O Recomeço

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Então quer dizer que você é minha mãe?
- Não. Eu não sou sua mãe, apesar de eu ter idade pra ser não significa dizer que eu sou.
- A tá. Mas você seria uma boa mãe sabia?
- Você acha?
- Eu não acho eu tenho certeza.
Logo em seguida Carol me deu um abraço, eu fiquei sem entender por um instante mas não
demorou muito pra que eu abraçasse ela de volta, admito eu não queria que ela me soltasse,
pois pra mim aquela foi a primeira vez que eu senti o calor do abraço de uma mãe.
Depois de me abraçar Carol me deu um beijo na testa e me desejou boa noite, enquanto ela
saia do quarto eu pude ver um leve sorriso no rosto dela.
Depois de algum tempo eu caí no sono.
Na manhã seguinte eu fui acordado por um barulho de batidas, eu me virei pra ver o que
estava causando aquele barulho e vi o mesmo passarinho que eu havia visto no dia anterior.
Eu queria me levantar e ir até o passarinho mas eu ainda não tinha me recuperado o
suficiente, então eu tentei puxar a cadeira de rodas pra perto de mim e com um pouco de
esforço eu consegui me sentar nela.
Então eu fui me aproximando da janela, e por incrível que pareça o passarinho também se
aproximou da janela, eu lembro que quando eu abri a janela o passarinho começou a cantar, e
por incrível que pareça ele não sentia medo de mim.
Algum tempo depois ele levantou vôo e foi embora, é como se ele tivesse vindo só pra me ver.
Em seguida eu ouvi o barulho da porta se abrindo, me virei pra ver se era Carol, e de fato era
ela, ela estava segurando uma tigela de mingau.
- Bom dia Eduardo.
- Bom dia Carol.
- Quem te colocou nessa cadeira de rodas?
- Fui eu.
- E fez isso sozinho?
- Fiz sim.
- Nossa.
- O que foi?
- É que eu fiquei impressionada com o fato de você ter conseguido se por na cadeira de rodas
sozinho.
- Acredite não foi tão fácil assim.
- Mas você conseguiu não foi? Isso já é um avanço.