05. 𝑴𝒚𝒔𝒕𝒆𝒓𝒊𝒆𝒔

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Enquanto Victorie passava por seus problemas com seu pai, Enola passava pelo seus problemas no colégio para moças. Ela ouvia susurros sobre como ela era desleixada e tinha que aguentar os ensinamentos tolos. Enola se cansou de ouvir as pessoas falando mal dela e tomou uma atitude na mesa de jantar, atirou sopa em duas das suas colegas, levando é claro, uma bronca e depois ficou em prisão com seu quarto trancado.

No dia seguinte, ela usava uma roupa preta com um estranho negócio envolvendo seu pescoço.

- Seu irmão chegou, comporte-se - Diz a Senhorita Harrison

- Você? - Enola pergunta após ela ver que o irmão que estava ali, era Sherlock.

- Obrigado Senhorita Harrison. - O homem diz e a moça entende o recado e logo sai da sala - Nunca na minha vida vi uma história dessas... - Enola se aproximou do irmão tomando o jornal da sua mão - Oque você está procurando? - Enola não respondia - Oque quer nos classificados? - Ela continuou sem responder apenas passando o dedo pelo jornal procurando por algo - Enlouqueceu.

- Tenho o direito de enlouquecer estando num lugar assim. - Enola afirma sem tirar os olhos do jornal

- Fui obrigado a estudar caligrafia quando era criança, eu odiava, mas hoje em dia não tem um caso que a letra de alguém não me ajude. - Sherlock afirma se sentando em uma poltrona

- E oque eu aprendo nesse internato? - Enola pergunta

- A forma como uma pessoa se porta, pode disfarçar quem ela é. Nada é inútil.

- Já achou ela?

- Não, Ainda não. Fui ao salão de chá, aonde Edith me ameaçou com uma chaleira. - Enola deu uma leve risada - Fui a Limehouse, deve ter ido também.

Enola apenas olhou para o chão sem responder nada.

- Se tornou uma boa detetive, Enola. - Sherlock sorri para a irmã

- Achou a pólvora e as bombas? - Sherlock afirma com a cabeça - Oque será que ela...

- Prefiro não pensar. Talvez ela quisesse mudar o mundo...

- Talvez o mundo precise mudar. - Enola afirma - Vai impedi-la?

- Eu não me envolvo com política - Sherlock se levanta

- Ajudou Mycroft a me pegar?

- Não.

- Mas descobriu sobre o dinheiro e contou a ele.

- Você sumiu. Tínhamos que saber aonde você ia.

- Eu sou só um caso para você, não é?! Uma curiosidade! Veio aqui para isso, para obter informações?

- Não!

- Ou foi por que você sentiu culpa? - Enola estava irritada

- Vim porque me importo com você. - Ele disse e Enola deu um sorrisinho

- Está sendo emotivo. É compreensível, mas desnecessário. - Enola se sentou em outra poltrona

- É intrigante não é?

- A emoção?

- O caso Tewksbury e Musa. Um pouco mais complicado do que um simples sumiço. - Ele disse indo em direção a janela e olhando para fora - Eles pularam de um trem, com outro garoto, acha que estavam sendo seguidos?

- Como você soube?

- Segui a sua fuga desde da estação da onde seus amigos partiram, Edith mencionou um "menino inútil" e uma "garota desleixada". E eu recebi um telegrama de uma jovem suposta assistente minha, visitando a residência dos Tewksbury. - Diz Sherlock e Enola apenas desvia o olhar - Já desvendou?

- Ainda não.

- O unico que conselho que vou te dar de um detetive para detetive; é que as vezes é preciso molhar os pés na água para atrair os tubarões.

- Foi isso que veio fazer aqui: falar de tubarões.

- Não, não, eu vim aqui... - Ele vai indo em direção a Enola - Te dar isso.

Ele lhe entrega um pano enrolado em alguma coisa e quando o abre, Enola vê uma pinha amarrada a uma linha, aquilo era como seu animal de estimação quando ela era criança.

- Achei debaixo do travesseiro, ela guardou viu?

- Dash... - Enola sorri vendo a pinha

- É sentimental, mas ela guardou. Para ela você sempre foi extraordinária. - Ele disse e logo conseguiu ver as lágrimas nos olhos de Enola enquanto a garota sorria - E para mim também, Enola Holmes. - Ele disse sorrindo e depois passou pelo lado de Enola colocando a mão em seu ombro - A escolha é sempre sua. A sociedade tenta, mas não controla você. Como mamãe já provou.

Enola derramava lágrimas e se lembrava de sua mãe, dando um sorriso e depois voltando ao seu quarto com o pequeno Dash.

Enola estava em seu quarto enquanto prestava atenção no jornal.

- Os lordes... O Lord. - Ela via uma manchete sobre Tewksbury - Todo voto conta...

Logo ela ouviu alguém bater na porta;

- Entrega de Ferndell Hall. - Ela ouviu alguém dizer pela porta e escondeu as coisas no travesseiro - Do senhor Mycroft Holmes. - O entregador disse após Enola abrir a porta

- Oque ele quer?

- Bom oque quer que seja, é pesado! - O homem disse puxando duas enormes caixas e colocando para dentro do quarto de Enola

- Oque será que Mycroft quer? - Enola se pergunta após fechar a porta

Ela nota que as caixas começam a se mexer, logo dando um chute na primeira caixa em sua frente e depois abrindo a segunda revelando o seu jovem amigo Tewksbury se levantando.

- TEWKSBURY! - Enola em um pulo abraça o garoto

- Precisava mesmo me chutar? - Victorie pergunta saindo da outra caixa

- VIC! - Enola pula encima de Victorie abraçando a mesma que retribuiu o abraço

- Você está bem Ennie? - Victorie pergunta olhando nos olhos de Enola e colocando a mão no seu rosto

- Como, como vocês me acharam? - Enola pergunta

- Você disse que não queria vir para a escola para jovens moças da Senhorita Harrison - Tewksbury afirma se aproximando das duas - Eu tenho uma memória impecável quando eu quero. Já a Victorie não sabe nem onde estamos agora... - Tewksbury afirma levando um murrinho de Victorie

- Temos que ir logo, Henry está nós esperando! - Victorie afirma

- Quem é Henry? - Pergunta Enola

- Meu irmão.

- Eu pensei em sairmos daqui da mesma forma que entramos, eu vim com meu casaco de carregador! - Tewksbury afirma

- Excelente ideia! - Enola diz entrando na caixa e Victorie arqueia uma sombrancelha - Não espera, me levante! - Enola diz e Victorie a tira da caixa - A Senhorita Harrison vai perceber tudo!

- Ah eu sabia que iria dar errado... - Victorie iria começar seu drama porém Enola exclama um "shi!"

- Eu preciso pensar! - Diz a morena

Musa - Enola HolmesOnde histórias criam vida. Descubra agora