa com o melhor amigo de anos atrás.

- De boa, eu acho. - ouvi uma risadinha. Feia, parece que tem algo entalado na garganta - É só o primeiro dia do primeiro ano, espero me virar bem.

Quem se vira sou eu, que antes estava com o corpo virado em direção às multidão, agora me virando pra frente, fechando os olhos pronto para, mais uma vez, por a minha melhor expressão de " tô nem aí " e seguir meu dia.

A mesa que antes estava vazia por conta das pessoas que saíram logo se enche novamente, as mesmas pessoas, e até algumas que não estavam aqui antes, retornam para seus lugares, todos interessados em fazer parte daquele circulo. Ri convencido. No final das contas é tudo sobre mim. Sempre foi.

Bom, pelo menos era o que parecia.

Olhei em volta incrédulo, todos haviam chego na mesa, ela estava lotada agora, mas nenhuma das meninas estava se referindo a mim com aqueles apelidos estranhos que usam quando estão a fim de alguém, os garotos não me incluíam na conversa ou tentavam me convencer de participar do time de basquete. Por um momento, senti que o centro daquele sistema não era eu.

Eu me assustei.

Naturalmente, uma das formas mais comuns de lidar com situações diferentes é a péssima reação. Eu senti medo, senti culpa, senti ansiedade, senti sentimentos que nem ao menos combinavam com a situação. Mais que isso, eu senti raiva.

Supernova - SunKiOnde histórias criam vida. Descubra agora