08.

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19.

Após aquele dia, Lin Wen recebia dois cartões postais todos os dias.

Mesmo quando o Sr. Zhuang não estava ocupado, ele ainda recebia cartões postais.

Quando Zhuang Nan não estava ocupado, na verdade ele ainda era muito mais ocupado do que uma pessoa comum. Mas ele ainda insistia em trazer pequenos presentes para dar a Lin Wen, ou em bater em sua porta e perguntar se eles poderiam jantar juntos.

No início, Lin Wen ainda estava um pouco apreensivo, mas com o passar do tempo, tornou-se uma espécie de hábito.

Ver o Sr. Zhuang era uma espécie de hábito, cumprimentar o Sr. Zhuang era uma espécie de hábito, falar e sorrir na frente do Sr. Zhuang também se tornou um hábito.

Lin Wen já era adulto, mas esta era a primeira vez que ele aceitava tal gentileza. Mesmo quando estava correndo para terminar seu manuscrito, ele se sentia muito mais feliz e a qualidade melhorou mais uma vez¹.

¹ essa parte ficou vaga, mas está assim mesmo no original. Acredito que o autor esteja falando sobre a qualidade psicológica ou da escrita do personagem.

Quanto mais cartões postais ele recebia, mais espessa aquela pilha de pequenas gentilezas crescia.

Poucos dias antes do Ano Novo, Lin Wen finalmente viu um Sr. Zhuang que não estava ocupado com o trabalho.

Contudo, ele veio para se despedir. “Meus pais estão me pedindo para voltar para casa no Ano Novo, então eu vou partir em breve. Sr. Lin, você não vai voltar?”

Lin Wen sentiu-se abandonado por um momento. Não só ele não poderia ver o Sr. Zhuang, como também não receberia nenhum cartão postal.

Balançando a cabeça, ele notou um gatinho enrolado em um lenço nos braços do Sr. Zhuang e olhou para ele com curiosidade.

Era um gatinho laranja e parecia ter apenas alguns meses de idade. Seu pelo era opaco e ele parecia esquelético. Contudo, estava obedientemente deitado nos braços do Sr. Zhuang, sem fazer um único movimento, além de tremer levemente.

Zhuang Nan então disse: “As gatas de rua da comunidade deram à luz gatinhos. Os outros congelaram até a morte e este foi o único que sobreviveu. Quando eu estava voltando, os zeladores iam varrer todos os gatinhos para a cesta de lixo e jogá-los fora, mas vi que este ainda estava vivo, então o trouxe de volta. Levei-o para a loja de animais no andar de baixo para um exame e tratamento, então ele está muito limpo agora”.

A cada palavra que ele dizia, os olhos de Lin Wen se tornavam mais brilhantes. Ele entendeu vagamente sua intenção e levantou a cabeça para olhar para ele. Seus olhos estavam tão claros que ele podia se ver no fundo deles.

Os lábios de Zhuang Nan se curvaram e ele entregou o gatinho para Lin Wen. “O Sr. Lin até me acolheu, você pode acolher este gatinho também? Depois do Ano Novo eu vou levá-lo de volta, então não vou incomodá-lo por muito tempo”. Após fazer uma pausa, ele explicou: “O gatinho é muito pequeno. Se eu levar comigo no carro e no avião, não vai ser bom para ele”.

A expressão de Lin Wen era gentil e ele muito cautelosamente pegou o gatinho, abraçando-o como se estivesse manuseando porcelana frágil. Sua respiração se acalmou e ele disse baixinho: “O Sr. Zhuang… é uma pessoa muito boa”.

Zhuang Nan sorriu, mas não disse nada. Ele entregou a comida de gato e o leite de cabra que havia preparado de antemão, bem como uma chave.

Lin Wen pegou as coisas, com dúvidas enchendo seus olhos.

“A areia e o ninho para gatos estão na minha casa. Vou ter que incomodá-lo para pegá-los”. Ele olhou para a hora. “Eu tenho que ir agora”.

Lin Wen congelou por um momento, não esperando que ele realmente ousasse dar sua chave para o vizinho que ele não conhecia tão bem. Porém, ele não teve tempo de recusar, pois o Sr. Zhuang já estava indo embora a passos largos. “Sr. Lin, desejo-lhe um feliz ano novo antecipado”.
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20.

Vizinhos [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora