Capítulo Nove

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Capítulo Nove

Tyler estacionou seu carro em frente a minha casa depois de seguirmos todo o caminho em completo silêncio.

Me viro para olhá-lo, pois sei que ele está olhando para mim.

"Obrigada por me trazer." eu digo "E me desculpe mais uma vez por não poder ficar com você." abaixo o olhar assim que as palavras saem da minha boca.

Não consigo encará-lo. Não consigo olhar em seus olhos e dizer que está tudo bem, quando na verdade não está. Quando na verdade, eu o traí. Com seu irmão.

"Tudo bem." ele diz e posso ouvi-lo sorrir.

Sinto-o levantar meu rosto e fecho os olhos para não ver os dele. Acho que, ele encara isso como o pedido de um beijo, já que é exatamente isso que ele faz.

Assim que Tyler toca meus lábios com os seus, sinto um formigamento se formar na minha língua. Tento repelir e recusar o contato quando ele faz menção em tocá-las, mas apesar do meu desvio, ele consegue me controlar e então, invade a minha boca com sua língua apressada.

Ele pousa as palmas das mãos grandes em ambas as minhas coxas em uma proximidade bem perigosa do cós da minha calça. Logo depois ele me envolve pelas costas e toca onde as mãos de Harry pousaram em uma região próxima ao meu quadril.

Sinto um calafrio e tremo.

"Você está bem?" Tyler pergunta quando corto o beijo.

"Sim." digo "Acho melhor entrar, não estou me sentindo bem."

A feição dele se transforma em um misto de decepção e tristeza e tento não chorar alí mesmo.

"Tudo bem." ele diz "Mas podemos conversar antes? É rápido." ele pede.

Não tenho cabeça para conversar agora. Não com essa ânsia de vômito que vai e vem a toda hora que lembro do nojo de pessoa que estou sendo.

Beijei Tyler a tarde na cama. Depois dancei com Harry e o beijei. Agora beijei Tyler em seu carro.

Que tipo de pessoa eu sou?

Nesse momento meu celular apita mostrando que há uma nova mensagem.

"Pode ser depois?" me apresso em respondê-lo "Me mãe está pedindo para eu entrar." digo enquanto balanço o telefone freneticamente.

Na verdade, eu nem abri a mensagem e não faço ideia de quem mandou. Só preciso de um desculpa para entrar logo em casa.

"Ah, claro." ele diz e se vira, sentando-se de frente.

Vejo Tyler cerrar o maxilar quase ao mesmo tempo em que pousa as mãos no volante e o aperta.

Pego a minha mochila no banco de trás, abro a porta e, antes de colocar os dois pés no asfalto da rua, me viro para olhá-lo. Ele ainda esta na posição concentrada de agora a pouco olhando friamente para a frente.

"Sinto muito." digo.

Não espero uma resposta. Apenas saio e fecho a porta atrás de mim, cominhando em direção a entrada de casa.

Tyler pode ter o meu 'sinto muito' como desculpa por não conseguir conversar comigo agora, mas eu disse isso foi para me desculpar de algo que ele nem faz ideia de que aconteceu.

Lullaby - TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora