Lullaby - Twice

Capítulo Doze

The A Team - Ed Sheeran

Capítulo Doze

Dou um pulo na cama com a respiração ofegante e alta, podendo ser ouvida até por mim mesma no breu da manhã.

Foi um pesadelo. Um pesadelo com Tyler e... Suas mãos em mim.

Passo a mão no rosto, sinto a pele quente e suada sob meu toque e também percebo que chorei.

Levanto para ir até o banheiro, mas antes checo as horas no celular. São quase duas da tarde.

Acho que nunca dormi tanto, mas eu estava realmente cansada de tudo e de todos.

Fico aliviada que Dylan nem minha mãe tenham vindo me acordar, visto que ela odeia quando dormimos até tarde. O pensamento de que meu irmão contou a ela sobre a noite anterior me entorpece. Não quero que ela saiba. Ela ficaria furiosa e sem contar que eu não saberia mais como olhar para ela de tanta vergonha.

Entro no banheiro para tomar outro banho e logo vejo meu reflexo no espelho. As marcas estão mais escuras e visíveis hoje. É assustador e começo a pensar em uma forma de escondê-las.

Meu corpo ainda dói enquanto tiro a minha roupa. O cheiro de Harry invade meu oufato quando deslizo o seu moletom pela cabeça. Vou entregá-lo depois.

Dizem que os momentos em que mais refletirmos é antes de dormir e no banho. São ótimos lugares para pensar e foi isso que eu fiz.

Foi horrível o que Tyler fez. Ele me assustou demais e tenho receio de que ele volte a vez isso. Meu peito dói pelo desapontamento e meu corpo também sofre. Ele implorou pos desculpas e, acerca disso, ainda não faço ideia do que pensar e muito menos como agir. Não sei se ele ainda está lá em baixo e temo por descobrir. Não quero vê-lo agora, mas espero, ainda que isso não parece viável, que esteja lá esperando por mim e por meu perdão.

Saio do banho e vou até meu guarda roupas, mas antes afasto vagarosamente as cortinas e um curto raio de luz atravessa meu quarto. O dia estava nublado. As nuvens eram escuras e carregadas, dando a impressão de que o dia seria feio. Percebi que uma chuva fina caia e tive a ideia de me agasalhar toda, assim minha mãe não veria as contusões. Aproveitei que estava ali e me curvei um pouco tentando ver a a garagem e descobrir se o carro estava ali, mas não consegui enxergar. Se não estivesse, ou minha mãe foi para o trabalho ou Dylan foi levar Tyler e Harry em casa.

Minha mãe trabalha muito, até aos fins de semana. Ela nunca demonstra cansaço, pois diz que ama o que faz. Sei que é verdade e por isso não questiono, mas ela fica tempo de mais fora de casa e isso, de certa forma, me afeta. Ela sempre tenta se manter ocupada o máximo de tempo possível para não ficar pensando em coisas desnecessárias, como o meu pai. Ela é forte e sábia por isso.

Fechei as cortinas de novo, voltando a ficar no escuro acolhedor. Fui até o guarda roupas e retirei de lá uma calça de academia, uma blusa fina mas de mangas longas, um casaco e um cachecol. Bem estranho para ficar ficar em casa, mas posso alegar que vou sair para dar uma volta. Não quero ficar em casa mesmo.

Depois de me vestir, abri a porta do meu quarto com certo receio. Comecei a descer as escadas com medo do que ou de quem encontraria lá em baixo. Quase voltei algumas vezes, mas o silêncio do local me fez ter coragem e acabar de descer os degraus.

Me arrependi assim que botei os pés na sala, onde achei que estaria vazia.

Dylan estava sentado no sofá com os cotovelos apoiados nos joelhos e suas mãos seguravam seu rosto. Ele batia o pé freneticamente no chão. Um tique que eu também tenho e exercia quando estava nervosa.